sábado, 12 de abril de 2014

Porque o Congresso Nunca Vai Mudar

Que o nosso Congresso é formado por picaretas com anel de doutor, todos nós sabemos, inclusive pelos picaretas sem anel de doutor. Mas o brasileiro parece não entender é como se criou este monstro. Afinal, no Congresso existe de tudo, traficantes, homofóbicos, (muitos) bandidos de colarinho branco, idealistas sem compromisso com as instituições, políticos manipuláveis e até alguns políticos honestos, mas todos tem algo em comum: foram eleitos. O brasileiro subestima o poder do Legislativo, acha que o Brasil é ainda uma ditadura onde o presidente e os governadores têm poderes ilimitados para mudar tudo. Mas esquecem que existem o Legislativo e o Judiciário. O que esperar de uma braço de poder onde os líderes são Renan Calheiros, do implante capilar, e Henrique Alves, do bode empresário? 

Existem dois problemas graves, ao meu ver, de como o Legislativo é eleito. O primeiro é justamente aquele já mencionado, o brasileiro não escolhe bem seus representantes. Uma minoria vota em subcelebridades como protesto, vide Tiririca e Clodovil entre outros, ou pior em candidatos incompetentes e/ou meliantes. Poucos se lembram em quem votaram na última eleição para o Legislativo. Já vi no passado idealistas, como aquele da tartaruga e do coelho, que são eleitos porque o eleitorado o acha uma pessoa honesta, mas que na verdade são absorvidos por partidos que quando na oposição sabotam indiscriminadamente o governo e quando no governo procuram pastas e posições para “meterem a mão”. Nada de novo no que estou falando. Mas continuamos não dando importância a quem votamos para o Legislativo, que tem muitos poderes e pouca responsabilidade.

O segundo problema é algo menos comentado, mas é, em específico para a Câmara de Deputados, a lei eleitoral. Não temos voto distrital e, portanto, políticos com alto índice de rejeição (mensaleiros) e sem proposta séria nenhuma (Tiririca) são eleitos mesmo recebendo até menos 1% de votos porque os votos para deputados são pulverizados e às vezes candidatos mais bem votados “carregam” outros menos votados. Pseudo-estados, como alguns ex-territórios, com menos de 1 milhão de habitantes tem direito a eleger 8 deputados federais. Muitos deles são párias. Estados com população grande proporcionalmente não conseguem eleger tantos. Quem quiser mudar isto vai ser taxado de elitista e de querer perpetuar a exploração econômica das áreas mais pobres do país. Nos EUA, o Alaska com cerca de 500 mil habitantes elege 1 deputado. Aqui esta distorção criada no fim da ditadura militar perdura e não deve ser alterada, pois quem pode mudar isso é o próprio Congresso...
Isso tudo resulta na proliferação dos “loucos”, como definido pelo Tiririca, que não resolvem nada.

O Pará, mais específico Belém, teve uma participação importante em 2011 para conter a Bolha quando votou no plebiscito estadual contra a criação dos estados de Carajá e Tapajós. Cada um desses pseudoestados teriam direito a 3 senadores, 8 deputados (no mínimo) e 1 time “meia boca” na Copa do Brasil. O resto do Brasil precisa continuar este trabalho.


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