A transição da Idade Moderna para a Idade
Contemporânea entre os Séculos XVIII e XIX foi marcada pela industrialização e
a adoção do sufrágio universal, pelo menos em boa parte das nações. Historicamente, essa transição é marcada pela
Revolução Francesa em 1789, iniciada com o protesto que culminou com a invasão
à prisão da Bastilha, uma revolução burguesa, no qual os produtores da riqueza
se revoltaram contra uma elite que nada produzia além de impostos e
privilégios. Revolta também
compartilhada do outro lado do Atlântico, na emergente nação americana. No ano de 1773, houve o Boston Tea Party, um protesto no qual americanos destruíram um
carregamento inglês de chá, assim protestando contra as políticas de impostos
imposta pelos ingleses nas colônias, entre elas a de Massachusetts, onde Boston
é localizada. Naquela época, os poderes
dos colonizadores, déspotas, monarcas e similares não seria cedido aos demais
cidadãos sem conflitos. Além dos EUA e
da França, o Reino Unido teve a Revolução Gloriosa em 1688, que é considerada
um marco na transição da monarquia absolutista para uma monarquia parlamentar
naquela nação.
A história da humanidade é marcada por
revoluções, revoltas, insurgências, protestos, levantes e outros. Nem todas resultaram em mudanças para o
melhor. A própria Revolução Francesa,
apesar de marcante, resultou em um novo período de regime absolutista com
Napoleão Bonaparte. Outras resultaram em
regimes ainda mais brutais como a Revolução Russa em 1917 e a Iraniana em
1979. Em 1989, o mundo testemunhou a
insatisfação contida dos chineses com os protestos na Praça da Paz Celestial e
a brutalidade do governo comunista que massacrou milhares de protestantes. A
mais ilustre das vítimas, foi um desconhecido que ficou na frente de uma
fileira de tanques num ato em que expressava toda a sua indignação além de um
comportamento que ficava entre coragem e insanidade. Recentemente, protestos na Tunísia, Egito e
Líbia culminaram na “Primavera Árabe”, que rapidamente caminha para um “Inverno
Árabe”.
Protestos são maneiras da sociedade expressar
suas insatisfações e ensejos por mudanças.
As democracias modernas garantem o direito de seus cidadãos protestarem,
enquanto nas ditaduras, estes são geralmente repreendidos brutalmente. Mas isso não quer dizer que todo protesto é
por um bom motivo, ou às vezes é bem-intencionado, mas com exigências
equivocadas. Em junho de 2013, os
brasileiros protestaram contra o governo.
Fizeram diversas exigências, mas o ponto de partida foi a do aumento das
tarifas de transporte público. Protestar
contra este aumento sem entender que era uma consequência de uma política
econômica equivocada é miopia. Os
salários de motoristas e cobradores aumentaram, os preços de autopeças subiram,
tudo isso causa pressão inflacionária.
Não vi ninguém protestando contra uma política de juros populista que
colocou a inflação no teto da meta. É
claro que as empresas de ônibus municipais não são exemplos de eficiência e boa
gestão, muito pelo contrário, mas esse aumento nos custos ou é repassado para o
usuário, ou para o contribuinte por meio de subsídio da prefeitura, ou isso
impacta na capacidade de investimento da empresa. Mesmo assim, os protestos foram marcantes e como
consequência o governo brasileiro cedeu em não aumentar as tarifas e só. Um ano depois, os brasileiros reelegeram
Dilma para implodir de vez a economia do país.
Resumindo, os protestos de junho de 2013 foram espalhafatosos, incômodos
e inócuos.
A imprensa tem seu papel em incentivar os protestos
na atual história brasileira. Poucos
órgãos em 2013 foram capazes de denunciar que o que o Movimento do Passe Livre
exigia não tinha cabimento. A
despreparada polícia paulista reagiu mal aos protestos diante da imprensa e
isso foi o combustível necessário para que a população tomasse a rua, junto com
os famigerados black blocks. E aí começa um dos problemas do país que é a
permissividade que grupos que atuam à beira da marginalidade, para não dizer a
criminalidade, ajam quase impunemente.
Parte da população foi contra a depredação promovida pelos encapuzados,
mas poucos denunciaram estes como vândalos truculentos que até mataram um
cinegrafista. E pouco se sabe quem são
estes bandidos, como são organizados e como impedir que causem mais terror. Fica a pergunta, cadê a inteligência da
polícia?
O mesmo se aplica a organizações clandestinas
que tem notória projeção como o MST e MTST.
O primeiro age quase impunemente há mais de 30 anos invadindo
propriedade privada e extorquindo fazendeiros e indústrias. É uma organização que não tem sequer CNPJ e
cujo suporte financeiro é no mínimo escuso.
Se há alguma investigação em prática desta organização, esta é bem
ineficiente, pois estes continuam agindo em plena luz do dia cometendo uma
série de crimes. O mesmo pode se dizer
do MTST, organização de mesma metodologia e filosofia cujo líder Guilherme
Boulos ganha até coluna em jornal de grande circulação. E aí vem a pergunta, o que impede a polícia
de enquadrar esse tipo de organizações?
E o que impede parte da imprensa de denunciar o MST e o MTST como
organizações criminosas?
Muito se fala que ir contra o MST e o MTST é
criminalizar movimentos sociais, mas não se comenta que as soluções que os dois
propões são equivocadas. No caso do
MTST, cujo líder Boulos foi recentemente preso para ser solto em seguida, a solução
é invadir qualquer terreno que julgue que deve ser invadido sem se preocupar
com o urbanismo ou leis. É claro que
existe um problema de déficit de habitações em São Paulo, mas ignorar que
existem problemas como trânsito estrangulado, saneamento básico deficiente e
invasões extremamente nocivas em áreas de mananciais é uma agressão aos demais
paulistanos e vizinhos. Os paulistanos
elegem prefeito e vereadores para que estes possam gerir a cidade de maneira
que todos os cidadãos sejam respeitados, não apenas os militantes do MTST e os
simpatizantes de Boulos.
Mas não são só os “organizados” que protestam
nesta banda, os desorganizados protestam e tumultuam a torto com enorme
complacência das autoridades e um apoio sem sentido de parte da imprensa. Alunos não gostam que a polícia autue usuários
de drogas, invadem reitorias de universidades; sindicalistas são contra
mudanças necessárias nas leis trabalhistas, fazem piquetes impedindo
trabalhadores de acessarem seus locais de trabalho; sem contar outros tipos de
protestos que fecham ruas, depredam patrimônio público ou alheio, queimam
pneus, por qualquer motivo tosco. Os
colonos de Boston talvez não conseguissem um impacto tão grande no Século XVIII
se não infligissem um dano financeiro e moral à coroa inglesa, mas isso foi em
outro momento e em outra época. Hoje,
existe uma democracia vigente (não houve golpe) e os protestos devem respeitar
sim os direitos dos demais e as leis existentes.
Infelizmente no Brasil, esses movimentos agem
protegidos por um falso escudo moral alegando que protegem os mais humildes dos
exploradores. Estes últimos podem ser o
contribuinte ou alguém que juntou dinheiro durante a vida para adquirir uma
propriedade e ver o direito desta propriedade ser atacado por pseudomoralistas. Está na hora desses movimentos sociais e
outros protestos feitos por arruaceiros serem denunciados e condenados por
serem agressões à democracia e não como defesa da democracia como pregam. Há quase 250 anos atrás, os protestos eram
contra regimes absolutistas e ditatoriais feitos pela sociedade, agora são
feitos por marginais simpatizantes de ditaduras contra a sociedade e o cidadão.
Basta ver a foto de Boulos posando ao
lado de Raúl Castro, Não é exclusividade do Brasil não enxergar isto, mas
agride o brasileiro de bem ver este tipo de desvirtuação seguir impune aqui
nessas bandas.
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