A Pessoa Errada no Lugar Errado
Em 1996, o Flamengo no auge da
estratégia de contratar por critérios de marketing e não por critérios
técnicos, contratou os atacantes Marques e Amoroso para o time que já contava
com Sávio e Romário. O time até ganhou o
campeonato carioca de maneira invicta, mas a eliminação na semifinal da Copa do
Brasil era um prenúncio que o time iria falhar miseravelmente no Campeonato
Brasileiro, quando já não tinha esses 4 jogadores juntos. Para escalar todos estes atacantes, o técnico
Joel Santana é claro que recuava 2 para o meio de campo, que ficava capenga de
um bom armador. Mas o importante era
fazer o “oba-oba” em torno das contratações para alegrar a torcida que estava
profundamente irritada com o “Melhor Ataque do Mundo” de 1995, com Sávio,
Romário e Edmundo. É claro que a torcida
ficou mais irritada ainda com os pífios resultados do Flamengo no segundo
semestre de 1996.
Sempre que eu ouço que Joaquim
Barbosa deveria se candidatar, penso que vão colocar a pessoa errada no lugar
errado. Ao contrário do Flamengo de
1996, quando sobravam bons atacantes e faltavam bons meio-campistas, o Brasil
carece de um bom presidente, mas tem um bom juiz no STF. Para que colocá-lo em um lugar onde os
defeitos de Barbosa irão ser acentuados e suas virtudes escondidas? Quando a “torcida” pede por Barbosa na
presidência, eu não me preocupo, pois é uma expressão da frustração com o Poder
Executivo, mas enquanto Barbosa não dava uma negativa contundente às perguntas
sobre suas intenções presidenciais, eu me preocupava. Pelo visto agora o problema fica para 2018.
Primeiro, Barbosa já mostrou uma
veia autoritária e pior já teve seus episódios de destempero. Nossa atual presidente é autoritária e
destemperada, entre outros defeitos, e o que consegue com esta atitude é
alienar sua equipe. E para quem já teve
que lidar com chefe carrasco, sabe que no momento que se aliena os
subordinados, perde-se a comunicação com a base e a chefia acaba sendo a última
a saber das coisas. E pior, ninguém é
capaz de alertar a chefia dos equívocos, pois ou são repreendidos ou são
afastados. Dilma já passou por isto e
não aprendeu a lição. O líder do Poder
Executivo tem que ter metas claras para economia, saúde, educação, segurança,
meio-ambiente, relações internacionais, etc.
De preferência tentar atingir estas metas com bem menos que 39
ministérios. Quais são as metas de
Barbosa para estas áreas? Ninguém
sabe. E mesmo que ele tenha metas e que
sejam boas metas, não consigo enxergar Barbosa liderando uma equipe sem
aliená-la ou se indispor irreversivelmente com qualquer um que discorde dele.
Segundo, todos nós precisamos ter
a consciência, mesmo que tarde, que não é só o Poder Executivo que é
importante, e sim o Legislativo e o Judiciário também. Preocupa-me a entrada de Luís Roberto Barroso
no STF torne a entidade máxima do Poder Judiciário uma entidade ideológica que
siga a “consciência” de seus membros e na pior das hipóteses do Gilberto
Carvalho. O STF tem que se ater às leis
do país e não aos interesses de partidos.
Um país onde a entidade judicial máxima não respeita as leis é um país
condenado ao declínio. Se as leis são
injustas, cabe ao Legislativo reparar isto.
Barbosa já demonstrou que sabe qual é a função de um juiz, haja vista
sua participação no julgamento do mensalão.
O STF precisa de Barbosa e o país precisa de Barbosa no STF.
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