Nestes
últimos dias, falou se muito do aniversário de 25 anos da queda do muro de
Berlim, um evento simbólico que escancarava para o mundo a derrocada do chamado
Segundo Mundo (termo pouco usado), ou o bloco comunista que girava em torno da
União Soviética. As imagens de alemães
ocidentais e orientais se encontrando à medida que o muro ia se dissolvendo a
marretadas foi marcante. Mais do que uma
geração de alemães foi separada pela partilha do país no final da Segunda Guerra
Mundial e mesmo assim os habitantes da extinta República Democrática Alemã não
hesitaram um momento em se juntar à República Federal da Alemanha, que aceitou
pagar uma conta salgada para se possibilitar essa união. O gesto de uma habitante de Berlim Oriental
que em seguida à queda do muro foi devolver um livro a uma biblioteca do lado
ocidental no qual o pegou emprestado antes de erguerem o muro demonstrava esse
sentimento de união. Pode-se argumentar
que esta reunificação resultou do fracasso retumbante do modelo comunista. O fim da Guerra Fria anunciava o término de
uma das experiências mais nefastas já presenciadas na história da humanidade
que matou milhões de pessoas, privou gerações de liberdades e direitos mais
básicos e quase causou o apocalipse nuclear.
Apesar de
vários economistas terem refutados as teorias de Karl Marx, Sigmund Freud foi talvez
aquele que melhor argumentou contra o comunismo afirmando que as premissas psicológicas no qual se baseiam o
comunismo são insustentáveis. Mas os
psicólogos que me expliquem o porquê de 25 anos depois da queda do muro de
Berlim vemos ainda várias pessoas acreditando que existem fórmulas utópicas
para o paraíso na Terra. Hoje se fala
menos em comunismo, mas ainda é um termo vivo, e mais em socialismo. Porém, continua-se a acreditar que este tipo
de modelo sócio-econômico pode levar a outros resultados que não sejam a ruína
de uma nação. Em suma, eu pergunto o que
se passa na cabeça de um indivíduo que acha que qualquer coisa similar ao
marxismo pode dar certo?
Não acho
que governantes de nações socialistas sejam socialistas per se, pois a história
recente mostram que estes se tornaram a elite dominante o que, obviamente, é
muito conveniente para eles. Portanto,
quando vejo um líder bolivariano, ou político com aspiração bolivariana,
exaltando o socialismo, eu vejo alguém se esbaldando no poder ou procurando se
esbaldar no poder. Mas e aqueles que não
estão na elite mas acreditam piamente que o socialismo irá trazer justiça social
a todo povo? Uma crença intrinsecamente
equivocada pois não traz justiça social e sim injustiça privando um dos mais
importantes direitos que é o à propriedade.
Não sou psicólogo,
mas creio que este tipo de indivíduo cria uma ilusão forte a qual se agarra e o
impede de enxergar a realidade. Conheço
pessoas inteligentes e trabalhadoras que acreditaram em promessas da esquerda
mais socialista. Alguns realmente
revisaram seus conceitos mas outros permanecem com esta crença. Um dos motivos seria o do contato com a
miséria e o sofrimento alheio. É difícil
não se comover ao vermos pessoas que têm pouca ou nenhuma esperança de uma
vida minimamente digna. Muitos de nós
procuramos ignorar esta situação para focarmos em cuidar de nossas próprias vidas,
para o qual problemas também não faltam.
Alguns poucos em gestos realmente altruístas se dedicam a diminuir o
sofrimento alheio, algumas vezes de maneiras pouco eficientes. Mas outros talvez como maneira de atenuar o desespero
de ver uma situação angustiante resolvem endossar políticos que oferecem “soluções
fáceis” para acabar com os problemas sócio-econômicos da população mais
desfavorecida. E nisso culpam a tal da elite
pelas injustiças sociais. Conheço gente
que está entre os 5% mais ricos da população mas fala mal da elite, sem
perceber que pertencem a esta! Suponho
eu, que o endosso ao socialismo alivie seus sentimentos de culpa e possam
continuar a tocar suas vidas.
Mas isso
explica só uma parcela. Outros por terem
inveja de pessoas bem sucedidas, desejam nada menos que a ruína alheia
garantida pelos ideais socialistas. Afinal
a miséria gosta de companhia. Há também
aqueles que são desprovidos pela mais completa ausência de noção e realmente
crêem que os norte-coreanos vivem melhor que seus vizinhos meridionais, aqueles
do país “marionete do império americano”.
Nesta
análise excluí aqueles miseráveis que endossam qualquer um que lhes der
qualquer assistência para aliviarem seu sofrimento imediato, e também aqueles
que lucram com um sistema socialista por usufruirem de poder ou simplesmente de
ganhar sem precisar trabalhar.
O problema
é que há muitos simpatizantes de políticas socialistas e de tendências radicais
de esquerda. Vivem numa realidade onde o
Muro de Berlim continua a existir, Cuba é o paraíso e a Rússia é o país que irá
combater o imperialismo americano. Mesmo
sem saber, trabalham para reconstruir Muros de Berlim, só que aqui mesmo em
terras brasileiras. Sobram pedreiros
nestas terras para complicar a vida de todos nós.
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