quarta-feira, 31 de agosto de 2016

Daqui para Frente

Ufa! Escapamos do cataclisma, que seria a reintegração da posse de uma chefe de nação sem a menor noção do que fazer, sem apoio para qualquer medida que viesse a tomar e, pior, com o histórico de atitudes que no curto, médio e longo prazo jogariam o Brasil para um precipício profundo.  Ou alguém não conhece a realidade desesperadora de nações como Venezuela e Cuba que tinham a admiração da cúpula do finado governo?  Mas colocar o último prego no caixão político de Dilma Rousseff não é suficiente para tirar o Brasil da crise ou até mesmo fazer que adentremos uma espiral virtuosa rumo ao desenvolvimento.  Nem Michel Temer, que por ser vice na chapa de Dilma por duas vezes mostra um grau preocupante de compactuação com os absurdos desta, será o responsável por nos guiar a "Terra Prometida".

Quem então nos guiará através do deserto da crise?  Aécio?  Marina?  Bolsonaro?  Nenhum deles, essa travessia cabe a todos nós, sem exceção.  Uma vez discutindo com um amigo na época de graduação, ele argumentou que o Brasil precisava de uma liderança que nos inspirasse para sermos melhor, porém argumentei que precisávamos nós mesmo sozinhos tomarmos a atitude necessária para engrenar.  Qualquer trabalhador que precise de um "grande líder" como chefe para fazer seu trabalho direito está precisando mesmo de um outro emprego ou repensar suas atitudes.  Será que nós como cidadãos precisamos de um grande presidente para fazermos a nossa parte?  É claro que, quando vemos nosso dinheiro de impostos ser gasto com MST, UNE, Porto de Cuba, ascensorista do senado e outros sorvedouros inúteis e imorais, fazer nossa parte é difícil, mas ainda é necessária.  Boas lideranças nos contagiam para darmos o nosso melhor, mas nem sempre isso é verdade.

Aqui uma boa liderança é considerada aquela que fornece uma miríade de benesses a seus liderados, dinheiro, saúde, dinheiro, moradia, tudo de graça.  Primeiro que não é de graça, já que nossa carga tributária beira os 40%, e então o brasileiro precisa entender que esta gratuidade custa é muito caro.  A quantidade de candidatos prometendo tudo isso para o povo só não é maior que os eleitores que exigem dos governantes essas gratuidades.  Prepotência minha à parte, quem quer moradia de graça e dinheiro fácil que vá ao Programa do Sílvio Santos!  O brasileiro precisa é arregaçar as mangas para conseguir o que quer.  Só tiramos Dilma do governo, pois fomos aos milhões para a rua pedir isso.  Saúde e educação são itens que podem ser considerados investimentos nos cidadão, então é um debate separado.

Essa mendicância endêmica serve de alimento para governantes populistas que prometem os céus para seus eleitores.  Só que o pedágio cobrado por esses é ineficiência e corrupção.  Mais dinheiro, o brasileiro vai ter quando o mercado de trabalho estiver mais aquecido resultando em mais empregos e maiores salários, menores custos para moradia vão vir com juros menores devido a uma redução do déficit público, materiais de construção mais baratos com uma profunda melhora da eficiência das nossas cadeias de produção, etc.

E o brasileiro precisa também se emendar em relação a sua moralidade, vide a notória carta de Mark Mason.  Observo que nos últimos tempos existe uma crescente intolerância contra aqueles que cometem delitos, mas a turma das "vítimas das injustiças sociais" é bem resistente e altiva.  E para piorar muitos de nós temos telhados de vidro.  A nossa conivência com pequenos (e não tão pequenos) delitos como sonegação de impostos, compras de produtos piratas, dinheiro para cervejinha dos guardas, entre outros, é inaceitável.  Esse tipo de conivência é a semente da corrupção, poucos nascem 100% pilantras, mas vão lentamente chegando a esta porcentagem.  O combate à corrupção tem duas etapas, a primeira é se extirpar os corruptos do poder e puni-los, a segunda é evitar que novos corruptos substituam os antecessores.

A pior desculpa possível para se cometer delitos é que outros cometem, ou que isso é justificável pois os delitos são contra os mais ricos.  E aí reside um grande mal do brasileiro, é culpar sempre os mais ricos.  Isso seria correto se esses ricos considerados fossem os políticos com seus salários e benefícios nababescos, porém o brasileiro gosta de apontar o dedo para a burguesia e o empresariado.  Pobre, operário, classe média, burguês e empresário estão todos no mesmo barco.  Ou trabalhamos juntos para mudar o futuro, ou já em 2018, outro populista corrupto é eleito para colocar o Brasil no rumo do cataclisma.