terça-feira, 19 de abril de 2016

E Agora Michel?


Aleluia!  Demorou, mas finalmente foi dado o primeiro passo concreto para se apear do poder o PT retirando seu membro mais inepto, Dilma Rousseff, da posição onde o maior dano poderia ser causado.  Tudo indica que o Brasil vá ser comandado nos próximos anos por Michel Temer.  Não adianta espernear dizendo que ele não recebeu nenhum voto para presidente, pois Itamar Franco, Jango Goulart e outros também não receberam, mas assumiram o posto por terem sido eleitos vice-presidentes.  O brasileiro tem de ter mais critério para eleger presidentes e também mais atenção em quem está votando para vice-presidente, pois há sempre a chance deste vir a assumir o cargo de presidência.

Discussões à parte, Temer deve assumir em algumas semanas a presidência, a não ser que o Senado resolva recolocar o país em estado de convulsão não admitindo a denúncia aprovada na Câmara.  E então vem a pergunta que os brasileiros deveriam estar fazendo: e agora Michel, o que vais fazer?  Tirando os petistas de carteirinha, não havia dúvida que Dilma estava cavando um poço mais fundo para atolar o país, mas será que Temer sabe o que fazer para nos tirar do poço?  Quais as medidas que devem ser tomadas de imediato e no médio prazo para que possamos respirar e termos esperança?

Primeiro, o Brasil precisa mostrar para o mundo que é um país sério e que tem profundo respeito pela democracia.  É claro que parte da imprensa estrangeira, desprovida da mínima coerência e diligência, ou simplesmente por má fé mesmo, acredita que os motivos para o afastamento de Dilma são frágeis e que o que houve é um quase golpe.  É necessário escancarar as atrocidades fiscais cometidas nestes 5 anos de Dilma e pelo menos indicar que o Poder Executivo vai se comprometer em respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal, algo que o mercado financeiro e as agências de risco vão estar de olho.  E claro, esse comprometimento é necessário para que os contribuintes não tenham que ver sua renda diminuída por mais impostos ou inflação.  Não vai ser nada fácil.

De qualquer maneira, o novo governo deve mostrar um alinhamento com as mais sólidas democracias e se afastar de ditaduras e protoditaduras.  Mais claramente, adotar uma postura de distância de Cuba e Venezuela enquanto estes países mantiverem regimes de supressão de liberdades individuais.  A proximidade obscena do PT com Castro, Chávez, Maduro entre outros, além de repugnante, sempre me fez indagar se Lula e amigos queriam implantar no Brasil regimes semelhantes.  Ter conversas mais estreitas com países como EUA, os da Comunidade Europeia, Japão e outros não só demonstra uma postura diferente como permitirá uma possibilidade de se abrir canais de comércio com nações ricas no futuro, algo que empresários sérios nesse país desejam para ampliar seus negócios, gerar mais riquezas e empregos.

Também de imediato, Temer pode reduzir drasticamente os gastos com o “Bolsa Companheiro”, que é talvez um dos maiores sorvedouros de recursos do Brasil.  O governo do PT tem cerca de 20 mil cargos distribuídos para funcionários não concursados.  Conhecendo a qualidade do governo de Dilma e o caráter dos altos dirigentes do PT, creio que a maioria desses funcionários deve ser composta por parasitas que além de não fazerem nada de útil, atrapalham o bom funcionamento das instituições.  Isso sem contar a dinheirama que é despendida com os “movimentos sociais”, sindicatos e similares como CUT, UNE, MST, etc.  Uma auditoria de quanto dinheiro foi gasto com essas pragas e como foi gasto este dinheiro seria desejável, mas se pararem de gastar com estes já ajudará em muito o resto do país.

Depois disso, as coisas se complicam e bastante.  Temer e seu partido nunca me passaram a impressão de serem discípulos de uma administração da coisa pública eficiente, correta e responsável, aliás, a impressão que tenho do PMDB é bem oposta.  O PT passou anos aparelhando, inchando e sucateando a administração pública e está na hora de um choque de competência para que essa combalida administração pública comece a fazer bem para o país ao invés de travar o nosso crescimento e infernizar nossa vida.

O país tem leis ou arcaicas ou absurdas que dificultam a economia e a geração de empregos.  A nossa legislação trabalhista é cheia de “direitos trabalhistas” que fazem que qualquer empregador sensato pense bastante antes de contratar alguém que implicitamente terá uma miríade de benefícios sem necessariamente em contrapartida ter de mostrar um desempenho no emprego.  A nossa previdência está quebrando, se já não estiver quebrada, mas todos os brasileiros querem ganhar muito quando aposentados e gastar pouco para contribuir antes da aposentadoria.  O nosso sistema tributário parece ter sido escrito pelo próprio Franz Kafka, não só se gasta um absurdo de impostos como também se perde muito tempo pagando impostos.  Reformas trabalhistas, previdenciárias e tributárias são urgentes, mas não vejo os velhacos que infestam o PMDB tendo essas reformas como objetivo.  Se Temer não cogitar essas reformas, dificilmente o Brasil poderá alçar voos mais altos que aqueles de uma galinha.

A nossa infra-estrutura está sucateada graças às ideologias burras do petismo, bem como a sanha de poder meter a mão no dinheiro público, e precisamos modernizar estradas, ferrovias, aeroportos, portos, etc.  Relançar PACs ou algo similar seria no mínimo deprimente. O país não tem dinheiro, então que os recursos para esta modernização sejam originários do setor privado.  Se Temer for adepto da retórica nacionalista míope, podemos esperar que as previsões do filme “De Volta para o Futuro – Parte 2” se concretizem e que em breve não precisemos de estradas ou de usinas elétricas.  Acho improvável...

E por último, mas igualmente importante, um combate implacável à corrupção endêmica do país.  O governo brasileiro precisa ser menor e mais transparente.  Os gastos públicos devem ser menores e precisam ser informados ao público.  O PT torra a nossa grana com hospedagem em hotéis caros, aluguéis de limusines, voos de primeira classe e esconde esses gastos do público.  É simplesmente inaceitável.  Apesar do PMDB não ser nenhum campeão de lisura, fica a esperança que Temer implemente os mínimos mecanismos para o escrutínio de como nossos impostos são gastos.

Estes são alguns dos pontos que Michel Temer e seu novo governo devem abordar nos primeiros momentos.  Há muitos outros como redução do número de ministérios, retomada das privatizações, independência do Banco Central, que também são igualmente necessários e importantes.  O novo governo deve levar a crise a sério, saber articular uma união entre os partidos que se opuseram à Dilma e tentar colocar de novo o país no eixo.  Pior do que não sairmos da crise nos próximos anos, é termos de cogitar a possibilidade de ter alguém eleito em 2018 que nos coloque de novo no fundo do poço.  Michel, não nos desaponte!