quarta-feira, 12 de novembro de 2014

25 Anos Depois, Sobram Pedreiros




Nestes últimos dias, falou se muito do aniversário de 25 anos da queda do muro de Berlim, um evento simbólico que escancarava para o mundo a derrocada do chamado Segundo Mundo (termo pouco usado), ou o bloco comunista que girava em torno da União Soviética.  As imagens de alemães ocidentais e orientais se encontrando à medida que o muro ia se dissolvendo a marretadas foi marcante.  Mais do que uma geração de alemães foi separada pela partilha do país no final da Segunda Guerra Mundial e mesmo assim os habitantes da extinta República Democrática Alemã não hesitaram um momento em se juntar à República Federal da Alemanha, que aceitou pagar uma conta salgada para se possibilitar essa união.  O gesto de uma habitante de Berlim Oriental que em seguida à queda do muro foi devolver um livro a uma biblioteca do lado ocidental no qual o pegou emprestado antes de erguerem o muro demonstrava esse sentimento de união.  Pode-se argumentar que esta reunificação resultou do fracasso retumbante do modelo comunista.  O fim da Guerra Fria anunciava o término de uma das experiências mais nefastas já presenciadas na história da humanidade que matou milhões de pessoas, privou gerações de liberdades e direitos mais básicos e quase causou o apocalipse nuclear.

Apesar de vários economistas terem refutados as teorias de Karl Marx, Sigmund Freud foi talvez aquele que melhor argumentou contra o comunismo afirmando que as  premissas psicológicas no qual se baseiam o comunismo são insustentáveis.  Mas os psicólogos que me expliquem o porquê de 25 anos depois da queda do muro de Berlim vemos ainda várias pessoas acreditando que existem fórmulas utópicas para o paraíso na Terra.  Hoje se fala menos em comunismo, mas ainda é um termo vivo, e mais em socialismo.  Porém, continua-se a acreditar que este tipo de modelo sócio-econômico pode levar a outros resultados que não sejam a ruína de uma nação.  Em suma, eu pergunto o que se passa na cabeça de um indivíduo que acha que qualquer coisa similar ao marxismo pode dar certo?

Não acho que governantes de nações socialistas sejam socialistas per se, pois a história recente mostram que estes se tornaram a elite dominante o que, obviamente, é muito conveniente para eles.  Portanto, quando vejo um líder bolivariano, ou político com aspiração bolivariana, exaltando o socialismo, eu vejo alguém se esbaldando no poder ou procurando se esbaldar no poder.  Mas e aqueles que não estão na elite mas acreditam piamente que o socialismo irá trazer justiça social a todo povo?  Uma crença intrinsecamente equivocada pois não traz justiça social e sim injustiça privando um dos mais importantes direitos que é o à propriedade. 

Não sou psicólogo, mas creio que este tipo de indivíduo cria uma ilusão forte a qual se agarra e o impede de enxergar a realidade.  Conheço pessoas inteligentes e trabalhadoras que acreditaram em promessas da esquerda mais socialista.  Alguns realmente revisaram seus conceitos mas outros permanecem com esta crença.  Um dos motivos seria o do contato com a miséria e o sofrimento alheio.  É difícil não se comover ao vermos pessoas que têm pouca ou nenhuma esperança de uma vida minimamente digna.  Muitos de nós procuramos ignorar esta situação para focarmos em cuidar de nossas próprias vidas, para o qual problemas também não faltam.  Alguns poucos em gestos realmente altruístas se dedicam a diminuir o sofrimento alheio, algumas vezes de maneiras pouco eficientes.  Mas outros talvez como maneira de atenuar o desespero de ver uma situação angustiante resolvem endossar políticos que oferecem “soluções fáceis” para acabar com os problemas sócio-econômicos da população mais desfavorecida.  E nisso culpam a tal da elite pelas injustiças sociais.  Conheço gente que está entre os 5% mais ricos da população mas fala mal da elite, sem perceber que pertencem a esta!  Suponho eu, que o endosso ao socialismo alivie seus sentimentos de culpa e possam continuar a tocar suas vidas.

Mas isso explica só uma parcela.  Outros por terem inveja de pessoas bem sucedidas, desejam nada menos que a ruína alheia garantida pelos ideais socialistas.  Afinal a miséria gosta de companhia.  Há também aqueles que são desprovidos pela mais completa ausência de noção e realmente crêem que os norte-coreanos vivem melhor que seus vizinhos meridionais, aqueles do país “marionete do império americano”. 

Nesta análise excluí aqueles miseráveis que endossam qualquer um que lhes der qualquer assistência para aliviarem seu sofrimento imediato, e também aqueles que lucram com um sistema socialista por usufruirem de poder ou simplesmente de ganhar sem precisar trabalhar.

O problema é que há muitos simpatizantes de políticas socialistas e de tendências radicais de esquerda.  Vivem numa realidade onde o Muro de Berlim continua a existir, Cuba é o paraíso e a Rússia é o país que irá combater o imperialismo americano.  Mesmo sem saber, trabalham para reconstruir Muros de Berlim, só que aqui mesmo em terras brasileiras.  Sobram pedreiros nestas terras para complicar a vida de todos nós.

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