Em 1917, a Rússia travava ferrenhas batalhas em seu território contra a
Alemanha na 1ª Guerra Mundial, mas este seria o ano marcado pela
Revolução Russa iniciada pela queda do tsar Nicolau II e o desenlace de
uma guerra civil que se estendeu até 1922. Vladimir Lenin e os
bolcheviques ascenderam ao poder e se depararam com uma economia
arrasada. Não havia como implantar os ideais comunistas em um país que
nada conseguia produzir, inclusive alimentos. Como solução, em 1921
surgiu a NPE (Nova Política Econômica) que concedia liberdades para
pequenos produtores agrícolas entre outros pontos menores. Foi o
suficiente para que estes produtores tivessem êxito e voltassem a
produzir até em patamares superiores aos anos pré-Revolução. Segundo
Lenin, a NPE era necessária para restruturar um país arrasado por quase 8
anos de guerras. O conceito era “um passo para trás e dois para
frente”, na direção do comunismo é claro. Em 1928, Josef Stalin aboliu a
NPE para dar vários passos em direção a um dos maiores regimes
ditatoriais e autoritários que se conheceu na história da humanidade.
Quase 97 anos depois, Dilma é reeleita por uma margem apertada aqui no
Brasil. Em São Paulo, estado que deu mais votos para Aécio Neves, a
rejeição à presidente é considerável, algo visível em outros estados do
Sul e Centro-Oeste também. Há uma ruptura visível no país. O desafio
de qualquer presidente eleito nesta situação é o de conciliar os seus
desafetos e tentar melhorar o governo para que estas rupturas venham a
ser sanadas. O discurso de Dilma após sua reeleição parecia demonstrar
isso, mas conhecendo Dilma não dava para acreditar nisso. Indagada
sobre o porquê da rejeição em São Paulo, Dilma disse que os paulistas
estão mal informados e se a imprensa tivesse noticiado mais sobre a
crise hídrica não haveria esta diferença. Como assim? Bem os paulistas
estão muito cientes há meses sobre o nível da Cantareira, mas também
estão cientes sobre inflação alta, flertes com ditaduras de esquerda da
América Latina e uma recessão preocupante que ameaça seriamente o nível
de emprego. Seria bom lembrar que é o dinheiro da classe média odiada
por Marilena Chauí é que sustenta em boa parte os programas sociais que
existem pelo Brasil afora.
Mas a culpa é da imprensa. Então dois
dos maiores criminosos sociopatas em atividade no Brasil, Rui Falcão e
Gilberto Carvalho, já se movimentam nos bastidores para tentarem impor o
antigo sonho de controle social da mídia, vulga censura, com uma sanha
muito característica destes dois. Dilma em seu discurso pós eleição
fala em plebiscito para reforma política. Esta reforma é mais que
necessária, inclusive para se implantar o voto distrital neste país,
porém duvido que saia da cabeça de Dilma qualquer reforma que não seja
para beneficiar o PT em futuras eleições em detrimento da oposição. A
pequena margem de votos para Aécio Neves colocou o PT em alerta, é
preciso que se faça algo para não correrem risco de perder a eleição em
2018. Mas o tripé no qual o governo de Dilma se baseia é o da
incompetência, da corrupção e do autoritarismo, ressaltando que a
própria Dilma atende a estes três “pilares”. Não consigo enxergar como
ela vai conseguir nos próximos 4 anos reverter o momento ruim que o país
atravressa. Então é mais fácil tentar calar a imprensa, quebrar
financeiramente a oposição e remodelar o nosso judiciário com juízes do
naipe de Luís Barroso, que já colocou outro criminoso sociopata, José
Dirceu, na rua.
Mas eis que Dilma surge em sua primeira semana após
eleita aumentando taxa de juros para conter a inflação, preparando um
aumento da gasolina para tentar fazer a Petrobras respirar e acenando
até com um novo ministro da fazenda mais do agrado do mercado que o
totalmente inepto Guido Mantega, cujas previsões furadas tinham deixado
de serem engraçadas há muito tempo. Será que Dilma vai rever sua
política econômica e realmente colocar o Brasil no rumo certo? Será que
ela vai ouvir o mercado financeiro para atrair investiores? Para mim
isso é nada mais que uma NPE tupiniquim. Acalma-se o mercado
financeiro, que é uma entidade abstrata que carece muitas vezes de uma
certa tranquilidade, no momento para tentar conter os números horrorosos
da economia, que já afetam o mercado de trabalho. Afinal quem procura
emprego atualmente tem dificuldade de achar, e muitos que estão
empregados estão ociosos pois a produtividade das indústrias está baixa.
É um passo para trás (ou para frente dependendo do referencial) para
se dar vários passos em direção ao desastre bolivariano, que será
consolidado se conseguirem tirar nossas liberdades constitucionais.
Está muito claro quais são os passos que Dilma pretende dar.
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