tag:blogger.com,1999:blog-91297504965159139372024-02-20T06:40:20.294-08:00Novo Blog do RicardoRicardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.comBlogger59125tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-5557818159176946272018-03-02T08:35:00.002-08:002018-03-02T08:35:38.552-08:00Enfrentando a Juniorização<div style="text-align: justify;">
A vida começa depois dos 40! Esta é uma frase um tanto disseminada para animar aqueles que adentram os 40 anos tentando fazê-los diminuir o foco na juventude que vai ficando para trás. Conheço gente que sente bastante saudades de outras épocas e outros que fazem vários planos para a segunda metade da vida, afinal o tempo é implacável e não adianta muito olhar para trás mesmo. Em outras épocas, a idade dos 40 era razoavelmente avançada, uma vez que o tratamento para enfermidades era bem precário e os constantes conflitos bélicos entre as nações reduziam significativamente a expectativa de vida da população. Hoje temos tratamentos bem eficazes para doenças que antes eram letais, e desde 1945 não há um conflito de grandes proporções que resulte em milhões de mortos, como foi a Segunda Guerra Mundial. Isso traz alguns novos (ou nem tanto) desafios para os "quarentões" que vislumbram muitas vezes quase meio século a mais de vida pela frente. Entre estes desafios estão aqueles da vida profissional já que a aposentadoria nesses tempos modernos está sendo empurrada para a casa dos 70 anos por necessidade.</div>
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O derradeiro debate entre os dois candidatos à presidência em 2014 foi marcado pela pergunta de Elisabete Timbó, uma economista de 55 anos, que queria saber que medidas os candidatos pretendiam tomar para auxiliá-la já que estava há 2 anos sem emprego, situação comum a vários outros brasileiros. Enquanto Dilma sugeriu de maneira obtusa e até mesmo cínica que obtivesse uma qualificação maior fazendo um curso no PRONATEC, Aécio Neves argumentou que primeiro era necessário resolver problemas macroeconômicos para que a economia crescesse para que houvesse geração de empregos qualificados. Por mais sensata que tenha sido a resposta de Aécio, em específico se for comparada com a bobagem (mais uma) proferida por Dilma, esta é uma resposta um tanto evasiva que não aborda um problema que a macroeconomia tem impacto menor na carreira do profissional mais maduro do que Aécio inferiu.</div>
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Empresas que se tornam grandes conseguem isso porque em algum instante souberam se organizar adequadamente, inclusive no que diz respeito ao seu organograma. Dificilmente veremos uma empresa de mais de 1000 funcionários ter uma razão de subalternos para gerentes (ou supervisores) pequena, se isso ocorrer, recomendo sair logo, pois não só está fadada ao fracasso como o ambiente de trabalho deve beirar o insuportável. Isso significa que empresas bem-sucedidas possuem um afunilamento considerável na sua estrutura, mantendo assim uma maior agilidade em tomadas de decisões estratégicas e uma folha salarial em patamares saudáveis. Ascender verticalmente em um organograma não é fácil, e nem deveria ser, o que tem um efeito sensível no horizonte profissional dos funcionários da empresa. Há aqueles que com a experiência, adquirem um considerável conhecimento técnico e, mesmo não gerenciando subalternos, passa a ser responsável por certas decisões táticas. É a notória carreira em Y.</div>
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Naturalmente, a cada ano as universidades formam vários novos profissionais na casa dos 20 anos que procuram o seu primeiro emprego, isso sem contar aqueles que se formam já empregados. Salvo situações em que a economia cresce significativamente, a entrada dessa nova geração de profissionais só é possível se as empresas abram novas vagas a partir da dispensa de funcionários mais velhos. Este processo é apelidado de juniorização. No Brasil atual, a juniorização ganhou ares de irresponsabilidade com a substituição de pessoas chaves em um organograma por funcionários pouco qualificados mas que aceitam menores salários, o que agrava a situação desses funcionários mais velhos. De qualquer maneira, essa reciclagem nas empresas é mais do que esperada, por mais cruel que possa parecer. Sobra o desafio de profissionais de mais de 40 anos, como a Sra. Timbó, de como fazer para sobreviverem à juniorização ou à reciclagem.</div>
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Quando se formamos de um curso superior, é bem comum o contato para realizarmos as fatídicas dinâmicas de grupos para preenchermos as vagas na base do organograma de uma empresa. Normalmente, os melhores recém-formados vão atrás de vagas em grandes empresas, pois estas possuem planos de carreira, ou pelo menos alegam possuir. Depois dos 30 anos, esses contatos são menos frequentes, a mobilidade entre empresas ocorre por <i>networking</i>, ou seja contato com outros profissionais. Redes sociais com perfil profissional, como o LinkedIn, facilitam este <i>networking </i>e a migração de profissionais entre empresas. Depois dos 40 anos, a situação fica mais complicada. Esses contatos ficam cada vez mais escassos, exceto para aqueles que conseguem sobreviver ao afunilamento natural na empresa. Muito se alega que há preconceito com profissionais com mais idade para funções mais prosaicas, mas há um certo mérito na procura de um perfil de profissionais mais jovens. Na teoria estes tem mais energia e disposição para o trabalho, sem contar que aceitam salários menores.</div>
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Aqui começa o desafio dos quarentões juniorizados ou a ponto de serem juniorizados. No Brasil, há um agravante que decorre do efeito deletério dos vários aumentos salariais impostos por dissídios. Como este aumento é obrigatório as empresas, funcionários com mais tempo de casa tem salários maiores e se não tiverem uma produtividade condizente com o salário serão fatalmente alvo de demissões, salvo é claro algumas exceções. Outros problemas apresentados por funcionários mais velhos são a acomodação, a desmotivação por eventual estagnação e a falsa sensação que são parte integrante e insubstituível da empresa. Muitos funcionários mais velhos quando percebem que vão sucumbir ao afunilamento ainda por cima preferem esperar a demissão ao invés de procurarem outro emprego. Este é outro efeito deletério das leis trabalhistas brasileiros, pois incentivam estes funcionários a esperarem por pacotes de demissão que a curto prazo são polpudos, mas a médio prazo podem minar a carreira destes.</div>
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Como funcionários mais velhos ganham naturalmente mais que os mais novos, empresas ficam mais do que tentadas a juniorizarem seus cargos. Do outro lado, conheço desempregados que recusaram trabalhos por considerarem o salário oferecido não digno à sua formação e experiência. Muitas vezes empresas exploram mesmo as adversidades de um profissional desempregado oferecendo não só um salário ruim, mas como um trabalho igualmente ruim. Recusar a oferta é um direito deste profissional, mas este corre o risco de ficar fora do mercado de trabalho por tempo alto, o que reduz significativamente a chance deste se recolocar. Outros profissionais até aceitam salários reduzidos, mas algumas empresas desconfiam que este profissional queira só minimizar o prejuízo e vá procurar outro emprego logo que seja contratado, o que é bem comum.</div>
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O que fazer então? Uma possibilidade é uma mudança de carreira, o que não é fácil. O profissional deve não só encarar uma mais do que provável redução salarial como também ter a humildade de encarar um aprendizado intensivo decorrente desta mudança. Sem contar que nem todas as carreiras aceitam estas mudanças facilmente, o empregador pode preferir evidentemente um recém-formado a um quarentão aberto a novas experiências. Outra possibilidade, muito comum neste país, é o profissional virar concurseiro e tentar ingressar no funcionalismo público. Concursos tem como característica não fazer nenhuma distinção dos candidatos quanto à idade, aliás em alguns o critério de desempate é justamente o de maior nota. Porém concursos não são fáceis e diante de um quadro de déficit primário, espera-se que o governo tenha o bom senso de contratar novos funcionários se e somente se for necessário isto. Uma das alternativas mais populares é a do profissional investir o dinheiro da rescisão em algum negócio como restaurantes, comércios e serviços. Alguns dão certo, muitos perdem dinheiro que não tem. Tocar um negócio não é fácil e muitas vezes exige mais dedicação que aquela dispensada no emprego anterior.</div>
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Na minha humilde visão, uma alternativa que torna viável o emprego destes quarentões, cinquentões e sessentões vítimas da juniorização são vagas em pequenas e médias empresas. Nestas empresas o plano de carreira é extremamente limitado, mas muitas vezes um profissional mais experiente é aquele que é ideal para a empresa. O perfil de vaga muitas vezes exige o desempenho de funções mais mundanas, mas também exige conhecimento que recém-formados não têm. Funcionários novos podem procurar rapidamente sair de empresas sem possibilidade de carreira, mas outros mais velhos podem aceitar essa realidade. Basta o profissional juniorizado ter humildade e não possuir ego frágil. Algumas dessas empresas são verdadeiras armadilhas, digo isso por experiência própria, que tirarão a saúde mental do profissional, mas outras são boas de trabalhar. O salário pode até ser inferior àquele pago anteriormente, mas é infinitamente maior que zero, e tempo dispensado ao trabalho é algumas vezes inferior aquele necessário para a aventura de um negócio próprio. O aproveitamento destes profissionais depende muito destes não serem presunçosos e presos a um passado que pode nunca voltar.</div>
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Sim a economia tem que crescer para que mais oportunidades surjam, mas também é necessário neste país uma sensível desburocratização e incentivo ao empreendedorismo. No momento, o Brasil é o país onde é lucrativo ter um cartório e empresários são considerados por muitos como exploradores dos trabalhadores. Para que os quarentões possam sobreviver no mercado de trabalho com mais dignidade, é hora de se mudar esta visão.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-87603990468953423322017-12-13T14:51:00.000-08:002017-12-14T08:26:37.767-08:00Cenário de Incertezas e Ameaças<div style="text-align: justify;">
Recentemente, alguns indicadores econômicos têm mostrado que a economia brasileira entrou nos eixos. Realmente, a inflação está abaixo de 3,0% anuais, a bolsa está oscilando em um patamar acima dos 70.000 pontos, algo não visto há anos, a taxa de juros caiu para abaixo de 8,0% e o PIB mostra um tímido crescimento. Esses números eram até esperados pela simples saída de Dilma Rousseff e toda a sua infinita incompetência do planalto. Bastou alguém com um mínimo de respeito a pilares macroeconômicos que foi possível reverter a trajetória de queda. O mercado brasileiro mostrou certa resiliência, mas ainda é muito cedo para comemorar.</div>
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Os números preocupantes e que os investidores, diretamente ou via agências de risco, estão de olho são outros. O nosso déficit primário está acima de 1% do PIB, o fiscal é astronômico e beira os 9% e a dívida pública se aproxima de 80%. Qualquer um que saiba o mínimo de economia sabe que essa situação é insustentável e o Brasil caminha no médio prazo para a insolvência. É preciso estancar a hemorragia de qualquer maneira para reverter este quadro. Ou o Brasil aumenta a arrecadação, que seria resultado de um crescimento do PIB bem maior que o tímido atual, ou diminui os gastos. Para o PIB crescer, o Brasil precisa de mais investimentos, o que é desestimulado diante do quadro de alto endividamento e classificação de risco ruim. Precisaria cortar gastos e aí o buraco é bem embaixo.</div>
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Graças a uma constituição equivocada em vários pontos, o Brasil rapidamente comprometeu o seu orçamento em gastos chamados de incompressíveis. O maior de todos é o com a previdência. Pessoalmente, sou a favor de não contribuir com o INSS ou qualquer outra entidade que compulsoriamente tome parte do meu salário para me dar um retorno muito duvidoso no futuro. Mas somos um país de cidadãos que exigem tutela de governos incompetentes. Essa tutela é ótima para uma parcela de privilegiados do funcionalismo público que recebem fábulas da aposentadoria, mas ruim para a maioria que recebe uma mixórdia do INSS e ainda defende este.</div>
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Independente da eficiência do INSS, é necessário reformar nossa previdência e as demonstrações são que o congresso não é muito propenso a isto. Se Michel Temer não conseguir aprovar esta reforma, seu sucessor será obrigado a fazer isto, na teoria. Não ouço nenhum candidato ou pré-candidato falando abertamente em reformar a previdência, pior não ouço nenhum comentando da situação de penúria de nossa dívida pública. A irresponsabilidade impera da esquerda para a direita neste país. Por termos uma população que em sua maioria exige tutela, nenhum candidato falará abertamente sobre isto. Preferem falar em direitos ameaçados, provavelmente os marqueteiros políticos instruem seus clientes a serem razoavelmente populistas. Outros como Lula, são abertamente populistas e irresponsáveis, mas de vez em quando tem um marqueteiro que manda ele soltar umas frases sobre responsabilidade fiscal para tentar atrair algum investidor incauto. Estes estão em falta no atual momento.</div>
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No espectro da direita, tem o pré-candidato Jair Bolsonaro, que não é bem de direita mas por defender punição mais dura (e necessária) aos bandidos é considerado de direita. Porém suas ideias sobre economia são altamente equivocadas. Defende o que a esquerda defende, intervenção no mercado, controle do Banco Central, proteção a estatais, etc. Recentemente, veio com um papo liberal econômico para tentar atrair os investidores incautos que Lula também tenta atrair.</div>
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O PSDB que tem tido um número considerável de votos nas últimas eleições, mais por falta de opção na política que por convicção, mostra sua toda tradicional postura de indecisão. Irrita o mercado financeiro, eleitores de direita e de esquerda igualmente. Não consegue montar uma estratégia que passe certeza que vai tratar do descalabro econômico adequadamente.</div>
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Em suma, no atual cenário, está difícil de se escolher alguém, pois ou prometem ser irresponsáveis ou não prometem nada na esperança que os eleitores adivinhem o que vão fazer. O problema é que ameaças de irresponsabilidade ganham votos. Prometer torrar dinheiro, que não existe, com mais investimentos ruins e mais programas sociais ineficientes dá voto.</div>
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Além da bomba previdenciária, há outros pontos que ninguém toca. O Brasil precisa privatizar o restante das estatais que são verdadeiras tentações para se criarem esquemas de corrupção. Petrobras, Banco do Brasil, Caixa Econômica e Eletrobras deveriam ser todas privatizadas. Funcionários públicos deveriam estar sujeitos às mesmas regras de mercado, isto é, não ter estabilidade quase que inquestionável e com certeza se sujeitarem a análises de desempenho para justificarem seus empregos.</div>
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Um discurso que abordasse este tema certamente seria bem visto pelo mercado financeiro. A implementação destas medidas iria arrefecer os ânimos dos investidores. Só que aí entra o populismo que infere que estas medidas são a favor dos ricos e contra os pobres. Falta alguém dizer que se não conseguirmos atrair investidores não conseguiremos pagar a dívida pública, se não pagarmos a dívida pública a economia vai à lona. Primeiro por que só fecharemos as contas fatalmente imprimindo dinheiro, ou seja com inflação, e que os maiores credores da nossa dívida pública são fundos de pensão nacionais. Em outras palavras a crise previdenciária afeta a própria aposentadoria da população brasileira.</div>
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Então fica mais um dilema Tostines: os candidatos são irresponsáveis por que a população quer ouvir propostas populistas, ou a população só ouve propostas populistas por que os candidatos não se atrevem a falar a verdade? Não tenham dúvidas, se nada mudar, 2018 será recheado de ameaças e o nosso futuro será bem incerto.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-7257566819832546152017-07-31T17:03:00.000-07:002017-07-31T17:03:16.072-07:00Saúde para (Quase) Todos<div style="text-align: justify;">
O filme esquerdófilo de 2013 <i>Elysium</i>, devidamente estrelado por Matt Damon, Alice Braga e Wagner Moura, tratava de um futuro onde uma casta de ricos que viviam no Elísio, situado em órbita terrestre, tinha acesso a uma tecnologia de ponta que tratava de qualquer enfermidade que os membros da casta poderiam sofrer. Max após receber uma dose letal de radiação tem que entrar em Elísio para se curar. Debaixo de um monte de maniqueísmo, o filme aborda alguns aspectos interessantes.</div>
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Mesmo entre os direitistas, existe um consenso que o governo deve cuidar da saúde de sua população. Conheço uma mãe solteira cuja criança teve a infelicidade de ser alérgica à proteína do leite. A lata de leite em pó adequada para crianças com este tipo de intolerância custa mais de R$500,00, mas, felizmente, o governo fornece gratuitamente este leite. Via dinheiro dos impostos dos contribuintes, é claro. Desde que esse tipo de tratamento seja restrito a poucos casos, não há mal em a população ser solidária com a mãe e a criança, afinal a ajuda ao próximo não é um lema exclusivo da esquerda. O problema seria quando houvessem vários casos dessa alergia. Nesse caso o custo repassado à sociedade seria maior, ao ponto de vários não poderem ajudar e da solidariedade se tornar um sacrifício insustentável.</div>
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Mas a conta da saúde não é alta devida a enfermidades raras e sim devido a uma miríade de necessidades dos cidadãos em virtude de estarem simplesmente vivos. Faço anualmente uma bateria de exames que o meu clínico geral requisita para o meu <i>check-up</i>. Obviamente, este custo é coberto pelo meu plano de saúde que mensalmente me esfola com uma cobrança salgada. Duvido que todos os participantes tenham o cuidado que tenho ou que até procurem um tempo para efetuarem estes exames, mas se todos tiverem o plano certamente cobrará mais caro de todos. Não há segredo e nem milagre, na média o participante do plano de saúde tem que gastar mais por ano com este plano do que o plano gastar com as despesas médicas do participante. Caso isto não ocorra, o plano vai certamente à falência. Se alguém conseguisse saber com precisão os gastos futuros com saúde, este poderia até dispensar o plano de saúde e fazer uma poupança para estes gastos e economizar um bom dinheiro. Infelizmente os imprevistos podem sair demasiadamente caros e nesse caso é bom contar com a cobertura do plano de saúde. Ou melhor, com o dinheiro dos demais participantes do plano de saúde. Não adianta demonizar os administradores de planos de saúde, embora alguns devidamente mereçam, o preço de um plano é determinado pela necessidade média dos participantes com gastos de saúde.</div>
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Para aqueles que não estão participando de planos de saúde voluntariamente, no Brasil há a adesão (obrigatória) ao plano de saúde "invisível" e caro conhecido como o SUS. Já fiz uso do SUS e sou testemunha que alguns hospitais são até melhores que particulares que atendem exclusivamente a participantes de plano de saúde. Mas não há como negar que o SUS não dá conta das demandas da população. É constante se ouvir de qualquer político que este vai melhorar o SUS e assim o brasileiro em média terá melhor atendimento médico. Em 13 anos o PT fez um estrago considerável ao SUS, basta checar qualquer estatística da saúde brasileira, como o número de leitos para pacientes, mas não planejo sair do meu plano de saúde para ficar só com o SUS. A verdade é que dificilmente a conta da saúde vai fechar no Brasil ou até mesmo em qualquer país do mundo. Conheço suecos que vêm ao Brasil procurar tratamentos médicos e dentários com médicos particulares porque na Suécia, um <i>welfare state</i>, a fila de espera é de anos para se requisitar um tratamento deste. Não preciso nem procurar dados, mas afirmo que em média o sueco tem melhor acesso à saúde do que o brasileiro. Porém, a centralização e estatização completa da saúde cria aberrações como esta evasão.</div>
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A verdade é que quem tem recursos vai usá-los para sua saúde sempre. Existem profissionais e empresas que sempre oferecerão serviços e produtos para aqueles dispostos a gastar, inclusive no setor da saúde. No momento que se tentar "distribuir ou socializar" estes serviços e produtos, estes passarão a perder qualidade. A "socialização" de tratamentos caros só funcionará enquanto poucos precisarem destes tratamentos. Por outro lado, um investimento "socializado" da saúde na população geral é necessário até mesmo para se minimizar prejuízos para a sociedade como um todo. Graças a campanhas maciças de vacinação, a humanidade erradicou doenças como pólio e varíola, sem contar que minimizou-se o número de enfermos com sarampo, difteria e outras doenças.</div>
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Ninguém deve se iludir que o custo de saúde é pequeno, muito pelo contrário. No futuro próximo este custo tenderá a crescer justamente pelos avanços da medicina. Estes avanços permitirão o cidadão médio a viver mais anos, muitos deles em faixas etárias no qual poucos são abençoados de viverem sem problemas de saúde. E este custo não se resume a só o quanto de dinheiro é gasto em tratamento de doenças como câncer, diabetes e degenerações como mal de Parkinson ou Alzheimer, mas sim no tempo que cidadãos (mais) saudáveis dispensarão para cuidar de um número crescente de enfermos. Cada profissional, ou mesmo alguém altruísta, que cuida de pessoas com problemas crônicos ou incuráveis é uma pessoa que não estará produzindo. Devemos lembrar que os gastos da saúde só serão cobertos se a sociedade como um todo ganhar mais.</div>
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No futuro, é possível que a tecnologia possa baratear significativamente os custos de saúde, mas no momento estes estão se tornando um problema complexo e custoso para a humanidade. A celeuma de Trump com o Obamacare mostra que este é um problema universal e sem solução definida. Nós temos que ter a consciência de não esperar de ninguém os cuidados com nossa saúde, e sim tomar as providências para isto. Desde os conhecidos hábitos saudáveis até mesmo a reservar uma boa parte das economias para os imprevistos que infelizmente podem nos acometer.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-43490211993234886992017-06-27T12:28:00.000-07:002017-06-27T12:28:11.617-07:00Em Defesa dos Direitos Trabalhistas<!--[if gte mso 9]><xml>
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<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O amadurecimento de cada
profissional vem, se vier, cedo ou tarde.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>No segundo caso, o profissional seguramente vai apanhar um bocado para
atingir um certo grau de amadurecimento.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Já tive minha época de apanhar um bocado para aprender o óbvio.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Certa vez, fui alocado, a contragosto, em um
projeto ruim debaixo de um supervisor inepto.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>A mistura de liderança incompetente com subalterno desmotivado é uma
receita certa para resultados ruins e desgastes de ambas as partes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Após uma discussão acalorada com este
supervisor, fui interpelar minha chefia, que havia me “emprestado” ao projeto
em questão, do tratamento dispensado a mim.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Ouvi de maneira polida que poderia escolher me demitir.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Este foi um momento de humilhação e aprendizado,
pois resolvi engolir meu orgulho e continuar trabalhando.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Foi uma experiência interessante, uma vez que
em quase 2 meses, troquei no máximo 2 frases com aquele supervisor, que queria se
livrar de mim mas não conseguiu. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Foi um
momento importante na minha vida profissional, no qual passei a ter outra
atitude e postura como empregado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A verdade
é que quem emprega de uma maneira ou de outro tem o direito de fazer exigências
e cobranças dos empregados, e não o contrário.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Claro que há limites que ninguém pode ultrapassar, não se pode assediar
um empregado ou colocá-lo em risco.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Se
bem que essas definições de assédio e risco são bem voláteis em algumas
disputas trabalhistas.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A realidade é que a melhor defesa
de um empregado tem para se defender de um empregador abusivo é o direito de se
demitir.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>E hoje em dia, existem <i style="mso-bidi-font-style: normal;">sites </i>como o <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Glassdoor </i>que permitem avaliar os empregadores avisando assim os incautos
do que lhes espera caso aceitem a contratação por estes.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Já trabalhei para uma empresa que tinha uma
avaliação horrenda no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Glassdoor</i>, o
que levou a empresa a tomar medidas para melhorar a nota.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nesse caso, as medidas foram “incentivar”
empregados a escreverem resenhas positivas e ameaçar com processo os
ex-funcionários que postassem alguma resenha negativa.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O empregador que ao invés de se preocupar em
melhorar o ambiente de trabalho resolve maquiar as avaliações é um fadado a
transformar o negócio dele em um fracasso.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Aturei trabalhar lá por mais tempo que devia por dois motivos, o
primeiro era que não queria ter no meu currículo um emprego que fiquei por
alguns meses e o segundo era que não havia empregos para mim no mercado.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Após uma insistente busca, consegui mudar de
profissão e pedir demissão sem medo de me tornar um desempregado crônico.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Não escrevi nenhuma resenha no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Glassdoor</i>, pois o próprio mercado se
ocupou em punir esta empresa que perdeu faturamento e encolheu
significativamente.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A situação que atravessei não é
exclusiva a mim e é mais do que atual diante da grave recessão que o Brasil se
encontra.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quem está empregado é
submetido a condições desagradáveis e até humilhantes por receio de ficar
desempregado, e quem está desempregado se submete a empregos de baixa
remuneração e ruins para poder sair do sufoco.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Diante de circunstâncias econômicas adversas, os empregadores têm
dificuldades de contratar.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O gasto despendido com os empregados devem ser obrigatoriamente compensados pelos
ganhos obtidos com o negócio.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Em épocas
de “vacas magras”, mesmo diante deste cenário de ganhos reduzidos, os
empregadores para empregar ou manter os empregados são submetidos a
exigências custosas para criar ou manter empregos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A solução neste caso é simples: não
contratação e demissão.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Os empregos
ofertados acabam sendo de empresas que deveriam ter a pior das
avaliações no <i style="mso-bidi-font-style: normal;">Glassdoor</i>.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Por exatos 10 anos, minha CLT
ficou tomando pó em uma gaveta.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Tive
boas experiências com empregadores que me davam ampla liberdade de como
trabalhar, tendo como contrapartida a apresentação de um bom trabalho e
respeito às exigências destes empregadores.<span style="mso-spacerun: yes;">
</span>Não se pode generalizar, mas a experiência da livre negociação se
mostrou muito boa no meu caso.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Alguns desses
empregos não ocupavam mais que dois dias em uma semana e podiam ser feitos em <i style="mso-bidi-font-style: normal;">home office</i>, assim possibilitando que eu
pudesse procurar outras oportunidades ou até mesmo de desfrutar de um maior
tempo livre.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Normalmente, por motivos de
necessidade de uma sinergia no ambiente de trabalho, faz-se necessário que
sejam observados os horários comerciais tradicionais e a presença em um local
comum de trabalho. <span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Mas há necessidades
dos empregadores e oportunidades que não exigem isso.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>A criação de dificuldades para se contratar
profissionais para estas situações é simplesmente inaceitável.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As dificuldades da criação de
empregos muitas vezes são resultados de uma aliança sinistra de governo com
sindicatos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quanto mais esses dois
apertam mais os empregadores, mais empregos são destruídos ou mais dribles das
leis trabalhistas são realizados.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Nos
EUA, o governo de Donald Trump resolve atacar os imigrantes, em específicos os
mexicanos, como se estes fossem os responsáveis pelo desemprego de vários
americanos.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O que Trump não entende, ou
finge não entender, é que muitos mexicanos estão sendo empregados nos EUA por
não fazerem exigências que muitos americanos fazem e que os empregadores não
aceitam.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Aqui no Brasil, o país da
criatividade jurídica e administrativa, cria-se cada vez mais postos para
pessoas jurídicas ou até mesmo contratações informais.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quase metade dos trabalhadores brasileiros
não estão enquadrados na CLT.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Está mais
do que na hora de se fazer uma reforma trabalhista para se acabar com este tipo
de aberração.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A situação de pleno emprego não é
desejada em alguns países pois pode até ser um foco de inflação devido ao
aumento do salário real.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Também, neste
caso, os empregadores passam a ser reféns dos empregados e suas exigências, que
passam a ser atendidas.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>O Brasil está
longe do pleno emprego, mas muitos fazem toda sorte de exigências para
trabalhar.<span style="mso-spacerun: yes;"> </span>Quem contrata nesta situação?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-84671559712487400522017-05-31T13:03:00.002-07:002017-05-31T13:13:32.705-07:00Nem Clark Kent, Nem Lex Luthor<div style="text-align: justify;">
As estórias de heróis e seus respectivos cultos têm origem no início da civilização. As mais conhecidas são as da Grécia Antiga, como a do semi-Deus Hércules que entre várias tarefas derrotou diversos inimigos como Cérbero, o cão de três cabeças guardião do inferno. Este não era o único herói da mitologia grega, outros famosos são Perseu que matou a Medusa e Teseu que aniquilou o Minotauro. Todos estes heróis derrotaram nas estórias seres mitológicos de poderes sobrenaturais que eram a encarnação do mal. Estas conquistas não poderiam ser repetidas por meros mortais e, portanto, só heróis teriam como obtê-las. Os gregos, porém, criavam seus heróis com traços mais humanos, falíveis e, portanto, passíveis de lapsos como qualquer humano. Até os deuses gregos tinham características humanas e eram vulneráveis a sentimentos como inveja, ganância e amor. Outras civilizações durante a história também criaram seus herói como o Rei Artur, Beowulf, Guilherme Tell, entre outros. Aliás, muitos destes heróis mitológicos foram pessoas normais que conseguiram feitos impressionantes e devidamente exagerados por aqueles responsáveis pelo registro histórico destes. Os mais céticos alegarão que religiões foram criadas de maneira similar.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Século XX viu o nascimento dos gibis dos super-heróis, resultando na "guerra" entre a Marvel e a DC Comics. Esta última criou talvez o mais famoso dos super-heróis, o Super-Homem e seu alter ego Clark Kent, em 1938. Quem viveu a década de 1970 certamente vai lembrar do filme de 1978, estrelado pelo saudoso Christopher Reeve no papel do herói e Gene Hackman no papel do arqui-inimigo Lex Luthor. Este é o filme do Super-Homem que me marcou, pois não me entusiasmei com as tentativas de <i>reboot </i>estreladas por Brandon Routh e Henry Cavill. O retrato de 1978 de Clark Kent era de um sujeito normal dotado de uma bússola moral ímpar que sempre o guiava na luta contra seus inimigos, como Luthor. Este era retratado de maneira até cômica por Hackman, mas no fundo era um personagem inescrupuloso capaz de matar milhões por especulação imobiliária. Olhando para trás, vejo que o que mais me incomodava nas estórias de heróis, em específico as do Super-Homem, era como os humanos comuns eram retratados. Nós, meros mortais, nestas estórias, éramos sempre incompetentes para lidarmos com nossos problemas. Os criminosos aterrorizavam a população sem que as autoridades fossem minimamente capazes de controlá-los, e até mesmo quando estes criminosos eram presos, eles escapavam de maneira muitas vezes fácil. Esse retrato da inépcia humana é até ofensivo, mas muitas vezes realista. Basta ver quantos de nós adulamos figuras públicas na esperança que estas venham a resolver nossos problemas. Esperamos que estas figuras sejam como o Clark Kent, um sujeito até certo ponto tedioso e ordinário, e se revelem super-heróis para colocar todos os criminosos na cadeia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Lembro de um momento na história brasileira que boa parte da população foi tomada por uma euforia incomum. Naquele instante, a população passou a acreditar que todos os problemas de corrupção, miséria, criminalidade, etc, seriam resolvidas por um homem que era visto como íntegro, honesto e determinado a corrigir todos os desvios da nação. Era um super-herói brasileiro que estava surgindo. O ano era 2002 e o homem era Lula. Quantos não foram as ruas comemorar a eleição de Lula? Poucos realmente se interessaram em saber quais eram os planos do presidente eleito para tirar o Brasil do sufoco. Na época, estava preocupado se Lula não iria colocar em prática suas mais tresloucadas propostas apresentadas nas eleições perdidas de 1989, 1994 e 1998. Estas certamente arruinariam o país em tempo recorde, mas nada que mais de 13 anos de irresponsabilidade fiscal e corrupção desenfreada não resolvessem. Hoje, vários dos que comemoraram a eleição de Lula comemorarão uma eventual prisão deste. Lula foi de herói para vilão para muitos, haja visto sua alta rejeição em pesquisas de opinião, mas continua sendo adorado por alguns de maneira irracional.<br />
<br />
O julgamento do Mensalão iniciado em 2012 revelou outro potencial herói para a população brasileira: o ministro do STF Joaquim Barbosa. Surgiu até mesmo como um nome para presidente em pesquisas de opinião. Felizmente, essa ideia não foi para frente devida à veia meio autoritária do ex-ministro. Ninguém se preocupou com a teoria do domínio do fato, mas sim se os políticos julgados seriam condenados. Inocência ou culpa era uma questão secundária. Como ousar questionar o julgamento de um herói como Barbosa? Bastava que Barbosa decidisse para que houvesse apoio incondicional a esta decisão. Felizmente, o julgamento decorreu de maneira que vários corruptos e o facínora do José Dirceu fossem condenados.<br />
<br />
O mesmo acontece agora na Operação Lava-Jato. Sérgio Moro foi alçado a uma condição de super-herói e de salvador da pátria. Claro que há questionamentos sobre se as prisões preventivas têm sido excessivas ou usadas como uma maneira de extorquir confissões. Aliás, este tipo de artimanha não é exclusiva do Ministério Público brasileiro, até mesmo as promotorias dos Estados Unidos forçam acordos goela abaixo de acusados. Mas aqui, estamos se aproximando de um ponto que basta a Polícia Federal, Ministério Público ou o Sérgio Moro suspeitar da culpa de alguém para este dever estar trancafiado sem sequer poder exigir qualquer direito constitucional. Ainda não vivemos algo parecido com o Reino do Terror da França pós-revolucionária de 1793, mas me incomoda a ausência de questionamento jurídico de boa parte da população quanto às ações da Operação Lava-Jato. Claro que há críticos, entre eles Reinaldo Azevedo e seu histrionismo. Nota-se que o vazamento da conversa de Azevedo com Andrea Neves dá a nítida impressão de retaliação do Ministério Público contra Azevedo. O Brasil se encontra em um ponto perigoso em sua história.<br />
<br />
O episódio que envolveu a gravação de Michel Temer com o mega-criminoso e dublê de empresário Joesley Batista é escandaloso. É claro que Temer foi pego em uma situação para lá de constrangedora, mas a maneira que foi pego é preocupante. Uma gravação ilegal, não peritada e de qualidade para lá de duvidosa foi usada para se lançar o país para uma tempestade. Porém, o atual repúdio ao acordo de delação com Joesley e agregados mostra que há claramente um limite que o Ministério Público ultrapassou. Se o pescoço de Joesley fosse "oferecido à guilhotina" junto com os de Temer e Aécio Neves, esse tipo de ação ilegal seria amplamente comemorado. O fato do Ministério Público brasileiro não ter que responder a ninguém além do próprio Ministério Público preocupa, uma vez que este tipo de ação não é repreendida sob temor da opinião pública considerar qualquer repreensão como uma retaliação por parte de políticos corruptos.<br />
<br />
O sucesso da Operação Lava-Jato é necessário por vários motivos, entre eles extirpar sistemas viciados da coisa pública, mostrar punições exemplares a corruptos e corruptores e também resgatar a esperança brasileira em que o país ainda tem chance de dar certo, sabe-se lá quando! Esses motivos me lembram aqueles mostrados na população que adorava os super-heróis. A derrota de Lex Luthor para o Super-Homem sempre era um alento à população castigada. Não interessava se o Super-Homem (ou qualquer outro super-herói) transgredisse as leis desde que o resultado fosse a derrota do vilão. A retidão moral e ética de Clark Kent era quase um passe livre para suas ações. Qualquer policial, promotor e juiz que se julgar acima da lei para agir de qualquer maneira para atingir fins específicos está violando o estado democrático. Se isto ocorre repetidamente, então cria-se um estado de exceção e com apoio popular.<br />
<br />
Não devemos esquecer que apesar de cidadão de destaque, ainda positivo, os protagonistas da Operação Lava-Jato não devem receber um cheque em branco da sociedade para fazer o que bem entendem para atingir os resultados. Estes são sim subordinados às leis descritas na Constituição Brasileira, por mais que esta seja problemática. E também devemos lembrar que os vilões nossos, Joesley Batista e até mesmo Lula, estão aí por nossa responsabilidade. Como gosto de lembrar, mesmo diante de um apoio maciço da população ao julgamento dos mensaleiros, Lula foi re-eleito em 2006 por essa mesma população, cúmplice da corrupção amplificada pelo PT e dos conchavos do governo lulopetista com criminosos da laia de Joesley Batista. O Brasil atravessará uma sequência de crises enquanto nos portarmos como os pusilânimes humanos das estórias do Super-Homem.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-71872845104215759232017-04-15T06:49:00.003-07:002017-04-17T16:45:21.841-07:00O Ataque das Formigas Reforçadas<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
A Guerra Fria e a constante ameaça de um holocausto nuclear foi algo que não só marcou a minha geração, e outras anteriores, como também inspirou a criação de algumas peças de ficção memoráveis, a exemplo de bons filmes como <i>The Day After, Testament </i>e <i>Threads</i>, além dos dois últimos filmes da trilogia original de <i>Mad Max</i>, que mostravam os devastadores efeitos que esse tipo de conflito poderia ter sobre a humanidade. Já outras peças de ficção apesar de não terem esta qualidade eram igualmente marcantes pela imaginação fértil do que poderia acontecer, como foi o filme de 1977 <i>Damnation Alley</i>. Nessa pérola do cinema <i>trash </i>apocalíptico, os sobreviventes do ataque nuclear entre os vários perigos que se deparavam, tinham que enfrentar enxames de baratas indestrutíveis que rapidamente dizimavam os atores coadjuvantes, desesperados para colocarem em seus pífios currículos ao menos 5 minutos de participação em qualquer filme meia-boca . Essa foi a época que se acreditava que, em um pós-guerra nuclear, o planeta Terra seria dominado pelos insetos como baratas e formigas. Na década de 1990, o impagável <i>Pinky and the Brain </i>dedicou um episódio no qual o Pinky e o Cérebro viajavam para um futuro dominado pela civilização das baratas que ascenderam à posição de espécie dominante na Terra após os EUA, governado literalmente pela cabeça de Bill Clinton conservada em uma jarra, entram em guerra com o Canadá causando o holocausto nuclear. Também nesta década, surgiu a franquia de RPG para computador <i>Fallout</i>, aonde o protagonista após anos em um abrigo nuclear saía para a superfície e tinha que batalhar com várias criaturas resultantes da radiação como formigas gigantes.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A divulgação da lista de Edson Fachin está sendo comparada à explosão de uma mega bomba atômica no Brasil. O conteúdo das delações de Emílio e Marcelo Odebrecht são realmente estarrecedoras. A política é um meio sujo, isso já era conhecido há muito tempo, conforme já dizia o chanceler alemão Otto von Bismarck, em uma frase atribuída a este, os cidadãos não poderiam dormir se soubessem como são feitas as leis e as salsichas. Mas o que choca é que existe um sistema em vigor a serviço da corrupção no Brasil. É a famosa cleptocracia, no qual só os bandidos ascendem ao poder. A Odebrecht financiava todos os partidos de expressão, os da situação ganhavam mais sob forma de propinas e similares, mas os de oposição também recebiam. Esses últimos eram compostos por políticos que não recebiam propinas por não estarem em posição de recebe-las, mas tinham todo o potencial de quando no governo cometerem os mesmos desmandos em troca de propinas. A esquerda brasileira cria a narrativa que os políticos são corrompidos graças aos empresários inescrupulosos, uma variante das teorias de Jean-Jacques Rousseau. Mas também pode ser elaborada a narrativa que os políticos só permitem a existência de empresas corruptas, já que as idôneas não sobreviveriam sem molhar as mãos dos burocratas. É inútil nesta hora discutir o que veio antes, se o ovo ou a galinha. É necessário repensar a democracia brasileira, e aí mora o perigo, pois no momento ela está sendo repensada por políticos corruptos.<br />
<br />
Em meio às atordoantes notícias recentes, dois pontos são relevados a segundo plano diante do alarde, quando não deveriam ser. Primeiro, essa lista não é uma bomba atômica e sim uma poderosa arma convencional como a tal da MOAB (<i>Mother of All Bombs</i>) lançadas no Afeganistão pelos americanos para destruir membros do Estado Islâmico. Os políticos atingidos pelas delações estão ainda em posição de poder. A lista contém nomes de políticos que estão sendo investigados, que sequer foram denunciados quanto mais condenados. Basta ver a morosidade das investigações e da justiça brasileira para se traçar uma linha de tendência que aponta que talvez em 2030 se conclua todas essas investigações. O segundo ponto é que não se dá crédito à ímpar resiliência do político corrupto brasileiro. Há quanto tempo Renan Calheiros está no cenário político em posição de eminência apesar de quase todos, menos seus eleitores, saberem o tipo de político que ele é? Enquanto não forem afastados, ou por cassação ou pelo voto, essas pragas estarão tramando maneiras de continuarem no poder. O famigerado projeto de voto em lista fechada é uma maneira de Renan e similares de escaparem os efeitos da explosão da MOAB tupiniquim.<br />
<br />
Mas não há dúvida, a lista de Fachin surtirá efeitos drásticos no cenário político. Neste momento, o maior estrago foi feito na oposição ao PT. Pelo menos enquanto Lula não for preso. O PSDB neste momento é o partido mais duramente atingido por estas delações. O partido que durante os governos do PT se tornou o mais forte de oposição, por exclusão e não exatamente por opção espontânea, tem seus principais líderes atingidos. Mesmo que o PSDB não tenha participado do assalto à Petrobras, que é o foco da Lava-Jato, só o fato de Aécio Neves, José Serra, Geraldo Alckmin e outros tucanos graúdos serem citados pelos Odebrecht já causa um dano irreversível em qualquer pretensão destes à presidência da república. Se estes realmente agiram de maneira criminosa, que sejam punidos após investigações diligentes. Mas o fato de estarem na lista já demonstra que o PSDB flertava com uma instituição podre em seu âmago. O DEM também foi atingido, mas lembrando que este era o antigo PFL e que era por sua vez uma dissidência do PDS, isso não deveria espantar ninguém que é atento à política.<br />
<br />
Os danos infligidos aos dois partidos que mais fizeram oposição ao PT durante seu governo faz surgir um vácuo entre possíveis presidenciáveis para 2018. A esquerda até certo ponto se satisfaz com esta devastação, pois como já foi dito por alguns cronistas, o PT almejou igualar diante da opinião pública todos os partidos na corrupção assim que as investigações da Lava-Jato chegaram à imprensa. Caso Lula não seja preso e impossibilitado de concorrer, esse é um candidato forte para o posto, para o desespero da nação. Marina e Ciro Gomes são outros nomes para 2018 e apesar de ser improvável a eleição de qualquer um dos dois, a possibilidade destes conseguirem atrair eleitores de oposição para si e se classificarem para um segundo turno é preocupante. O pior cenário seria aquele no qual Lula enfrenta Marina ou Ciro no segundo turno. Outros candidatos de esquerda como oriundos do PSOL, PCdoB e outros partidos similares não assustam pois não terão suporte financeiro ou estratégico para alcançar a maioria dos eleitores.<br />
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Aquilo que é chamado pelos esquerdistas como "direita", que na verdade são demais políticos e partidos que não compartilham da ideologia que colocou o Brasil na crise, tem de apresentar candidatos fortes para 2018. Em 2014, Aécio Neves deu um rosto à oposição e quase conseguiu derrotar Dilma. Depois foi alvo de sistemáticos e implacáveis ataques do PT que foram bem eficazes em minar sua popularidade. Os últimos eventos sepultaram sua chance em 2018, apesar que podem não ter sepultado sua candidatura propriamente dita. Caso o PSDB queira realmente ter chance em 2018, o nome do seu candidato, no momento pelo menos, é João Dória. Por mais que negue e diga que não é candidato, pelo andar da carruagem, Dória será forçado a concorrer a presidência. Vem fazendo uma boa administração na prefeitura de São Paulo, apesar de ser cedo ainda para uma avaliação mais concreta. Indago se seu estilo vai ter eficiência similar na presidência.<br />
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Como a lista de Fachin não é uma bomba atômica, não seremos atacados por formigas gigantes ou similares, mas sim pelo que eu chamo de formigas reforçadas, isto é seres de segundo escalão que não teriam destaque em condições normais, mas que neste cenário de devastação ganham eminência de maneira igualmente preocupante. Jair Bolsonaro é um que em outras épocas não teria chance, e nem agora tem muita, mas pode tirar votos de candidatos melhores. Sua plataforma parece se resumir a soluções simplistas para reduzir a criminalidade, algumas até soam como corretas, e populistas para a economia. Não tenham dúvida que uma improvável eleição sua traria um retrocesso na economia, pois vejo em Bolsonaro as mesmas ideias equivocadas implementadas no final da ditadura militar como maior intervenção do estado, como se isso fosse possível, e uma possível estatização de alguns setores da economia. Em suma, esperem aumento de despesas do governo no longo prazo sem preocupação em se aumentar receitas, sem contar mais focos de corrupção.<br />
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O pior é que outros aventureiros podem surgir ainda antes de 2018. Difícil vislumbrar se irão ter chance de ganhar, mas não consigo ver ninguém fazendo uma campanha baseada em redução do tamanho do estado, reformas tributária, trabalhista e previdenciária, pois não tem apelo popular esta plataforma. Basta lembrar da eleição de 1989 e ver as propostas absurdas dos principais candidatos, especialmente os de esquerda. A tempestade perfeita é a ascensão dessas formigas em um cenário de crise econômica como esta no qual o Brasil atravessa.<br />
<br />
Não há dúvidas que a Lava-Jato deve prosseguir. Sua interrupção seria um incentivo aos corruptos continuarem a devastar o Brasil. Não se deve esquecer que a crise atual é fruto dos esquemas corruptos do PT e não da Lava-Jato em si. E que a oposição ao PT também deve ser investigada e condenada, se provada a culpa, para que se elimine futuros corruptos e que novos Petrolões e Mensalões não aconteçam. Basta lembrar que antes de 2002, o PT tentava convencer a todos que era o mais idôneo dos partidos. Entretanto, uma dose de pragmatismo é suficiente para se notar que o futuro que se desenha para o Brasil é sinistro.<br />
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Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-27259374336191532082017-03-20T06:30:00.001-07:002017-03-20T06:30:49.110-07:00A Eterna Infância Brasileira<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Em 1953, foi publicado o livro <i>O Fim da Infância </i>do autor britânico
Arthur C. Clarke que narra a estória da chegada de alienígenas ao nosso planeta
e as consequências finais terríveis decorrentes deste contato. Os
alienígenas, conhecido como os <i>Overlords</i>,
aparecem no ápice da Guerra Fria com a humanidade se preparando para se
destruir por completo, sim estivemos bem perto disso, e impedem esta
destruição. A Terra passa a ser tutelada
pelos visitantes que inicialmente oferecem várias vantagens como o fim do <i>apartheid</i>, das touradas e um período de
paz ímpar na história da humanidade. O
livro termina com a raça humana deixando de existir após décadas de jugo alienígena
quando os <i>Overlords </i>transformam a
última geração de crianças em seres telepatas desprovidos de humanidade que vão
se juntar ao <i>Overmind</i>, uma consciência
única formada de civilizações extintas na galáxia a quem os <i>Overlords </i>serviam. Os últimos capítulos do livro são
simplesmente tétricos e melancólicos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Algumas interpretações podem ser
feitas sobre esta obra de um dos principais autores de ficção científica da
história, mas a minha é que há um preço alto a se pagar quando somos tutelados em
consequência de não sabermos tomar as decisões necessárias para gerir nossas
vidas. No caso da Guerra Fria, esta “esfriou”
em 1991 quando a União Soviética se desmantelou resultado de anos de devastação
socialista na economia do Segundo Mundo.
Atualmente, quando vejo Trump e Putin no poder, indago se os <i>Overlords </i>estariam próximos a se
revelarem a nós.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas a incapacidade de
auto-gerência não é só aplicável à paz mundial e sim a de se manter uma
sociedade economicamente estável. A
infinita e extraterrestre incompetência do governo Dilma em gerir o país e a
conivência de boa parte da população brasileira em eleger e reeleger Dilma
devastou a economia do país. O resultado
é um déficit público assustador capaz de arruinar as futuras gerações
brasileiras e a única maneira de sair desta situação é o Brasil como um todo se
unir e aceitar os sacrifícios necessários que devem ser feitos. A Reforma da Previdência proposta é o mais
importante destes sacrifícios que devem ser feitos, caso isto não seja feito
este déficit não será revertido.
Infelizmente, não há a consciência de boa parte da população brasileira
da gravidade da situação e das consequências da manutenção das atuais regras da
previdência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Debates resultantes deste tema giram
em torno da “supressão de direitos” do povo, como se a atual crise não suprimisse
estes mesmos direitos, e até mesmo a teses de contabilidade criativa tentando
nos convencer que a crise previdenciária não existe. Castas
do funcionalismo público brasileiro de número reduzido, mas com muito poder de
se fazerem ouvidas, estão preocupadas com o fim de seus privilégios e não se
importam que o resto da população tenha que arcar com os custos destes
privilégios. Enquanto isto, boa parte
dos trabalhadores são obrigados a contribuir ao INSS e não só com o que é
descontado do salário bruto, mas também com outros encargos impostos ao
empregador e que são esquecidos na conta final. Ao se aposentarem receberão
menos do que contribuírem.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Faço então a pergunta que o
Brasil como um todo deveria estar fazendo: por que precisamos do governo
gerindo a nossa previdência? O INSS
deveria existir? Quando olho para meu holerite
e vejo o quanto o governo confisca do meu salário sob o eufemismo de
contribuição, lembro que eu poderia gerir melhor este dinheiro do que o governo. O principal motivo para isto é que tenho
interesse em fazer este dinheiro render muito mais do que qualquer governante
ou burocrata terá. Alguém poderia dizer
que a minha contribuição é necessária para aqueles mais desfavorecidos se
aposentarem. E mais uma vez o país segue
atolado em políticas assistencialistas que não reduzem e sim perpetuam a
pobreza. Se aplicasse em um fundo de
renda fixa ou caderneta de poupança, poderia obter uma melhor renda no futuro
do que tendo o dinheiro “confiscado”. É
mais do que conhecido que o regime previdenciário brasileiro deveria ser de
capitalização e não de contribuição, isto é a aposentadoria é fruto do quanto
se poupou e não de um confisco da produção das gerações mais novas. Quem quiser aposentar no “ápice da velhice”
aos 45 anos que faça isso ganhando dinheiro suficiente para se sustentar pelo
resto de sua vida e não metendo a mão no bolso alheio.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Qualquer estudo demográfico mais
simplório é capaz de escancarar que a situação piorará e muito se as regras da
previdência não forem alteradas. O
envelhecimento da população brasileira e mundial é um fato consumado e a
passividade diante disto resultará em um desastre anunciado. Portanto, estas gerações mais novas que
sofrem confiscos terão seus direitos de saúde, segurança e educação subtraídos para
que se mantenham privilégios de uma geração anterior. O argumento que é necessário trabalhar 49
anos para conseguir uma aposentadoria integral é em seu âmago risível. Quer dizer que alguém que trabalhe 49 anos
não foi capaz de gerir o seu sustento para que pudesse ter recursos próprios
para se sustentar? Recomendo àqueles que
reclamam disto conversarem com seus respectivos gerentes de banco para
contribuírem (voluntariamente) com um plano de previdência privado. São investimentos ruins, mas que podem dar um
retorno digno e merecido no futuro, em um tempo mais curto que 49 anos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
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<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O que me choca nesta celeuma
absurda toda é que o brasileiro exige cada vez mais uma tutela maior do estado
sobre nossa vida, e uma tutela nociva. Tirando
um punhado de liberais que sabem somar e subtrair, além daqueles que pertencem
às castas privilegiadas que usam os conhecimentos de aritmética em benefício
próprio, o que me parece é que o resto da população dá uma declaração de
incompetência de gerir as próprias finanças.
Se não souberem vão ter que aprender de alguma maneira, ou irão arcar
com os resultados desta incompetência.
Ignorância disseminada não pode ser desculpa para se arruinar o país
como um todo. Enquanto não tivermos
controle sobre nossas decisões e pedirmos tutela de outros, os <i>Overlords </i>que habitam Brasília, que como
já disse é um mundo existente em outra dimensão, continuarão trabalhando para
ceifar em um futuro muito próximo as nossas futuras gerações. O Brasil precisa virar adulto.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-38779109649564031772017-02-18T04:32:00.001-08:002017-02-20T08:08:58.207-08:00Riqueza e Investimentos<div style="text-align: justify;">
Muito já foi falado aqui sobre a retórica populista e batida dos ricos serem os culpados pela pobreza no país. O que não deixa de ser verdade, pois a maior concentração de ricos se encontra no universo da política que sufoca o país, mas as armas estão na verdade apontadas para a classe empresarial e até mesmo os melhores assalariados que compõem a classe média. Quando a crise econômica explodiu no início do segundo mandato de Dilma (e não no início do governo Temer), as soluções vindas das "grandes mentes" da esquerda variavam em torno de taxar os mais ricos. Solução simples, populista e completamente equivocada. O maior erro de uma nação é querer destruir sua classe rica produtora, que não é aquela detentora de privilégios estatais.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Guardar, torrar ou investir, essas são as 3 opções que um rico tem com seu dinheiro. A primeira opção é a de usar o dinheiro como um meio de se obter rendimentos por dividendos para se sustentar. Não são raros os que optam por isso, mas não são muitos. O dinheiro é aplicado em investimentos de relativo baixo rendimento e risco mínimo. Isso é feito se emprestando este dinheiro para instituições relativamente seguras, cujas chances de dar calote são bem reduzidas, como o próprio governo ou uma empresa de elevada solidez. É um recurso necessário aos devedores para ser usado como capital de giro, aliviar déficits momentâneos ou como investimento de maiores riscos por estes tomadores de dívidas. A opção de guardar, em suma, é a aquela em que o rico amarra o burro na sombra.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda é aquela mais alardeada na mídia que é quando o rico resolve usufruir de seu direito legítimo de gastar o quanto quiser no que quiser. Se é grosseiro ou não escancarar essa opulência diante dos mais desfavorecidos, isso é um outro debate. Por certa ótica, é uma maneira de se distribuir renda, pois torra-se esse dinheiro normalmente com supérfluos e caprichos que abastam uma miríade de prestadores de serviço e comerciantes. São vários cabeleireiros, decoradores, comerciantes de roupas e carros caros que simplesmente adoram quando um rico entra em um frenesi de gastança, afinal essa gastança garante o ganha pão desses trabalhadores. Desde que o rico não gaste até ficar pobre, esse pessoal tem um emprego. E eis que surge um problema, pois muitos consideram que os ricos tem riqueza infinita. Basta abrir a torneira que milhões terão dinheiro para a vida, basta distribuir a riqueza que o Brasil fica bem. Rico que gasta além do que pode é candidato para se tornar ex-rico. </div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Realmente, o nosso alto coeficiente Gini, que mede a desigualdade de uma nação, de 51,5 nos coloca no topo da lista dos países mais desiguais do mundo. Mas outro índice, mais tradicional, é mais significativo: a renda per capita brasileira é de cerca de US$8.500 anuais (números de 2015) contra cerca de US$56.000 dos americanos. O contraste é duro e escancara a realidade que nós somos pobres. O problema do Brasil não é a distribuição de riqueza e sim a falta dessa riqueza. Precisamos aumentar o PIB para que se possa diminuir a miséria. Só com investimentos em produção isso vai ser obtido, e não com programas assistencialistas como Bolsa Família. Muito menos com delírios de riqueza resultante de petróleo e nióbio.</div>
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<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Eis que se chega a terceira opção do rico quanto ao seu dinheiro a de se investi-lo. Quando falo em investir dinheiro quero dizer gerar mais dinheiro a partir deste. Esta difere de guardar pois o rico deseja aumentar o seu patrimônio e não subsistir dele, e ele pode até gastar este dinheiro, mas isto deixa de ser o objetivo principal. A primeira condição para se investir é acreditar que haverá um retorno sobre o investimento, apesar do risco, ou seja o lucro, aquele que é execrado pelos invejosos e pseudo-intelectuais de plantão. O Brasil como povo e nação não incentiva o lucro e sim o condena. Para piorar, existe uma burocracia interminável para se abrir qualquer negócio nesse país, licença disso, alvará disto, vistoria daquilo, todos longos e intermináveis. Para depois ser acionado na justiça trabalhista por pessoas que foram agraciadas com empregos mas querem muitas vezes regalias, basta ver o que está acontecendo com a Uber. Sem contar os impostos, afinal o governo no discurso odeia o lucro privado, mas gosta tanto deste lucro que o confisca.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Se os ricos por iniciativa privada não investem, então o governo passa a ter essa incumbência. Só que o governo é um mau investidor e um gastador inveterado. E pior, muitas vezes esses investimentos tem viés ideológico que só atrapalha. No governo Dilma, programas de concessão de estradas limitavam o lucro dos proponentes. Claro que não funcionou e basta ver o estado deplorável destas estradas para ver o mal que este viés faz à nação. E quando o governo investe diretamente ou quase diretamente também não dá certo. Nossas estatais são modelos de ineficiência e atualmente estão à beira de um colapso financeiro. O BNDES emprestou dinheiro de impostos em negócios que simplesmente não dão lucro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A segunda condição para se investir é que o investidor tenha responsabilidade sobre seu capital de investimento. Um bom investidor pode ser arrojado, mas será sensato e diligente. Afinal é seu dinheiro que está lá e se o negócio for ruim a perda será sua. O governo pega dinheiro dos outros, em outras palavras não tem responsabilidade sobre este, e empresta sem fazer a mínima diligência, em outras palavras empresta mal. Para piorar quem toma este dinheiro, às vezes não tem a responsabilidade de retornar este dinheiro e é até agraciado com mais empréstimos para afundar de vez o negócio. Como diria Roberto Campos, o Brasil é um país que não corre o menor risco de dar certo. Não com essa atitude. Desse jeito, os ricos vão investir em outro lugar, ou gastar a grana até ficarem pobres, melhor assim do que sendo taxado pelo governo e processado na justiça trabalhista por picaretas.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-74008897048365224632017-01-28T03:03:00.000-08:002017-05-03T07:05:03.450-07:00A Desvirtuação dos Protestos<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">A transição da Idade Moderna para a Idade
Contemporânea entre os Séculos XVIII e XIX foi marcada pela industrialização e
a adoção do sufrágio universal, pelo menos em boa parte das nações.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Historicamente, essa transição é marcada pela
Revolução Francesa em 1789, iniciada com o protesto que culminou com a invasão
à prisão da Bastilha, uma revolução burguesa, no qual os produtores da riqueza
se revoltaram contra uma elite que nada produzia além de impostos e
privilégios.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Revolta também
compartilhada do outro lado do Atlântico, na emergente nação americana.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">No ano de 1773, houve o </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "calibri";">Boston Tea Party</span></i><span style="font-family: "calibri";">, um protesto no qual americanos destruíram um
carregamento inglês de chá, assim protestando contra as políticas de impostos
imposta pelos ingleses nas colônias, entre elas a de Massachusetts, onde Boston
é localizada.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Naquela época, os poderes
dos colonizadores, déspotas, monarcas e similares não seria cedido aos demais
cidadãos sem conflitos.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Além dos EUA e
da França, o Reino Unido teve a Revolução Gloriosa em 1688, que é considerada
um marco na transição da monarquia absolutista para uma monarquia parlamentar
naquela nação.</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">A história da humanidade é marcada por
revoluções, revoltas, insurgências, protestos, levantes e outros.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Nem todas resultaram em mudanças para o
melhor.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">A própria Revolução Francesa,
apesar de marcante, resultou em um novo período de regime absolutista com
Napoleão Bonaparte.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Outras resultaram em
regimes ainda mais brutais como a Revolução Russa em 1917 e a Iraniana em
1979.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Em 1989, o mundo testemunhou a
insatisfação contida dos chineses com os protestos na Praça da Paz Celestial e
a brutalidade do governo comunista que massacrou milhares de protestantes. A
mais ilustre das vítimas, foi um desconhecido que ficou na frente de uma
fileira de tanques num ato em que expressava toda a sua indignação além de um
comportamento que ficava entre coragem e insanidade.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Recentemente, protestos na Tunísia, Egito e
Líbia culminaram na “Primavera Árabe”, que rapidamente caminha para um “Inverno
Árabe”.</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">Protestos são maneiras da sociedade expressar
suas insatisfações e ensejos por mudanças.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">As democracias modernas garantem o direito de seus cidadãos protestarem,
enquanto nas ditaduras, estes são geralmente repreendidos brutalmente.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Mas isso não quer dizer que todo protesto é
por um bom motivo, ou às vezes é bem-intencionado, mas com exigências
equivocadas.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Em junho de 2013, os
brasileiros protestaram contra o governo.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">Fizeram diversas exigências, mas o ponto de partida foi a do aumento das
tarifas de transporte público.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Protestar
contra este aumento sem entender que era uma consequência de uma política
econômica equivocada é miopia.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Os
salários de motoristas e cobradores aumentaram, os preços de autopeças subiram,
tudo isso causa pressão inflacionária.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">Não vi ninguém protestando contra uma política de juros populista que
colocou a inflação no teto da meta.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">É
claro que as empresas de ônibus municipais não são exemplos de eficiência e boa
gestão, muito pelo contrário, mas esse aumento nos custos ou é repassado para o
usuário, ou para o contribuinte por meio de subsídio da prefeitura, ou isso
impacta na capacidade de investimento da empresa.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Mesmo assim, os protestos foram marcantes e como
consequência o governo brasileiro cedeu em não aumentar as tarifas e só.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Um ano depois, os brasileiros reelegeram
Dilma para implodir de vez a economia do país.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">Resumindo, os protestos de junho de 2013 foram espalhafatosos, incômodos
e inócuos.</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">A imprensa tem seu papel em incentivar os protestos
na atual história brasileira.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Poucos
órgãos em 2013 foram capazes de denunciar que o que o Movimento do Passe Livre
exigia não tinha cabimento.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">A
despreparada polícia paulista reagiu mal aos protestos diante da imprensa e
isso foi o combustível necessário para que a população tomasse a rua, junto com
os famigerados </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "calibri";">black blocks</span></i><span style="font-family: "calibri";">.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">E aí começa um dos problemas do país que é a
permissividade que grupos que atuam à beira da marginalidade, para não dizer a
criminalidade, ajam quase impunemente.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">Parte da população foi contra a depredação promovida pelos encapuzados,
mas poucos denunciaram estes como vândalos truculentos que até mataram um
cinegrafista.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">E pouco se sabe quem são
estes bandidos, como são organizados e como impedir que causem mais terror.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Fica a pergunta, cadê a inteligência da
polícia</span></span><span style="font-family: "calibri";">?</span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">O mesmo se aplica a organizações clandestinas
que tem notória projeção como o MST e MTST.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">O primeiro age quase impunemente há mais de 30 anos invadindo
propriedade privada e extorquindo fazendeiros e indústrias.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">É uma organização que não tem sequer CNPJ e
cujo suporte financeiro é no mínimo escuso.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">Se há alguma investigação em prática desta organização, esta é bem
ineficiente, pois estes continuam agindo em plena luz do dia cometendo uma
série de crimes.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">O mesmo pode se dizer
do MTST, organização de mesma metodologia e filosofia cujo líder Guilherme
Boulos ganha até coluna em jornal de grande circulação.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">E aí vem a pergunta, o que impede a polícia
de enquadrar esse tipo de organizações?</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">E o que impede parte da imprensa de denunciar o MST e o MTST como
organizações criminosas?</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">Muito se fala que ir contra o MST e o MTST é
criminalizar movimentos sociais, mas não se comenta que as soluções que os dois
propões são equivocadas.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">No caso do
MTST, cujo líder Boulos foi recentemente preso para ser solto em seguida, a solução
é invadir qualquer terreno que julgue que deve ser invadido sem se preocupar
com o urbanismo ou leis.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">É claro que
existe um problema de déficit de habitações em São Paulo, mas ignorar que
existem problemas como trânsito estrangulado, saneamento básico deficiente e
invasões extremamente nocivas em áreas de mananciais é uma agressão aos demais
paulistanos e vizinhos.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Os paulistanos
elegem prefeito e vereadores para que estes possam gerir a cidade de maneira
que todos os cidadãos sejam respeitados, não apenas os militantes do MTST e os
simpatizantes de Boulos.</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">Mas não são só os “organizados” que protestam
nesta banda, os desorganizados protestam e tumultuam a torto com enorme
complacência das autoridades e um apoio sem sentido de parte da imprensa.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Alunos não gostam que a polícia autue usuários
de drogas, invadem reitorias de universidades; sindicalistas são contra
mudanças necessárias nas leis trabalhistas, fazem piquetes impedindo
trabalhadores de acessarem seus locais de trabalho; sem contar outros tipos de
protestos que fecham ruas, depredam patrimônio público ou alheio, queimam
pneus, por qualquer motivo tosco.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Os
colonos de Boston talvez não conseguissem um impacto tão grande no Século XVIII
se não infligissem um dano financeiro e moral à coroa inglesa, mas isso foi em
outro momento e em outra época.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Hoje,
existe uma democracia vigente (não houve golpe) e os protestos devem respeitar
sim os direitos dos demais e as leis existentes.</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">Infelizmente no Brasil, esses movimentos agem
protegidos por um falso escudo moral alegando que protegem os mais humildes dos
exploradores.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Estes últimos podem ser o
contribuinte ou alguém que juntou dinheiro durante a vida para adquirir uma
propriedade e ver o direito desta propriedade ser atacado por pseudomoralistas.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Está na hora desses movimentos sociais e
outros protestos feitos por arruaceiros serem denunciados e condenados por
serem agressões à democracia e não como defesa da democracia como pregam.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Há quase 250 anos atrás, os protestos eram
contra regimes absolutistas e ditatoriais feitos pela sociedade, agora são
feitos por marginais simpatizantes de ditaduras contra a sociedade e o cidadão.
</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Basta ver a foto de Boulos posando ao
lado de Raúl Castro, Não é exclusividade do Brasil não enxergar isto, mas
agride o brasileiro de bem ver este tipo de desvirtuação seguir impune aqui
nessas bandas.</span></span></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-16941987343700005042016-12-16T17:11:00.000-08:002016-12-16T17:11:56.926-08:00Sem Paz para os Ímpios<div style="text-align: justify;">
No Brasil, existem algumas máximas que parecem nos assombrar. A do momento é que nada não é ruim o suficiente que não possa piorar. A situação atual é algo como a tempestade perfeita, ou a conjunção de planetas para abrir um portal dos infernos direto no território brasileiro. É claro que se compararmos a nossa situação com a de países como Venezuela e Síria, ela é melhor, mas muito longe de ser boa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Desemprego recorde, déficit público alarmante, corrupção alastrada e um cenário político caótico mina as esperanças de milhões de brasileiros. Foram necessários vários anos de uma ação persistente e completamente equivocada para se chegar nesse cenário, ele não foi criado da noite para o dia. Por anos o Brasil viveu uma ilusão e se estruturou encima de um castelo de areia. Não há solução instantânea para nosso inferno astral, mas vários esperam que isso venha a acontecer imediatamente.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os partidários de Dilma Rousseff e toda a sua inépcia infinita chamam Michel Temer de golpista e traíra. Golpe é a narrativa da esquerda para se esconder as atrocidades cometida pela ex-presidente com a economia da nação. Traição pode até ser, mas se realmente Dilma e o PT confiaram em Temer, o que não acredito, isso foi de uma ingenuidade ímpar. Nunca percebi o PMDB como aliado, mas sim um caronista momentâneo. O PMDB é o partido de "onde há governo, sou a favor", mas há mais de 20 anos não se interessa em assumir esse poder, apenas orbitá-lo. Os partidários de Temer não são de esquerda ou de direita, são a favor do poder e de poderem parasitar o poder. Não existe ideologia em figuras como Renan Calheiros, apenas interesses, conflitantes com os dos demais brasileiros. Isso não quer dizer que o PMDB compactue das ideologias absurdas de Dilma, muito pelo contrário, mas esses "detalhes" podem ser relevados mediantes acordos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Quando um partido aceita compor a vice-presidência da chapa de outro partido, ou faz isso por coincidência de ideias e ideais, ou por interesses momentâneos mutuamente benéficos. Conforme dito, não acredito na primeira opção. Sobra a segunda opção, o que eram estes interesses do PMDB em se aliar a o PT geram diversas teorias, todas inquietantes. Portanto, Temer não é o mentor das atrocidades de Dilma, mas foi no mínimo conivente com elas, por um preço alto.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A situação que Temer herdou é uma das piores possíveis. Os fundamentos da economia brasileira sofreram processo de corrosão intenso, e é necessário um esforço e um sacrifício enorme para repará-los. A equipe econômica escolhida por Temer é boa, aliás qualquer uma sem Guido Mantega, Alessandro Tombini, Nelson Barbosa ou de simpatizantes destes seria já melhor. Esta nova equipe está com a visão analítica correta dos atuais problemas e propôs alguns remédios amargos, mas necessários, para a reparação necessária. Limitar gastos, repensar a previdência e as leis trabalhistas são atitudes que à primeira vista parecem ser contra a população, mas pelo contrário são a favor. O brasileiro se ilude que a farra promovida não era financiada com nosso dinheiro e pior com a capacidade do país gerar novos negócios e empregos. Mas sempre existirão as tentações populistas de soluções fáceis para se resolver os problemas estruturais, com consequências graves, é claro.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
E eis que surgem os problemas do PMDB. O primeiro é que apesar do partido não compactuar com as crenças políticas do PT, até certo ponto diga-se de passagem, ele não fez nada para evitar essa nefasta política econômica, pior deu apoio para que elas fossem mantidas via aliança política nas eleições de 2010 e 14.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O segundo é que o PMDB é um partido de órbita do poder, desacostumado a lidar com as cobranças diretas da população, não sabe fazer oposição e na situação não sabe transmitir à população a gravidade da herança econômica maldita e a necessidade de se tomar medidas austeras. Falta alguém como João Santana ao lado de Temer para explicar a todos nós os rumos que o país tem que tomar. É claro que esse alguém não precisa ser pilantra como Santana, apenas saber comunicar como ele.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O terceiro problema do PMDB é a própria essência do partido, ou melhor dizendo a falta de uma essência. O partido é um amontoado de políticos profissionais, alguns da pior espécie, sem ideais em comuns a não ser o de se agarrarem ao poder e de lucrarem com o poder. A Lava Jato avança de maneira devastadora no <i>establishment </i>político de Brasília e as últimas delações apontam para o alto escalão do PMDB.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O Brasil, portanto, se encontra em uma situação onde o atual partido que ocupa o Poder Executivo, eleito popularmente diga-se de passagem, não sabe se comunicar, quando se comunica faz isso de maneira atabalhoada muitas vezes, tem membros de reputação horrível e por inferência participou do esquema de corrupção dos governantes anteriores...</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
A turbulência atual é grave e cria um ambiente perfeito para que apareçam aventureiros de plantão. Nomes de políticos em ascensão variando do espectro de Marina Silva a Jair Bolsonaro preocupam e muito. Não vejo nenhum deles com propostas lúcidas ou sérias para colocar o país no trilhos. Aliás, o discurso destes é similar àqueles proferidos lá em 1989! A oposição ao PT foi inepta ao deixar que o monopólio das virtudes fosse tomado, quase que por usucapião, por este partido, e agora se mostra inepta ao se organizar para dar um rumo ao país. E para piorar, as denúncias da Lava Jato também avançam rumo à oposição.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
O PT volta à sua origem, que é do partido que atirava pedras nos telhados alheios. Numa audácia quase que inacreditável culpa a atual situação do país no PMDB. Até o <i>impeachment </i>de Dilma a crise não existia, agora ela não só existe como é culpa das atuais PECs. O pior é que esse <i>modus operandi </i>do PT é bem feito, ou seja, o partido devastado pela inépcia de Dilma e o mar de corrupção exposto passa a lucrar à medida que a percepção da população é de que a crise foi criada por Temer, problema crônico de memória curta do brasileiro, e de que todos os corruptos estão no PMDB.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Tirar Dilma do poder era necessário para se evitar o cataclisma, basta ver o que é Cuba na realidade. Mas daí achar que os problemas acabaram é ingenuidade. O que não faltam ao Brasil neste momento são problemas, de toda a sorte e magnitude. O que me preocupa são os rumos que o Brasil pode tomar diante dessa situação. Os ímpios não só não têm paz como são constantemente tentados pelo populismo barato.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-36416449915404403252016-12-13T11:12:00.000-08:002016-12-13T11:12:07.625-08:00O Que os Americanos nos Ensinaram<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">Contrariando todas as expectativas, os
eleitores americanos que compareceram às urnas em novembro de 2016 elegeram como presidente o
empresário, dublê de apresentador de </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "calibri";">reality
show</span></i><span style="font-family: "calibri";">, populista e fanfarrão Donald Trump.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">Os simpatizantes da esquerda ficaram estupefatos enquanto a ala da
direita mais extrema saudou a vitória de Trump contra a “comunista” Hillary
Clinton.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Como isto aconteceu?</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">O cineasta de esquerda Michael Moore já havia
previsto este resultado, redigindo uma análise que listava vários pontos que
levariam a este desfecho, inclusive que o eleitor americano teria a chance de
na urna “avacalhar” a eleição.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Algo
semelhante ao que brasileiro faz elegendo Tiririca para o congresso.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">O seriado </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "calibri";">The
Simpsons </span></i><span style="font-family: "calibri";">já havia previsto há bem mais tempo a eleição de Trump.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">E agora?</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";">
</span></span><span style="font-family: "calibri";">Quem viver verá…</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">Em 1956, em um encontro de líderes do primeiro
mundo com o premiê soviético Nikita Khruschev em Moscou, este último proferiu “Nós
vamos enterrá-los”.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Khruschev, que como
Trump era desprovido de bom senso e freio na língua, previa que o “imperialismo
americano” iria fracassar e o socialismo triunfaria nos EUA quando o
proletariado americano insurgisse.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">O
oposto ocorreu com a implosão da União Soviética e do Pacto de Varsóvia entre
os anos de 1989 e 91.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Economistas
renomados como John Kenneth Galbraith já haviam previsto o fracasso da URSS anos
antes de Mikhail Gorbachev tentar salvar seu país com a </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "calibri";">Glasnost </span></i><span style="font-family: "calibri";">e a </span><i style="mso-bidi-font-style: normal;"><span style="font-family: "calibri";">Perestroika</span></i><span style="font-family: "calibri";">.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">As razões para o fracasso soviético são muito
bem documentadas, embora na América Latina tenha surgiu o bolivarianismo ou o
socialismo do século XXI, uma tentativa desastrada de se fazer dar certo o que
deu muito errado.</span></span></div>
<br />
<div style="margin: 0in 0in 8pt; text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";">Esse fracasso ofusca e tira a atenção dos
problemas do capitalismo.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">A máxima que o
capitalismo é o menos ruim de todos os outros sistemas tem fundamento apesar de
renomados economistas e comentaristas de direita e liberais dizerem que o
capitalismo é perfeito.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Estes têm
defendido Trump acusando a imprensa de ser parcial e pró-esquerda.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Não vejo em Trump o político que vai promover
uma agenda liberal nos EUA, muito pelo contrário.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Suas propostas são de proteção à indústria
americana e isolamento de aliados e parceiros comerciais.</span><span style="mso-spacerun: yes;"><span style="font-family: "calibri";"> </span></span><span style="font-family: "calibri";">Dificilmente uma agenda condizente com os ideais
econômicos liberais. A nação fundada por forte movimentos migratórios e cuja economia prosperou baseada em fundamentos libertários, agora se encontra rumo a território desconhecido se Trump cumprir um terço de suas bravatas populistas.</span></span><br />
<span lang="PT-BR" style="mso-ansi-language: PT-BR;"><span style="font-family: "calibri";"><br /></span></span>
<span style="font-family: calibri;">O capitalismo é o modelo econômico adotado pela direita e ao meu ver é fundamentado em dois pilares: a democracia e a meritocracia. O primeiro é o que garante, na teoria pelo menos, que o governo responde ao povo, que por sua vez tem o direito de mudar o governo caso este não esteja agradando. Democracias tendem a produzir governos menos sufocantes para os governados, assim mantendo em patamares aceitáveis a burocracia, o controle governamental e os impostos, três itens que em excesso podem aleijar qualquer economia. Basta, é claro, o povo eleger representantes que persigam estes ideais e não o contrário.</span><br />
<span style="font-family: calibri;"><br /></span>
<span style="font-family: calibri;">A meritocracia é o pilar que garante que os melhores profissionais e as melhores empresas triunfarão. A meritocracia é cega e fria no sentido que esta avalia um profissional somente pela sua capacidade profissional e valor que agrega e seu empregador, e que também premia a empresa que consegue prosperar oferecendo a seus clientes o produto com melhor custo-benefício. Não existe uma economia 100% meritocrática. Empresas mantém funcionários incompetentes em altos cargos por avaliações equivocados dos gestores, ou até mesmo por estes funcionários possuírem bom relacionamentos pessoais com os superiores. Práticas de <i>dumping</i>, cartel, vendas casadas e outros abusos de poder econômico também minam a meritocracia. Quanto menos meritocrática for uma nação, mais frágil será sua economia.</span><br />
<span style="font-family: calibri;"><br /></span>
<span style="font-family: calibri;">As constantes queixas de americanos contra empresas que estabelecem suas indústrias em países com mão de obra mais barata, e contra imigrantes que aceitam condições de trabalho menos satisfatórias que aquelas impostas pelos sindicatos americanos, surtiram efeito e Trump pode ser considerado como uma consequência disto. Ao se imaginar um país capitalista, os EUA vêm a mente de quase 10 em 10 pessoas. Pois os capitalistas americanos não previram que o próprio sistema que estes endossam poderia causar danos a eles mesmo. A meritocracia ditou que empresas americanas e os próprios consumidores americanos conduzissem o país a esta situação que deixou uma parcela da força de trabalho do país em situação difícil.</span><br />
<span style="font-family: calibri;"><br /></span>
<span style="font-family: calibri;">Este é o ponto que o capitalismo falha. Ele prevê a recompensa para aqueles com mais méritos, mas esquecem que aqueles que não conseguiram atingir o sucesso, que pode ser simplesmente estar empregado, não aceitam na maioria das vezes este resultado. Em uma ditadura como a da China, os "fracassados" não teriam vez, mas o capitalismo para dar certo e não ser desvirtuado deve ser estabelecido em uma democracia. E nas democracias modernas, baseadas no conceito de sufrágio universal, os bem-sucedidos, os medianos e os fracassados têm poder igual de voto. A própria democracia tem brechas permitindo que aventureiros e políticos mal-intencionados sabotem a democracia, por meio de votos daqueles não bem-sucedidos. Não vejo Trump propondo um governo menos sufocante, pelo contrário. Até mesmo a redução de impostos pode causar um aumento do déficit público americano, que pode ser compensado com juros maiores, ou até mesmo inflação.</span><br />
<span style="font-family: calibri;"><br /></span>
<span style="font-family: calibri;">Quem pensa que um eleitor faz uma escolha analítica e racional de seu candidato está muito enganado. O eleitor muitas vezes vota usando o emocional, fazendo pouca análise e até mesmo como Moore disse "avacalhando". Trump é o resultado do capitalismo e uma ameaça do capitalismo a si próprio. O eleitor fracassado em sua maioria não pensa em se "reinventar" para ser bem sucedido no mercado de trabalho, é mais fácil e bem mais solidarizado atacar os seus atuais ou ex empregadores, o governo atual, o sistema, etc. Nesse momento, o mesmo Freud que disse que o comunismo não daria certo deveria ter imaginado que a inveja e a necessidade de atenuar o fracasso podem falar mais alto. Trump fez seu discurso dirigido a estes eleitores.</span><br />
<span style="font-family: calibri;"><br /></span>
<span style="font-family: calibri;">É preocupante que a nação mais poderosa do mundo tenha oferecido como principais candidatos Donald Trump e Hillary Clinton, é de uma pobreza de opção inquietante. O mundo estará de olho em como os EUA serão conduzidos 4 ou 8 anos por Trump. No longo prazo, o mundo tem de repensar o capitalismo, pois esse não é perfeito e sua contraproposta, o socialismo, é uma opção muito pior.</span></div>
<b></b><i></i><u></u><sub></sub><sup></sup><strike></strike>Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-10736093800182311982016-11-03T17:02:00.001-07:002016-11-04T08:49:06.934-07:00Celebrando o Samhain<div style="text-align: justify;">
A popularização do Dia das Bruxas nessas terras é recente, lembro que há uns 10 anos atrás, um punhado de crianças tocou a campanhia do meu apartamento para proferir "Travessuras ou Gostosuras". É mais ou menos a época que comecei a ouvir as críticas dos mais nacionalistas que estávamos adotando uma festa americana (ou estadunidense) em detrimento do nosso folclore nacional. Só digo que esse povo cansa.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Em 2003, foi apresentado um projeto de lei para a criação do Dia do Saci a ser celebrado no 31 de outubro, ou seja, concorrendo diretamente com o Dia das Bruxas, popularmente conhecido pelo seu nome inglês <i>Halloween</i>, uma corruptela de <i>All Hallow's Eve</i>, ou simplesmente a véspera do Dia de Todos os Santos. Até mesmo se tornou lei estadual em São Paulo e a cidade de São Luiz do Paraitinga incorporou este dia no calendário de festividades daquela cidade turística.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Muitos historiadores concluem que o formato do <i>Halloween </i>é o resultado do sincretismo religioso do cristianismo com religiões pagãs celtas. As comemorações da véspera do Dia de Todos os Santos teriam absorvido vários rituais pagãos incluindo o celta <i>Samhain</i>, no qual se observava o fim da época da colheita. Os celtas faziam oferendas aos espíritos no <i>Samhain </i>para que pudessem sobreviver a metade mais sombria do ano, o outono e inverno no hemisfério norte. Alega-se que os escoceses e irlandeses se vestiam como espíritos para obter estas oferendas, ou talvez para enganar os próprios espíritos.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Nota-se que o <i>Halloween </i>é, portanto, uma comemoração celta, perpetuada por seus descendentes, escoceses, irlandeses e galeses, que foi absorvida pelos americanos, já que povos de origem celta, em específico os irlandeses, emigraram em massa para os Estados Unidos. Esse país popularizou a comemoração para o resto do mundo, mas não o criou. Da mesma maneira que os italianos não inventaram a pasta, mas popularizaram a invenção chinesa na Europa. <br />
<br />
O Brasil é um país cuja grande parcela da população tem ascendência europeia e que observa o cristianismo. O Saci tem origem em mitos tupis-guaranis e foi modificado segundo historiadores pelos escravos brasileiros, daí ter se tornado uma criança mulata. Apesar de ser uma das lendas mais populares do Brasil, o saci não tem um apelo tão forte no próprio Brasil quanto aos costumes celtas popularizados nos EUA. Todas as minorias merecem respeito, mas a maioria merece igual respeito. Impor uma data sem nenhum significado, pagão ou cristão, baseado numa figura de significado tênue para muitos é uma idiossincrasia.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
No dia 31 de outubro, as crianças brasileiras não estão interessadas em saci e apesar de leis criadas, o <i>Halloween </i>ganhou força aqui. Pode-se alegar que o brasileiro tem complexo de inferioridade e desprezo pelas próprias tradições, mas acredito que simplesmente o <i>Halloween </i>é um evento bem mais divertido e melhor comercializado que qualquer alternativa criada nestas bandas para o Dia das Bruxas. Melhor teria sido tropicalizar o <i>Halloween </i>colocando o saci como uma opção para as crianças se fantasiarem. Outros feriados cristãos, como Carnaval e as Festas Juninas, ganharam bastante força aqui no Brasil sendo tropicalizados. Já o <i>Thanksgiving</i>, ou Dia de Ação de Graças, um dos principais eventos do calendário americano, tem uma importância mínima aqui, uma prova que não importamos tudo da terra do Tio Sam.</div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
Os mais católicos, além de outros cristãos, reclamam que o <i>Halloween</i> é um rito pagão que celebra algumas figuras "pouco cristãs" como Satanás e Drácula. Respeito quem opta por não prestar nenhum tipo de reverência a estes tipos de figuras, mas há de se dar crédito ao bom senso dos pais das crianças fantasiadas a caráter e também das crianças que crescerão sem se tornarem adoradoras do oculto. E quanto ao <i>Halloween </i>ser um rito pagão, pergunto onde exatamente na Bíblia está a explicação para o Natal ter as renas de Papai Noel e para o coelho ser o personagem principal da Páscoa? Esse povo também cansa.<br />
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No fim das contas, o crescimento do <i>Halloween </i>no Brasil mostra que ainda tem muita gente sem o que fazer e que decretos tentando moldar os gostos das pessoas são fadados ao mais retumbante fracasso. Não lembro de ninguém comemorando Dia do Saci aqui no meu prédio! De qualquer maneira, o Saci continua popular entre os fãs do Monteiro Lobato e a torcida do Internacional.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-82068337527089866622016-10-07T11:37:00.001-07:002016-10-07T11:37:08.010-07:00O Dilema da Daslu<div style="text-align: justify;">
Uma vez, me convidaram mais a minha esposa para fazermos compra na Vila Daslu, aquele shopping onde se comercializava produtos para as classes mais abastadas. A minha resposta seria que eu iria de tênis velho, calça de camuflagem e camiseta do Che Guevara. O meu sarcasmo não foi bem apreciado, porém, não deveria ter respondido daquela maneira. O convite por si próprio era absurdo, pois jamais fomos propensos a gastar uma significativa parcela do salário em vestuário de ostentação. Deboche à parte, vestir qualquer roupa que homenageie um genocida é um profundo desrespeito com as vítimas da sanha assassina de um falso herói cultuado por ignorantes de sua verdadeira história. <br />
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Não ficaria surpreso se visse um ex-frequentador da Daslu vestindo uma camiseta do Che Guevara, até mesmo se fizesse isso dentro da própria Daslu ou atualmente em algum local frequentado pela mais alta classe da sociedade. É a famosa Esquerda Caviar, debatida extensivamente por vários, que gosta de ostentar, mas diz se preocupar com os mais pobres. Esse posicionamento sempre me deixou perplexo, ou deriva de culpa ou de inveja daqueles que têm ainda mais dinheiro, afinal a inveja não é um sentimento exclusivo aos mais pobres. Os membros da Esquerda Caviar que gostam de vestir bonés e camisetas com o rosto do Che Guevara, invariavelmente se esbalda com roupas caras, carros de luxo e festas nababescas. E ainda por cima, em mais um sinal de estranheza, gostam de ter um reconhecimento alheio pela riqueza que acumulam.</div>
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O monumento à ostentação que foi a Vila Daslu na Vila Olímpia realmente chocava, apelando tanto para a cobiça como para a inveja de quem não a frequentava. Para mim era algo desnecessário, sendo que lojas nos Jardins Paulistano e no Shopping Iguatemi eram os verdadeiros rivais da Daslu de Eliana Tranchesi e atraíam sua clientela sem a ostentação escancarada concebida por Tranchesi. Em uma cidade com um alarmante índice de criminalidade, a pior coisa é pintar um alvo nas costas sinalizando que tem dinheiro de sobra.</div>
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Claro que surgiram as críticas lá em 2005, quando a marca Daslu ergueu seu elefante branco à beira da Marginal Pinheiros. Os "politicamente corretos (chatos)" alegavam que aquele elefante branco era uma afronta a todos os desfavorecidos. Ou usaram este termo ou outro politicamente correto (imbecil) para criticar que os mais pobres, e até alguns menos ricos, não poderiam comprar calças jeans de mais de 5 mil reais. Desdenhar da Daslu e de quem frequentava a Daslu era até divertido, mas ficava a curiosidade de como seria lá dentro e até como seria usar um dos produtos lá comercializados.<br />
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Muito pode ser dito a respeito de como o dinheiro afeta a vida das pessoas. Existe o tal estudo, mal-interpretado por alguns, do economista Angus Deaton e do psicólogo Daniel Kahneman que afirmam que para salários acima de US$75.000,00 anuais, o dinheiro não aumenta a satisfação pessoal. Independente do que estes pesquisadores quiseram inferir, dinheiro resolve uma miríade de problemas que a falta de dinheiro causa. É da natureza do ser humano ambicionar o que os outros têm, como já diria a letra da música <i>Sit Down </i>do grupo inglês James "<i>If I hadn't seen such riches / I could live with being poor</i>".<br />
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Duas atitudes podem decorrer destas ambições, a primeira é aquela mais mesquinha propagada pela ala mais estúpida da esquerda mundial que é a de desdenhar da riqueza alheia e de como ela foi obtida, acusar os ricos de crimes por serem ricos e de toda sorte de males que afligem a humanidade. Essas atitudes justificam a criminalidade sempre com o intuito corrigir injustiças sociais, seja lá o que isso realmente quer dizer, se apoderando da riqueza alheia. Essa ala local da esquerda usa essa retórica para poder se eleger e de Brasília assaltar a riqueza alheia em larga escala.<br />
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A segunda atitude, mais construtiva, é a de a pessoa criar incentivos para si próprio para atingir este patamar de preferência pelo trabalho honesto. Às vezes, esse tipo de ambição, é claro, resulta em trabalhos menos do que honestos. Nações ricas e prósperas são motivadas pela vontade de seu povo de atingir patamares econômicos superiores aos atuais. O declínio destas nações decorre de situações onde há acomodação ou, pior, usurpação da riqueza alheia, muitas vezes camufladas de impostos crescentes sobre os mais ricos e até de programas sociais de distribuição de riquezas.<br />
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O exemplo clássico é dado pelas nações alemã e japonesa que foram arrasadas após a derrota da II Guerra Mundial em 1945 e se reconstruíram. Os asiáticos ainda sofreram os singulares ataques nucleares dos americanos e revidaram obrigando décadas depois o povo dos EUA a comprarem televisores da Samsung e a dirigirem carros da Toyota.<br />
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É claro, que há um terceiro grupo, bastante numeroso, que são aqueles que são indiferentes à opulência alheia. Talvez esses sejam acometidos de um pouco de inveja ou vontade de exibir riquezas que não tem, mas esse sentimento não é dominante nestas pessoas. Os que são completamente indiferentes são casos à parte, possivelmente são mais ricos que os antigos frequentadores da Daslu, sustentados pelo dinheiro alheio ou quem sabe são pessoas mais evoluídas espiritualmente.<br />
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Daquela época da Daslu se impondo na Marginal Pinheiros, lembro de um punhado de gente rica que não perdia a chance de ser desagradável ao exibir ostensivamente o que tinham para o resto da cidade, e mais ainda de um bando de gente chata e desocupada que ao invés de se preocuparem com seu trabalho ou as contas para pagar resolviam desdenhar da riqueza alheia. No fim, veio a Operação Narciso em 2010, e a Daslu abandonou o elefante branco para voltar a ter a discrição necessária.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-40219816340409163722016-09-06T20:23:00.003-07:002016-09-06T20:36:45.123-07:0050 Tons de Flicts<div style="text-align: justify;">
O livro infantil "Flicts" do escritor Ziraldo foi editado pela primeira vez em 1969. Descrevia os augúrios de uma cor que tentava descobrir sua identidade, até que ao final da estória se identifica com a cor do solo lunar, em suma "A Lua é Flicts!". Na minha terceira série, há mais de 30 anos, encenamos uma peça da estória e, é claro, que como vários alunos quis ser Flicts, mas acabei com o papel do Laranja. Nem cor primária consegui ser para minha decepção...</div>
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Naquela época, eram apenas 5 partidos, PDS, PTB, PT, PDT e PMDB, sendo que o primeiro e o último disputavam a hegemonia política brasileira, elegendo 22 dos 23 governadores na eleição de 1982. O Brasil caminhava a passos constantes para sua redemocratização, sendo que o PDS abrigava os políticos aliados aos governantes militares e o PMDB englobava uma oposição amorfa e heterogênea, mas com amplo e crescente apoio popular. O PT ainda não tinha a dimensão que atingiu no seu auge, mas apesar de não ser levado tão a sério, já assustava pelo radicalismo de suas propostas. Curiosamente, o PT se aliou aos demais 4 partidos em vários momentos de seus quase 14 anos de governo, levando em conta que o PDS é o atual PP após várias mudanças de nome. Eis a definição de fisiologismo.</div>
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Os tempos não eram fáceis no início daquela década, a inflação era altíssima, havia escândalos de mau uso de empréstimos subsidiados, o grau de endividamento da nação era exorbitante, a nossa indústria era sucateada devido ao alto grau de protecionismo e Brasília já era Brasília desde então. Em muitos aspectos, os tempos eram tão ruins ou piores que agora. Olhando sob esta ótica, é muito fácil se tomar pelo pessimismo, ou no mínimo pelo ceticismo quanto ao que virá pela frente. Michel Temer apresentou um discurso no qual pelo menos faz um diagnóstico correto da atual situação e propõe atitudes contrárias àquelas de Dilma. O problema é que Temer é cercado de políticos do pior naipe possível, alguns sobreviventes do final da ditadura e do início da redemocratização. Basta ver que Renan Calheiros é líder do senado, tendo estado em posição de eminência no congresso há muito tempo. O próprio Temer sempre esteve nessa posição, inclusive de aliança com governos anteriores. O lema do PMDB parece ser "<i>Hay gobierno soy a favor</i>"!</div>
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Recentemente, muito se discutiu sobre as tendências de esquerda da maioria dos partidos brasileiros e de muitos congressistas. Um <i>post </i>chamava o espectro partidário brasileiro, hoje em mais de 30 partidos, de "50 tons de vermelho". É claro que há políticos presos a ideologias esquerdopáticas como Dilma, uma ex(?)-guerrilheira marxista, mas a maioria não é comunista exatamente, e sim criminosa e parasita, como vários políticos do próprio PT. Quando se observa a existência do Partido Nacional Corinthiano, do Partido Ecológico Nacional e outras aberrações similares, a minha conclusão é que o espectro partidário brasileiro é formado por "50 tons de Flicts". Enquanto a maioria dos brasileiros têm cores primárias ou secundárias, os habitantes de Brasília têm cores únicas e especiais.<br />
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Brasília parece existir em um mundo paralelo, como um planeta distante, uma dimensão paralela ou o mundo da lua mesmo, onde as regras aplicadas a nós não são válidas. A conexão de Brasília com nossa realidade não é feita por rodovias ou por aeroporto e sim pelo verdadeiro sorvedouro do nosso dinheiro criado lá, resultando em leis e burocracias kafkianas. A crise brasileira pode ser facilmente resumida em uma estatística, o PIB per capita do Distrito Federal é o maior de uma unidade federativa do Brasil e quase o dobro do segundo lugar, o estado de São Paulo. É também simplesmente entre as principais cidades da América Latina, o maior PIB per capita. Não é necessário recorrer a mais estatísticas para notar que o parque industrial e de serviços candango é medíocre e que a grande atividade de Brasília é a burocracia e o funcionalismo público, para não dizer corrupção. A crise não atingiu tanto o Planalto Central pois o funcionalismo público é protegido por lei, às custas dos demais cidadãos, e os políticos detêm o poder de votar nos próprios salários.<br />
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Isso tudo não é novidade para a grande maioria da população brasileira, cansada da classe política, mas eleitora desta. O problema é que estes "selenitas" que habitam o mundo da lua de Brasília são necessários para que se aprovem as reformas necessárias para tirar o país do atoleiro. Como convencer um deputado, preocupado com sua reeleição em 2018, que as reformas previdenciária e trabalhista são mais do que cruciais, sem arriscar perder eleitores que tem medo dessas reformas? Como fazer uma reforma tributária, sem que os governadores e prefeitos esperneiem com possíveis perdas de receitas? E principalmente, como fazer uma reforma política, não aquela proposta por Dilma, que possa permitir que outras cores possam ser inseridas no espectro partidário político brasileiro? Quem souber me avise.<br />
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Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-39704055896167618652016-08-31T15:38:00.000-07:002017-03-28T13:43:47.242-07:00Daqui para Frente<div style="text-align: justify;">
Ufa! Escapamos do cataclisma, que seria a reintegração da posse de uma chefe de nação sem a menor noção do que fazer, sem apoio para qualquer medida que viesse a tomar e, pior, com o histórico de atitudes que no curto, médio e longo prazo jogariam o Brasil para um precipício profundo. Ou alguém não conhece a realidade desesperadora de nações como Venezuela e Cuba que tinham a admiração da cúpula do finado governo? Mas colocar o último prego no caixão político de Dilma Rousseff não é suficiente para tirar o Brasil da crise ou até mesmo fazer que adentremos uma espiral virtuosa rumo ao desenvolvimento. Nem Michel Temer, que por ser vice na chapa de Dilma por duas vezes mostra um grau preocupante de compactuação com os absurdos desta, será o responsável por nos guiar a "Terra Prometida".</div>
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Quem então nos guiará através do deserto da crise? Aécio? Marina? Bolsonaro? Nenhum deles, essa travessia cabe a todos nós, sem exceção. Uma vez discutindo com um amigo na época de graduação, ele argumentou que o Brasil precisava de uma liderança que nos inspirasse para sermos melhor, porém argumentei que precisávamos nós mesmo sozinhos tomarmos a atitude necessária para engrenar. Qualquer trabalhador que precise de um "grande líder" como chefe para fazer seu trabalho direito está precisando mesmo de um outro emprego ou repensar suas atitudes. Será que nós como cidadãos precisamos de um grande presidente para fazermos a nossa parte? É claro que, quando vemos nosso dinheiro de impostos ser gasto com MST, UNE, Porto de Cuba, ascensorista do senado e outros sorvedouros inúteis e imorais, fazer nossa parte é difícil, mas ainda é necessária. Boas lideranças nos contagiam para darmos o nosso melhor, mas nem sempre isso é verdade.</div>
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Aqui uma boa liderança é considerada aquela que fornece uma miríade de benesses a seus liderados, dinheiro, saúde, dinheiro, moradia, tudo de graça. Primeiro que não é de graça, já que nossa carga tributária beira os 40%, e então o brasileiro precisa entender que esta gratuidade custa é muito caro. A quantidade de candidatos prometendo tudo isso para o povo só não é maior que os eleitores que exigem dos governantes essas gratuidades. Prepotência minha à parte, quem quer moradia de graça e dinheiro fácil que vá ao Programa do Sílvio Santos! O brasileiro precisa é arregaçar as mangas para conseguir o que quer. Só tiramos Dilma do governo, pois fomos aos milhões para a rua pedir isso. Saúde e educação são itens que podem ser considerados investimentos nos cidadão, então é um debate separado.</div>
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Essa mendicância endêmica serve de alimento para governantes populistas que prometem os céus para seus eleitores. Só que o pedágio cobrado por esses é ineficiência e corrupção. Mais dinheiro, o brasileiro vai ter quando o mercado de trabalho estiver mais aquecido resultando em mais empregos e maiores salários, menores custos para moradia vão vir com juros menores devido a uma redução do déficit público, materiais de construção mais baratos com uma profunda melhora da eficiência das nossas cadeias de produção, etc.</div>
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E o brasileiro precisa também se emendar em relação a sua moralidade, vide a notória carta de Mark Mason. Observo que nos últimos tempos existe uma crescente intolerância contra aqueles que cometem delitos, mas a turma das "vítimas das injustiças sociais" é bem resistente e altiva. E para piorar muitos de nós temos telhados de vidro. A nossa conivência com pequenos (e não tão pequenos) delitos como sonegação de impostos, compras de produtos piratas, dinheiro para cervejinha dos guardas, entre outros, é inaceitável. Esse tipo de conivência é a semente da corrupção, poucos nascem 100% pilantras, mas vão lentamente chegando a esta porcentagem. O combate à corrupção tem duas etapas, a primeira é se extirpar os corruptos do poder e puni-los, a segunda é evitar que novos corruptos substituam os antecessores.<br />
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A pior desculpa possível para se cometer delitos é que outros cometem, ou que isso é justificável pois os delitos são contra os mais ricos. E aí reside um grande mal do brasileiro, é culpar sempre os mais ricos. Isso seria correto se esses ricos considerados fossem os políticos com seus salários e benefícios nababescos, porém o brasileiro gosta de apontar o dedo para a burguesia e o empresariado. Pobre, operário, classe média, burguês e empresário estão todos no mesmo barco. Ou trabalhamos juntos para mudar o futuro, ou já em 2018, outro populista corrupto é eleito para colocar o Brasil no rumo do cataclisma.</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-7915383337320086922016-07-30T05:05:00.002-07:002016-07-31T12:57:43.458-07:00A Muralha de Trump<div style="text-align: justify;">
Em 122 DC, o imperador romano Adriano construiu a famosa muralha em solo britânico que leva seu nome, a Muralha de Adriano. A razão para a construção de tal fortificação é atribuída à necessidade de proteger os territórios romanos na atual Inglaterra contra invasões bárbaras como as realizadas pelos pictos. Porém, este é um ponto de questionamento, uma vez que a obra em questão se localizava ao sul de áreas controladas pelos romanos. A muralha tinha cerca de 120 km de extensão, altura e profundidade variando de 3 a 5 metros. Essa obra foi precedida 20 anos depois pela muralha de Antonino, imperador romano e enteado de Adriano, localizada mais ao norte da mais famosa muralha e com cerca da metade da extensão da obra de seu padrasto. A muralha de Adriano serviu de inspiração até para a obra "As Crônicas de Gelo e Fogo" de George Martin. Indago se essa muralha também serviu de inspiração para a promessa de campanha do candidato republicano Donald Trump à presidência americana.<br />
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Claro que Trump pode também ter se inspirado na Grande Muralha da China, obra ainda mais famosa que às romanas com extensão na casa dos milhares de quilômetros e cerca de 300 anos mais antiga. Ou no infame Muro de Berlim criado para aprisionar alemães dentro do regime socialista imposto pelos soviéticos. Ou ainda no polêmico Muro da Cisjordânia, que na verdade é composto em parte por cercas de arame farpados, criado ou para impedir terroristas palestinos de adentrarem território israelense, segundo israelenses, ou para Israel expandir as suas fronteiras dentro de território palestino, segundo os que são contra Israel.<br />
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O que difere a Muralha de Trump das demais fronteiras físicas artificiais é que esta tem o intuito de criar uma barreira entre dois países de relativo bom relacionamento com extensos laços econômicos, comerciais e culturais. A Muralha de Trump se estenderá pelos quatro estados americanos, Texas, Novo México, Arizona e Califórnia, que tem fronteira com o México. Sim, o país latino tem graves problemas sociais além de parte do território ser infestado e dominado por cartéis de narcotráfico, mas o mexicano não é nenhum bárbaro que pilhará Washington ou terrorista que se explodirá em pleno Central Park. Sem contar que os criminosos mexicanos já fazem uso de túneis em cidades fronteiriças (San Diego / Tijuana e El Paso / Ciudad Juarez) e até de submarinos para burlarem a fronteira entre os dois países. Indago se caso Trump chegue realmente à Casa Branca, se tal projeto realmente não seja vetado pelo Congresso.<br />
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Recentemente, estive trabalhando em Michigan, estado americano com alta taxa de desemprego e até mesmo decréscimo populacional em seu grande centro urbano de Detroit, e ouvi algumas críticas aos sindicatos locais. Um gerente de uma planta elogiou os trabalhadores mexicanos por estarem dispostos a trabalharem mais e melhor do que os americanos, que fazem questão de usar os sindicatos para imporem condições aos empregadores. Claro que existem empregadores que abusam e exploram da agonia dos imigrantes para imporem condições trabalhistas abusivas, mas é inegável que os sindicatos americanos prejudicam o mercado de trabalho americano. Ao invés de construir uma nababesca muralha, Trump poderia rever as relações trabalhistas. Mas aí surge o problema é que o trabalhador americano sindicalizado vota e o imigrante ilegal não...<br />
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Outra proposta é a de se proibir (ou dificultar) a entrada de muçulmanos nos EUA. Entendo que é uma afronta à Constituição Americana, mas isso é um tema para debate mais extenso. Trump depois aparentemente recuou dizendo que barraria somente os muçulmanos de países comprometidos com o terrorismo. Como o próprio Bush filho disse após os ataques de 11 de setembro de 2001, os EUA tinham sido atacados por um covarde sem face, isto é o terrorismo não tem uma bandeira identificável. Fala se até em dificultar a entrada de franceses e alemães, países que segundo Trump foram permissivos com a entrada de terroristas e, portanto, sofrem agora com este problema. <br />
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Qualquer candidato que se promova por propostas tão polêmicas e as apresente como soluções simplistas para problemas complexos deve ser observado com cautela. Quando o Levy Fidelix se baseia em um programa como a canalização do Rio Tietê e a construção do aerotrem, ele é engraçado pois não tem chance de vitória, mas usa do nosso dinheiro para promover esses absurdos. Trump assusta pois lidera as pesquisas de intenção. E fica a questão do que Trump realmente planeja fazer caso ganhe a eleição.<br />
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Suas propostas na área de saúde e de educação não são nada absurdas e sob certa ótica até mesmo sensatas, mas há outras que assustam bastante, mais até que a construção da Muralha de Trump. O discurso de dificultar estrangeiros de trabalhar nos EUA servirá para que outros países contratem bons profissionais estrangeiros, assim alavancando empresas não-americanas e criando uma considerável penalização às americanas. Os EUA possuem um formidável contingente de profissionais capacitados, mas historicamente sempre atraiu profissionais estrangeiros altamente capacitados que ajudaram o país a ser a potência que é.<br />
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Também assusta o discurso de punir empresas que resolvam transferir suas linhas de produção para outros países. A ameaça de Trump de punir a Apple caso esta produza o iPhone fora dos EUA é benéfica para companhias estrangeiras que poderão se valer de produzir um telefone celular mais barato e no futuro comercializá-lo a preços mais competitivos em território americano e estrangeiro. Ou será que Trump irá sobretaxar produtos de alto valor agregado? Se Trump soubesse o que foi a Lei da Informática no Brasil!<br />
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Isso sem contar as mais bravatas de impor restrições aos chineses, esquecendo que estes têm alto grau de entrelace comercial com os EUA e de participação no mercado financeiro, inclusive financiando a dívida americana. É de arrepiar pensar uma reunião entre Trump com o déspota ardiloso Vladimir Putin. Para aqueles que não nasceram durante a Guerra Fria, este é um pensamento sombrio.<br />
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A história nos ensina que movimentos migratórios podem ser <a href="http://novoblogdoricardo.blogspot.com.br/2016/01/de-edirne-colonia.html">catastróficos para algumas nações</a>, mas o que Trump propõe não é solução e pode em um curto prazo resultar em algumas melhoras para os americanos. No longo prazo, esse tipo de postura tem um custo alto. A última coisa que se quer são os EUA abraçando um populismo raso, xenofobia e isolamento. Não é benéfico para o mundo civilizado e não se conhece nações que tenham prosperado nessas condições.<br />
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Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-42301583405686131442016-06-25T04:22:00.003-07:002016-08-23T09:53:08.636-07:00A Catástrofe Britânica<div style="text-align: justify;">
Os fãs de ficção científica e leitores as obras de Isaac Asimov e Arthur C. Clarke vão lembrar que na maioria das estórias a raça humana e a Terra eram unificadas em uma única nação. A série Jornadas das Estrelas vai então além, cria um universo no que não só essa unificação é consolidada na forma de uma utopia esquerdista onde não existe miséria, todos são felizes e o dinheiro foi abolido, mas como ela é expandida para outros planetas habitados por outras raças, como os vulcanos. Todos eles vivendo de acordo com o <i>American Way of Life</i>. Até Babylon 5 abraçou esse conceito, menos utópico, mas com as unidades imperiais não sendo substituídas pelas métricas e com o beisebol sendo mais popular que o futebol em Marte.</div>
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Viagens interplanetares, inteligência artificial, robótica avançada, contato com alienígenas e outros conceitos futuristas talvez só sejam atingidas daqui a séculos, mas a unificação da raça humana na Terra sob uma única nação deve demorar mais que estes. O <i>Brexit</i> é a prova da dificuldade de se obter esta união, apesar de grandes avanços feitos nos últimos séculos e contínuos esforços para um maior entendimento entre os diferentes povos. Os cidadãos do Reino Unido resolvem regredir um pouco mais no caminho desta maior união, mostrando que o ser humano tem resquícios sim de desconfiança dos seus vizinhos e que um sentimento saudável de nacionalismo se degenera facilmente em uma tendência ao isolamento.<br />
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A história da humanidade é repleta de exemplos em que povos mantiveram por séculos um ranço que resultaram em guerras, diásporas e movimentos separatistas. O Canadá, por exemplo, em 1995 esteve muito próximo de se separar em dois, numa demonstração que mesmo em um país rico e com sólidos fundamentos democráticos, o conceito de união entre povos diferentes pode ser fugaz. Mas um dos mais marcantes eventos é a Catástrofe.<br />
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Gregos e turcos nunca se deram. Por séculos na Idade Média, os gregos do Império Bizantino travaram uma árdua e ineficaz batalha para conter primeiro o avanço dos turcos seljúcidas e depois dos turcos otomanos. Antes mesmo da queda de Constantinopla em 1453, os bizantinos já estavam em acentuado declínio e foram subjugados pelos turcos por quase 400 anos. Durante o jugo otomano, gregos e turcos não se miscigenaram muito, mas suas populações se misturaram consideravelmente. Cidades como Constantinopla, Adrianópolis, Esmirna e Tessalônica eram habitadas por turcos e gregos em razoável harmonia. Com a independência da Grécia em 1829, a tendência foi a de se piorar as relações entre estes povos. <br />
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Mas até o início da I Guerra Mundial, gregos e turcos ainda coabitavam as mesmas cidades, sendo estas em território grego ou turco. Como o Império Otomano se uniu aos Poderes Centrais liderados pela Alemanha, houve receio dos turcos que os gregos morando dentro das fronteiras otomanas viessem a se tornar insurgentes. O resultado foi o início da expulsão de vários gregos de território otomano e por fim o genocídio grego que só foi interrompido com a derrota otomana para os Aliados no final da guerra. A Grécia sentindo a fraqueza de seus adversários, invadiu em 1919, um ano após o fim da I Guerra Mundial, o Império Otomano no intuito de se reconquistar territórios que historicamente pertenceram aos gregos. Essa guerra local terminou em 1922 quando os turcos rechaçaram todo o avanço grego. Ao fim desta guerra, o Império Otomano tinha sido dissolvido e a República da Turquia formada, mas havia o problema que mesmo com o genocídio grego, ainda haviam bastante gregos em território turco, e vice-versa!<br />
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A resolução para aquela situação é conhecida como a Catástrofe da Ásia Menor, no qual as populações turcas e gregas em territórios opostos foram deportadas simultaneamente. A definição de quem era turco ou grego era baseada praticamente na religião do cidadão. Apesar do jugo turco muçulmano sobre os gregos ortodoxos, os primeiros sempre foram tolerantes com a crença dos segundos. Cerca de 300 mil gregos ainda permaneceram em Istambul, novo nome de Constantinopla, mas gradualmente foram forçados a emigrarem para a Grécia devido a perseguições dos habitantes locais e do próprio governo turco. Apesar de Grécia e Turquia terem fechado um acordo de compensação entre os dois países, o prejuízo individual de cada um dos deportados é incalculável. Gerações de cidadãos de repente se viram na situação de deixarem suas cidades natais para emigrarem para uma terra até um certo ponto estranha, praticamente sem bens e com um futuro incerto pela frente. Cidades inteiras na região da Anatólia foram abandonadas, causando certo prejuízo à economia turca. <br />
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Não consigo vislumbrar os britânicos agindo como os turcos fizeram no passado, mas com certeza o Brexit vai causar problemas graves. Milhares de trabalhadores estrangeiros com passaporte comunitário participando ativamente da economia britânica se encontraram da noite para o dia em uma situação à priori irregular. Empresas alemãs, francesas, italianas, etc. em solo britânico, que empregam britânicos, também terão dúvidas de como a situação destas ficará. Ninguém em sã consciência promoverá deportações em massa ou confiscos de propriedades de estrangeiros, mas espere um gasto enorme com advogados e burocracia para se resolver essa situação. E esta deve ser regularizada rapidamente, pois sempre haverão os aproveitadores tentando obter lucro da confusão inicial. O problema é que qualquer solução justa e sensata demorará para ser atingida.<br />
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Na antiguidade, a extensão de uma nação era limitada basicamente pela capacidade de se mobilizar tropas e distribuir alimentos em todo o território. Com os avanços tecnológicos, essa capacidade foi aprimorada permitindo que as nações se tornassem mais íntegras e extensas. Industrialização, globalização, integração das cadeias de suprimento, parcerias de pesquisa entre outros fatores contribuíram para que desde o fim da II Guerra Mundial não houvessem mais conflitos entre os principais atores do cenário político mundial. Sim, é claro que EUA e URSS não chegaram "as vias de fato" pelo temor da destruição mútua também. Mas houve avanço notáveis desde então no quesito de integração entre as nações.<br />
<br />
Mas o que impressiona, é que mesmo apesar de todos estes avanços, continuamos suspeitando de nossos vizinhos, às vezes com razão mesmo. Quanto mais fragmentada for a humanidade, mais difícil será a resolução de problemas que espreitam no horizonte, como escassez de recursos naturais. Aliás esse é um bordão repetido por vários que no instante seguinte criticam americanos, argentinos, russos, japonenses, ou seja lá quem for a vez de serem criticados. Basta esse vizinho falar uma língua diferente, ter uma religião diferente ou não parecer conosco. Gregos e turcos ainda brigam hoje por território no Mediterrâneo, mesmo ambos sendo membros da OTAN. É difícil mesmo...<br />
<br />
<br /></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-82164769644575330312016-05-31T06:05:00.003-07:002018-03-06T03:57:15.396-08:00A Rotação da Terra e o Burro na Sombra<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Tentei mas não descobri de onde
vem a expressão “amarrar o burro na sombra”.
Mas o significado é bem conhecido. É o de estar com a vida ganha. O detalhe é que muitos esquecem que devido à
rotação da Terra, as sombras mudam de lugar durante o dia, o que pode ocasionar
em o equídeo em questão ficar exposto ao sol.
Conheço alguns amigos e colegas que mesmo sabendo do “deslocamento do
Sol no horizonte”, não se preocupam em procurar novas sombras. Alguns se queimam, outros conseguem sobreviver
a este momento de exposição passando certo sufoco.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Ao visitar uma fazenda de
crocodilos na Austrália, lembro-me do guia falar que os crocodilos faziam
basicamente duas coisas: armazenar energia e se reproduzir, o que ele admitiu
serem as suas favoritas. Podemos
extrapolar para boa parte da população que existe uma tendência natural de
procurarmos nos acomodar ao longo do tempo.
Outros não conseguem sequer imaginar a sua vida resumida a estas
atividades prosaicas, precisam estar sempre progredindo ou sentindo que estão
progredindo, apesar de poderem estar estagnados. Esses diferenciados são necessários à
civilização, pois graças a estes, negócios são gerados, avanços científicos são
desenvolvidos e empregos são criados.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas e os demais que querem
“armazenar energia”, o que os leva a se acomodarem? Apesar de todo guru de RH tecer uma miríade
de conceitos do que deve ser feito para se progredir na carreira, a verdade é
que muitos não querem ou não enxergam nisso uma prioridade. Um bom supervisor não necessariamente quer
ser um gerente, e um bom gerente não necessariamente quer ser um diretor. Quanto mais se ascende na carreira, mais
responsabilidades serão incumbidas, mais tempo será consumido no trabalho, e
mais será exigido das capacidades do profissional. Conheço bons profissionais que simplesmente
não almejam qualquer tipo de promoção, gostam do que fazem, até se dedicam mais
do que o necessário.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Dois problemas surgem com esse
tipo de atitude, o primeiro mais óbvio é de se expor à concorrência de
profissionais mais jovens com mais ambição e menor custo muitas vezes, o que
pode fazer com que a empresa promova uma “reciclagem”. Funções com baixo grau de complexidade e na
qual a experiência do profissional é pouco exigida são onde profissionais estão
mais vulneráveis a serem “reciclados”. <a href="https://www.blogger.com/null" name="_GoBack"></a>Os acomodados algumas vezes superestimam suas importâncias
em uma empresa e menosprezam a capacidade e o ímpeto de recém-formados. Esses acomodados até não acreditam que vão se
aposentar como assistentes e auxiliares, mas são tomados por uma letargia que
os impedem de se mexerem. Algumas
empresas institucionalizam esses acomodados numa simbiose frágil, muitas vezes
por receio de não encontrarem alguém no mercado de trabalho que possua a mesma
dedicação, ou até pela formação de um vínculo emocional do patrão com o
empregado. No Brasil, esse tipo de
simbiose é perigosa devido à nossa obtusa legislação trabalhista, uma vez que
um funcionário antigo tem em várias ocasiões aumentos consecutivos de salário
(dissídios) acima do crescimento da empresa, além do crescimento da multa rescisória
do FGTS. </div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O segundo problema é o de se
menosprezar as lentas, mas constantes, mudanças na macroeconomia e no mercado
de trabalho. O maior erro que um
funcionário pode cometer é o de se achar imprescindível à sua empresa. Poucos são capazes de enxergar mudanças e
tendências no mercado de trabalho que podem resultar até na extinção de setores
da economia. Mas a minha impressão é que
menos ainda são aqueles dispostos a tomarem atitudes para se recolocarem mesmo
sabendo de riscos eminentes. Quantos bons
datilógrafos perderam seus empregos quando as empresas começaram a passar a
usar processadores de texto tipo <i>Word
Perfect</i> ou <i>Microsoft Word</i>? Acredito que alguns deles mesmo sabendo do
avanço da informatização, não acreditaram que seriam atingidos. Outras vezes, o sinal dos tempos não precisa
ser no macro, basta ser no micro, a empresa pode estar dando sinais de que
promoverá cortes, mas são poucos que buscam refúgio em águas menos turbulentas. Preferem agonizar por meses imaginando se vão
ser demitidos ou não. Em tempos de crise
como a atual, fico surpreso que aqueles que mais procuram <i>headhunters</i>, empresas de recolocação, agências de emprego e outros são
aqueles que estão desempregados.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Procurar emprego não é uma tarefa
fácil e é demorada. Exige dedicação,
tempo e também resgatar contatos para se fazer o famoso <i>networking</i>. Quantos de nós,
ao final do dia queremos simplesmente relaxar com a família, assistir TV e nos
desligarmos do trabalho ao final do dia?
E quantos de nós iremos ao final do dia redigir currículos ao gosto de
empresas e agências na esperança que dentro de meses isso resulte em uma oferta
de emprego? É mais cômodo tocarmos o dia
a dia no local de trabalho e torcer pelo fim das tormentas de momento e ignorar
os fatos. Além do que, quem quer perder as
férias acumuladas ou na pior hipótese perder 40% de multa do FGTS
depositado? Mesmo que o prejuízo do
desemprego seja superior a multa, essas tentações momentâneas fazem com que
muitos fiquem na sombra mesmo com o Sol se movendo no horizonte.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
É claro que a precipitação é um
mau motivador para tomarmos atitude, às vezes passamos de um emprego com situação
momentânea ruim para um emprego com situação permanente pior. Há que sermos cuidadosos de não se mudar de
emprego com frequência alta para não ganharmos a pecha de mercenário, no qual
as empresas contratantes terão sérias dúvidas do comprometimento do
funcionário. Mas alguns sinais que o sol
está se movendo devem ser observados: ociosidade, disparidade com a idade média
dos equivalentes, estagnação em tarefas simples, distanciamento da chefia,
entre outros bem menos sutis. Observado
isto, é hora de se procurar uma nova sombra.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
As empresas devem tomar cuidado
em não criar climas de insegurança generalizada e nem em exigir que todo
funcionário almeje ser o diretor superintendente um dia, erro ainda comum cometido
pelas chefias e os departamentos de RH. Empresas
que promovem excessivas “reciclagens” reduzem o moral de seus quadros,
resultando em possíveis perdas de bons empregados, e incorrem no risco de
contratarem substitutos pouco qualificados.
Afinal, os primeiros a saírem de empresas em turbulência são os mais
qualificados, pois tem mais capacidade de se recolocarem, e só depois os
acomodados. Este é o motivo que as
reciclagens devem ser feitas com muito critério e cautela.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Mas as empresas não são família e
nem <i>resort </i>no Caribe para providenciar
conforto e acomodação para seus empregados.
A sensação de tranquilidade e acomodação quem deve procurar somos nós e
não esperar que isso venha de uma empresa.
É claro que é sempre bom trabalharmos em um local onde temos respeito e
reconhecimento do histórico, da experiência e do legado de anos de bons
serviços, mas não devemos esperar que isso seja certo e merecido. Civilizações entraram em declínio por se
acomodarem em situações transientes e o mesmo raciocínio é válido para nós.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-73401261111009037182016-04-19T14:22:00.000-07:002016-11-17T13:04:57.623-08:00E Agora Michel?<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Aleluia! Demorou, mas finalmente foi dado o primeiro
passo concreto para se apear do poder o PT retirando seu membro mais inepto,
Dilma Rousseff, da posição onde o maior dano poderia ser causado. Tudo indica que o Brasil vá ser comandado nos
próximos anos por Michel Temer. Não
adianta espernear dizendo que ele não recebeu nenhum voto para presidente, pois
Itamar Franco, Jango Goulart e outros também não receberam, mas assumiram o
posto por terem sido eleitos vice-presidentes.
O brasileiro tem de ter mais critério para eleger presidentes e também
mais atenção em quem está votando para vice-presidente, pois há sempre a chance
deste vir a assumir o cargo de presidência.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Discussões à parte, Temer deve
assumir em algumas semanas a presidência, a não ser que o Senado resolva
recolocar o país em estado de convulsão não admitindo a denúncia aprovada na
Câmara. E então vem a pergunta que os
brasileiros deveriam estar fazendo: e agora Michel, o que vais fazer? Tirando os petistas de carteirinha, não havia
dúvida que Dilma estava cavando um poço mais fundo para atolar o país, mas será
que Temer sabe o que fazer para nos tirar do poço? Quais as medidas que devem ser tomadas de
imediato e no médio prazo para que possamos respirar e termos esperança?</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Primeiro, o Brasil precisa
mostrar para o mundo que é um país sério e que tem profundo respeito pela
democracia. É claro que parte da
imprensa estrangeira, desprovida da mínima coerência e diligência, ou
simplesmente por má fé mesmo, acredita que os motivos para o afastamento de
Dilma são frágeis e que o que houve é um quase golpe. É necessário escancarar as atrocidades
fiscais cometidas nestes 5 anos de Dilma e pelo menos indicar que o Poder
Executivo vai se comprometer em respeitar a Lei de Responsabilidade Fiscal,
algo que o mercado financeiro e as agências de risco vão estar de olho. E claro, esse comprometimento é necessário
para que os contribuintes não tenham que ver sua renda diminuída por mais
impostos ou inflação. Não vai ser nada
fácil.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
De qualquer maneira, o novo
governo deve mostrar um alinhamento com as mais sólidas democracias e se
afastar de ditaduras e protoditaduras.
Mais claramente, adotar uma postura de distância de Cuba e Venezuela
enquanto estes países mantiverem regimes de supressão de liberdades
individuais. A proximidade obscena do PT
com Castro, Chávez, Maduro entre outros, além de repugnante, sempre me fez
indagar se Lula e amigos queriam implantar no Brasil regimes semelhantes. Ter conversas mais estreitas com países como
EUA, os da Comunidade Europeia, Japão e outros não só demonstra uma postura
diferente como permitirá uma possibilidade de se abrir canais de comércio com
nações ricas no futuro, algo que empresários sérios nesse país desejam para
ampliar seus negócios, gerar mais riquezas e empregos.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Também de imediato, Temer pode
reduzir drasticamente os gastos com o “Bolsa Companheiro”, que é talvez um dos
maiores sorvedouros de recursos do Brasil.
O governo do PT tem cerca de 20 mil cargos distribuídos para
funcionários não concursados. Conhecendo
a qualidade do governo de Dilma e o caráter dos altos dirigentes do PT, creio
que a maioria desses funcionários deve ser composta por parasitas que além de
não fazerem nada de útil, atrapalham o bom funcionamento das instituições. Isso sem contar a dinheirama que é despendida
com os “movimentos sociais”, sindicatos e similares como CUT, UNE, MST, etc. Uma auditoria de quanto dinheiro foi gasto
com essas pragas e como foi gasto este dinheiro seria desejável, mas se pararem
de gastar com estes já ajudará em muito o resto do país.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Depois disso, as coisas se
complicam e bastante. Temer e seu
partido nunca me passaram a impressão de serem discípulos de uma administração
da coisa pública eficiente, correta e responsável, aliás, a impressão que tenho
do PMDB é bem oposta. O PT passou anos
aparelhando, inchando e sucateando a administração pública e está na hora de um
choque de competência para que essa combalida administração pública comece a
fazer bem para o país ao invés de travar o nosso crescimento e infernizar nossa
vida.<br />
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
O país tem leis ou arcaicas ou
absurdas que dificultam a economia e a geração de empregos. A nossa legislação trabalhista é cheia de “direitos
trabalhistas” que fazem que qualquer empregador sensato pense bastante antes de
contratar alguém que implicitamente terá uma miríade de benefícios sem
necessariamente em contrapartida ter de mostrar um desempenho no emprego. A nossa previdência está quebrando, se já não
estiver quebrada, mas todos os brasileiros querem ganhar muito quando
aposentados e gastar pouco para contribuir antes da aposentadoria. O nosso sistema tributário parece ter sido
escrito pelo próprio Franz Kafka, não só se gasta um absurdo de impostos como
também se perde muito tempo pagando impostos.
Reformas trabalhistas, previdenciárias e tributárias são urgentes, mas
não vejo os velhacos que infestam o PMDB tendo essas reformas como
objetivo. Se Temer não cogitar essas
reformas, dificilmente o Brasil poderá alçar voos mais altos que aqueles de uma
galinha.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
A nossa infra-estrutura está
sucateada graças às ideologias burras do petismo, bem como a sanha de poder
meter a mão no dinheiro público, e precisamos modernizar estradas, ferrovias,
aeroportos, portos, etc. Relançar PACs ou
algo similar seria no mínimo deprimente. O país não tem dinheiro, então que os
recursos para esta modernização sejam originários do setor privado. Se Temer for adepto da retórica nacionalista
míope, podemos esperar que as previsões do filme “De Volta para o Futuro –
Parte 2” se concretizem e que em breve não precisemos de estradas ou de usinas
elétricas. Acho improvável...</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
E por último, mas igualmente
importante, um combate implacável à corrupção endêmica do país. O governo brasileiro precisa ser menor e mais
transparente. Os gastos públicos devem
ser menores e precisam ser informados ao público. O PT torra a nossa grana com hospedagem em
hotéis caros, aluguéis de limusines, voos de primeira classe e esconde esses
gastos do público. É simplesmente
inaceitável. Apesar do PMDB não ser
nenhum campeão de lisura, fica a esperança que Temer implemente os mínimos
mecanismos para o escrutínio de como nossos impostos são gastos.</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
Estes são alguns dos pontos que
Michel Temer e seu novo governo devem abordar nos primeiros momentos. Há muitos outros como redução do número de
ministérios, retomada das privatizações, independência do Banco Central, que
também são igualmente necessários e importantes. O novo governo deve levar a crise a sério, saber
articular uma união entre os partidos que se opuseram à Dilma e tentar colocar
de novo o país no eixo. Pior do que não
sairmos da crise nos próximos anos, é termos de cogitar a possibilidade de ter
alguém eleito em 2018 que nos coloque de novo no fundo do poço. Michel, não nos desaponte!</div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-82648661910086659262016-03-28T12:20:00.002-07:002016-08-22T09:51:27.081-07:00Como Chegamos Até Aqui?<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Recentemente, o americano Mark Manson fez um
razoável sucesso e barulho nas redes sociais ao publicar uma carta aberta aos
brasileiros relatando no seu entendimento o porquê da antiga Terra de Santa
Cruz não dar certo e de nossas tentativas de vôos de águia se transformarem em de
galinha. Lista entre os problemas de nós
brasileiros o desrespeito às regras e a complacência com aqueles que
desrespeitam as regras, e também cita até a vaidade como um desses problemas,
uma vez que nós brasileiros gastamos nossos recursos e tempo em adquirir bens
caros sem necessidade. Realmente, esse
último item é verdadeiro, pois nos EUA por preços muito mais acessíveis podemos
comprar estes mesmos bens desnecessários.
Pode-se rebater os argumentos de Manson, mas no fundo sabemos que muito
do que ele escreveu é verdade apesar de suas conclusões serem um pouco
exageradas e incompletas ao meu ver.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">À medida que as páginas policiais ditam o rumo
de nossa política e economia, o Brasil tem se unido para apear do poder a
quadrilha que lá se instalou e tirar a economia do fundo do poço. Aliás, este é um poço que Dilma insiste em
cavar para nos afundar mais ainda. É
provável que consigamos expurgar a encarnação viva da incompetência que habita
o Palácio da Alvorada, e que isso traga um alívio momentâneo para nossa
combalida economia resultando em maior geração de empregos, menos inflação e
menor recessão, mas o que impede de nós continuarmos aumentando este poço? Para responder isto, o brasileiro deve tentar
entender como chegamos até aqui.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Manson afirma que toleramos a desonestidade
alheia e endêmica desta terra, o que poderia explicar o porquê de tantos
políticos serem corruptos. Embora
políticos corruptos não sejam exclusividade do país, aqui temos uma categoria
de políticos corruptos resilientes de fazer inveja a qualquer outro país. Renan Calheiros e Paulo Maluf são provas
vivas que de norte a sul deste país meter a mão no dinheiro público
com frequência não resulta em punições eficazes da justiça e nem em reprovação pública. Porém, nada se compara a reeleição de Lula
em 2006 após o escândalo do Mensalão.
Isto é uma mácula na história brasileira no qual o povo brasileiro não
pode culpar ninguém mais além de si próprio.
Usando de uma lógica que alternava entre a ignorância consciente e o
mais puro cinismo, o eleitorado brasileiro não condenou nas urnas Lula. A aprovação de um político complacente, para
não dizer participante, com um escândalo de corrupção daquela magnitude foi o
sinal verde para que a administração do PT avançasse mais ainda encima do
patrimônio brasileiro. Mas mesmo assim a
opinião pública aprovou e celebrou a condenação dos demais envolvidos no
Mensalão numa demonstração de incoerência.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Lula é dotado de uma esperteza incomum e um
carisma singular, o que infelizmente ele usou para eleger Dilma em 2010. Esta é uma pessoa com um carisma de um
morcego e uma liderança de um rinoceronte.
E mesmo com a economia desandando, o brasileiro decidiu reeleger Dilma
em 2014. Como? As promessas de campanha de Dilma eram tão absurdas
que uma análise simples mostrava que o país estava na beira do precipício. Será que o brasileiro é tão crédulo assim
para acreditar em um populismo do mais rasteiro possível?<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Aí entra minha percepção dos verdadeiros
problemas do Brasil. Somos um povo que
acreditamos em milagres, principalmente se eles vierem do governo. Esse é para nós uma entidade mística que do
éter pode transformar pobreza em riqueza.
Se não faz isso é porque se interessa em defender os interesses dos
ricos. E é claro, no Brasil acredita-se
que a pobreza é resultante da exploração dos pobres pelos ricos. Enquanto um empresário que gera negócios e
empregos for visto como um explorador da massa operária, o país estará
condenado à estagnação. Afinal qual o
investidor vai querer abrir um negócio, com risco de ser associado a um
vilão? Mais fácil ser especulador ou
investir em negócios em outro lugar. O
PT soube e sabe explorar essa percepção equivocada, resultando em vitórias
eleitorais. A inépcia crônica e
vergonhosa da oposição fez com que até a reeleição de Dilma o PT fosse o
partido dos pobres e os outros demais os partidos dos ricos exploradores.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Mas o que é chocante é que a percepção
equivocada da situação não foi exclusiva da população mais pobre e humilde, ela
foi compartilhada por uma considerável parcela de pessoas mais instruídas. E até mesmo pelo mercado financeiro, afinal foi
após o Mensalão, em 2008, que a bolsa atingiu 72 mil pontos, patamar jamais
repetido, ganhamos grau de investimento, mostrando como as agências de risco
são pouco confiáveis, o dólar atingiu um patamar de quase R$1,55, mostrando que
até o estrangeiro é equivocado, e a The Economist mostrou o Brasil
decolando. É claro que o mercado
financeiro e a The Economist em 2014 tinham revisto por completo a opinião da
administração petista, mas isso demonstra como na teoria instituições mais
esclarecidas são capazes de menosprezar o efeito nocivo de
políticas populistas comandadas por pessoas e organizações com objetivos
escusos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A euforia que assolou o país durante o governo
Lula cegou os lúcidos, resultando na nossa incapacidade de reconhecer que era
insustentável a manutenção da verdadeira farra promovida então. Quando se demos conta que beirávamos o
precipício, faltou a oposição ser mais incisiva e altiva para minar a campanha
de Dilma em 2014. A vitória dela foi
apertada, mas ela ocorreu para a mais completa desgraça brasileira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Agora o Brasil luta para não sucumbir à
tempestade que nos assola, luta para o país não regredir quase 30 anos em
termos econômicos e luta para que os corruptos de plantão tenham a punição
merecida. Quando Collor foi destituído
em 1992, lutávamos pelas mesmas coisas e em 10 anos colocamos um dos políticos
mais corruptos e nefastos no poder. O PT alega que a corrupção é uma senhora antiga. Na verdade, o PT não inventou a corrupção, mas ele é fruto de nossa permissividade com práticas pouco éticas com a coisa pública. Esse
é um momento de reflexão que o país deve passar por, para que nunca mais
façamos o mesmo erro. Para isso é
necessário admitir que o povo brasileiro errou e identificar o que temos de
mudar.<o:p></o:p></span></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-68602223137541306612016-01-31T13:34:00.000-08:002016-09-12T11:33:54.735-07:00O Paradoxo Inuit<br />
<div style="text-align: justify;">
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O jovem americano Christopher McCandless em
1990 resolveu largar sua vida de recém-formado em história e antropologia, suas
possessões e sua família para trás e se aventurar pelos EUA afora como um
nômade vivendo uma vida “mais simples”.
Seu objetivo era adentrar a natureza selvagem no Alaska, onde veio a falecer
sozinho em 1992. Para quem viu o
comovente filme de Sean Penn, Na Natureza Selvagem, a estória de McCandless é
familiar. O que o filme retratou
incorretamente foi a maneira que McCandless morreu, pois enquanto o filme
mostrou que McCandless morreu ao ingerir alimentos venenosos, as autoridades
concluíram que McCandless morreu de inanição.
Independente de qual versão se acredita, McCandless pagou um preço pelo
seu despreparo e evidente desconhecimento de como sobreviver em um ambiente
mais inóspito que aqueles em que vivemos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Apesar de alguns poderem imaginar por
desconhecimento geográfico que McCandless morreu próximo ao Polo Norte, na
verdade ele faleceu no coração do Alaska, no Denali, ainda longe do Círculo
Polar Ártico e ainda mais longe do Oceano Ártico. Se McCandless encontrou dificuldades em uma
área ainda não tão inóspita, imaginem como é a vida daqueles que sobrevivem nos
confins do mundo, no litoral do Oceano Ártico.
Não falo dos estabelecimentos como Barrow no Alaska que apesar de ser no
litoral do Ártico, é abastecida com produtos de áreas mais habitáveis, e sim dos
inuítes, ou esquimós, que sempre viveram ali.
Apesar dos Yupiks não serem Inuítes, o termo Inuit é o aceito perante os
aborígenes do Alaska, norte do Canadá e Groenlândia, pois estes consideram
Esquimó um termo pejorativo. A vida dos inuítes
é realmente mais simples na teoria, apesar de seus costumes, não tem que se
preocupar com que carreira irão seguir, contas bancárias, declaração de imposto
de renda, parcelas do carro em atraso, reuniões de condomínio, etc. As únicas preocupações é sobreviver caçando
focas, raposas e outros animais, evitar morrer de frio no inverno (e até no
verão) e se reproduzirem, é claro, para manter a continuidade da espécie. Alguns inuítes mais idosos preferem o suicídio
a se tornarem um estorvo para as famílias.
A vida é bem mais simples para estas comunidades, mas é muito mais dura.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Uma comunidade inuit isolada da sociedade é
talvez o mais próximo que se possa chegar de um socialismo utópico. Não há acúmulo de riquezas, e mesmo que algum
inuit consiga carregar uma quantidade absurda de peles de raposas e outras
quinquilharias, estas terão uma liquidez limitada na “economia inuit”. Todos devem trabalhar em prol da reduzida
comunidade, e existem líderes para colocar um mínimo de organização e foco nas
atividades inuítes. Pobreza e miséria
ocorrem quando a comunidade é incapaz de encontrar alimentos. As crianças inuítes tem como aspiração se
tornarem grandes caçadores ou se conformarem em realizar as necessárias tarefas
domésticas. Não há espaço para improdutividade
em uma comunidade inuit, pois isso pode significar não haver alimento para
sobrevivência no dia seguinte, portanto não existem inuítes acomodados sem trabalhar recebendo benefícios do governo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A nossa sociedade, incluindo a brasileira,
avançou consideravelmente desde o início da História, permitindo que a produção
de alimentos seja mais farta e que não demande, na maioria das vezes, tanto do
nosso tempo. Essa fartura permitiu que
pudéssemos nos concentrar em outros aspectos da nossa vida, como nossa saúde
(na teoria pelo menos), educação para nós mesmos e nossos filhos, incrementar o
conforto de nossos lares, e até mesmo em lazer.
As nossas sagradas férias são comuns, mas imagino que para um inuit ter
férias tem que ter caçado uma baleia, para o desespero dos ambientalistas, para
poder ter um mês de alimento pelo menos.
O que impressiona na nossa sociedade é a complexidade das atividades que
são requeridas para que possamos produzir esta quantidade de alimentos, além
dos outros bens e serviços que consumimos.
Enquanto a complexidade da atividade econômica inuit é encontrar os
alimentos, a nossa chega ao nível de modificar o DNA destes, para o desespero
dos “eco-chatos”, e realizar previsões metereológicas mais precisas para
antever os eventuais contratempos da natureza selvagem, que continua a nos
incomodar. Um único inuit pode ser capaz
de cuidar de toda a atividade econômica da comunidade, enquanto que nós só
seremos capazes de cuidar de uma parcela reduzida da atividade da nossa sociedade. Às vezes nações inteiras são incapazes de
suprir todas as necessidades de sua população e precisam importar bens.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">A complexidade da atividade econômica cada vez mais requer
uma maior capacitação da força de trabalho, conhecimentos mais
específicos e uma versatilidade que vai além da capacidade de vários
profissionais. A impressão que tenho é
que no futuro, existirão profissões que demandarão uma formação que um
indivíduo só poderá atingir quando tiver 40 anos, mas é claro que o
departamento de RH da empresa almejará um jovem de 22 anos, ou menos, com toda
essa capacidade. Para aqueles que de
repente percebem que suas proficiências não estão mais em alta no mercado de
trabalho, pois a atividade econômica apesar de não ser um ser vivo é orgânica e
mutável, fica o desafio de desenvolver novas proficiências para se adequar às
demandas. É similar a uma comunidade
inuit descobrir que as focas desapareceram dos arredores e terem de procurar a
vários quilômetros de distância outras focas ou outro animal que possa servir
de alimento. Apesar de termos muitas
mais demandas de profissões diferentes, muitos de nós por falta de capacitação,
por preconceito do mercado de trabalho estamos condenados a tantas oportunidades profissionais
como aquelas disponíveis para os inuítes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Sim, mesmo nos dias de hoje há miséria e
escassez de alimentos em alguns lugares.
Mas apesar disso, enquanto podemos consumir mais de 3000 calorias em um
dia, para o desespero dos nutricionistas de plantão, enquanto um inuit consumirá isso se
esbaldar na carne mais gordurosa de uma obesa foca. Hoje em dia, aqui no Brasil
podemos comprar salmão na feira, algo impensável antes do Chile criar este
peixe em suas fazendas, pois importar esse peixe era somente para os mais
abastados. Isso é um exemplo de como a oferta de alimentos é diversificada a preços acessíveis ao longo dos anos. Outros produtos são
barateados ao longo dos anos graças ao avanço tecnológico e também à maior
capacitação dos profissionais envolvidos na cadeia produtiva, inclusive a de
serviços mais complexos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Nações que se aventuraram pelo socialismo
encontraram o fracasso retumbante justamente pela essência equivocada deste
modelo que julga que é possível domar e entender a complexidade da atividade
econômica e das necessidades do mercado de trabalho. É claro que essa crescente complexidade vem a
criar um desafio enorme para as nações diante da exigência de um capital humano
cada vez mais aprimorado, sendo que aquelas que tiverem o melhor capital humano
se sobressairão em um possível detrimento de outras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">Muitos inuítes estão sendo assimilados pelas
sociedades americanas (no Alaska), canadenses e dinamarquesas (na Groenlândia). Ao executarem tarefas com um mínimo de
complexidade, são capazes de acumular riquezas, pelo menos muito mais que em
comunidades isoladas e nômades, para que possam comprar alimentos sem ter que
caçá-los. Se estes inuítes forem
sensatos o suficiente, poderão até acumular riquezas para adquirirem alguns dos
bens e serviços que estas sociedades norte-americanas disponibilizam a seus
cidadãos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR">O paradoxo inuit é que a ciência e a maior
capacitação do ser humano nos proporcionam muito mais que o isolamento e o
estilo nômade podem oferecer, mas mesmo assim muitos de nós não se adequamos às
mudanças do mercado de trabalho, com o agravante que muitas vezes não somos nem
adequados para as tarefas mais simples.
Afinal quantos de nós conseguiríamos sobreviver 1 ano ao norte do
Círculo Polar Ártico? Não saberíamos
caçar focas, fazer casacos de pele de raposas e o mais provável que seríamos
comida de urso polar. O progresso de
nossa sociedade nos tornou inábeis para algumas tarefas primordiais
essenciais. Christopher McCandless
mostra que não estamos nenhum pouco preparados para um retorno à Natureza
Selvagem. Por mais tentador que seja nos
livrar de todos os problemas que temos, somos dependentes do supermercado, do
seguro médico, do posto de gasolina, entre outros serviços disponibilizados
pela nossa sociedade moderna. Mesmo que venhamos a se mudar para o "meio do mato".<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
</div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-91577340091224944842016-01-23T16:01:00.002-08:002016-02-15T15:10:12.797-08:00De Edirne à Colônia<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os 2.170 km que separam as cidades de Colônia
na Alemanha e Edirne na Turquia podem ser percorridos em cerca de 21 horas
passando por outros 6 países. Ambas
cidades foram fundadas pelos romanos na antiguidade, mas outra coincidência pode
ser traçada entre as duas por incidentes envolvendo imigrantes. Colônia recentemente foi marcada, na última Véspera
de Ano Novo, pela onda de ataques sexuais a cerca de 100 mulheres locais por
grupos formados por refugiados da Síria e imigrantes ilegais, pelo menos os que
foram identificados pela polícia local pertenciam a estas categorias. Este foi um episódio marcante que chocou a Europa
e também a opinião global e que tem várias similaridades com a histórica
Batalha de Adrianópolis travada no ano de 378 DC.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">No século IV, os bárbaros começaram a ser cada
vez mais incômodos ao Império Romano, que já havia se dividido em dois. Os constantes embates com os romanos na
fronteira dos dois impérios erodiriam a integridade da nação mais poderosa da
Idade Antiga. Entretanto, os bárbaros
passavam longe de ser uma comunidade unida e amistosa entre si. Os temidos Hunos avançavam da Ásia para o
Leste Europeu obrigando os povos desta região a se deslocar para outras áreas,
entre eles os Godos que começaram a emigrar para dentro do território romano,
em específico ao sul do Rio Danúbio nos Balcãs.
A motivação dos godos era em parte semelhante à dos sírios fugindo do
terror praticado pelo Estado Islâmico em suas terras.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Inicialmente, o movimento migratório iniciado
em 376 era satisfatório para ambas as partes, os godos poderiam obter refúgio
dos hunos em território romano e os romanos compensariam o seu encolhimento
demográfico usando os godos para se tornarem soldados, fazendeiros e
trabalhadores necessários para reerguer a decadente economia do império. Mas o tratamento injusto dispensado pelas
autoridades romanas locais aos godos rapidamente colocou os dois povos em pé de
guerra. Os romanos subestimaram a
quantidade de refugiados godos que atravessaram o Danúbio e não tinham comida
suficiente para alimentá-los. Para
piorar, os governadores locais começaram a cobrar preços exorbitantes pelos
alimentos, forçando os godos a até venderem suas crianças como escravos. Enquanto os romanos deslocavam suas tropas
para confrontos com os iranianos, um novo inimigo surgia no coração do império,
que menosprezou a capacidade de organização dos imigrantes e também a
capacidade militar destes.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Temendo pela agressividade dos godos, que se
rebelaram e começaram a saquear cidades romanas, o imperador romano oriental
Valente chamou de volta suas tropas no Oriente Médio e pediu ajuda à sua
contraparte ocidental, seu sobrinho Graciano, que enviou reforços para lidar
com as crescentes hostilidades. Graciano
havia obtido vitórias contra tropas bárbaras no oeste europeu o que causou
inveja em Valente. Em 6 de agosto de
378, ainda sem os reforços ocidentais, Valente foi informado de uma tropa de
godos se aproximando da cidade de Adrianópolis, atual Edirne. Movido pela tentação de obter uma vitória
contra os godos sem o auxílio de Graciano, Valente resolveu atacar os godos,
que eram comandados por Fritigern, um líder godo que os romanos já tentaram
assassinar anteriormente. O que Valente
não contava era que a informação do número de godos era incorreta, na verdade
as tropas de Fritigern eram mais numerosas que o informado. O líder godo ainda tentou um acordo com os
romanos, mas Valente apesar de conselhos para esperar os reforços rejeitou o
acordo e marchou para o combate. Após
várias horas de caminhada, as tropas romanas chegaram aos arredores de
Adrianópolis exauridas debaixo de um sol castigador e contra uma tropa mais
numerosa e muito mais bem equipada que se imaginava, e bem descansada. O massacre era um resultado mais do que previsível
diante de tanta prepotência e falta de preparo por parte dos romanos. O imperador Valente foi morto, as tropas
foram dizimadas, sem contar que os godos incapacitaram a produção de armas
pelos romanos por um bom tempo naquela região.
Os godos com tropas reforçadas
até mesmo com hunos continuaram atacando cidades do império apesar de não
conseguirem vitórias contra as principais fortificações romanas. Um acordo entre os povos beligerantes foi
obtido posteriormente em 382, no qual os godos obtiveram vantagens importantes
como novos “cidadãos” romanos. Em 410,
os visigodos saquearam Roma, em mais um passo para o declínio do império, um
resultado do fracasso completo da estratégia de incorporar uma população
estrangeira à nação romana.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Movimentos migratórios sempre existiram e
continuarão existindo, nações foram formadas graças a estes, a cultura de um
país pode se beneficiar em muito, isso sem contar que muitas vezes imigrantes
contribuem significativamente para a força de trabalho do país. O Brasil se beneficiou e muito dos movimentos
migratórios ao longo dos séculos. Hoje,
o país possui uma cultura diversificada e rica graças a estes imigrantes. A imigração é benéfica quando ela adiciona à
nação, quando as gerações de imigrantes são assimiladas dentro da população
local. Mas se a imigração cria “uma
nação dentro de uma nação”, os problemas surgirão como a história do Império
Romano nos ensina.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Muito se mudou, para melhor, entre 376 até os
dias atuais. Hoje seria impensável,
ainda bem, imigrantes vendendo crianças como escravas, mas a falta de preparo
das autoridades da nação que recebe os imigrantes não mudou muito para o
espanto geral. Como os godos, os
refugiados sírios chegaram à Europa em número maior que se previa e sem um
planejamento adequado para estes serem absorvidos pelo mercado de trabalho
local. Em grandes números, os imigrantes
tendem a se isolar da população local.
Xenofobia e discriminação não resolvem e até agravam, em algumas vezes,
o problema. Aliás, genocídios são
iniciados a partir de preconceito como a história nos ensina. Mas achar que os problemas de discriminação serão
resolvidos só com boas intenções é ignorar as possíveis consequências de uma
imigração maciça e desordeira.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os romanos queriam soldados, enquanto a
comunidade europeia procura profissionais com um certo grau de
qualificação. Muito se fala que os
refugiados sírios possuem alto grau de instrução e podem trabalhar em empregos
para o qual o encolhimento demográfico da Europa subtraiu profissionais. Não duvido que hajam sírios bem formados e
competentes, agora achar que a maioria da população tem essa capacidade é exageradamente
otimista ao meu ver, ainda mais para um país com uma posição tão medíocre no
índice de educação da ONU. O resultado é
que um mercado de trabalho exigente como o europeu não tem vagas para tantos
refugiados, que vão acabar se ocupando de tarefas menos qualificadas que os
europeus não gostam de realizar, isso se estas estiverem disponíveis. A barreira da língua é outra que atrapalha e
isola os imigrantes, dificultando a integração destes com a população local. Mas a barreira cultural é o maior problema, ainda
mais vindo de uma região onde os direitos das mulheres e a liberdade religiosa
são pouco respeitados. Qualquer
concessão nesses pontos por parte dos europeus devido a “diferenças culturais”
é inaceitável. Os padrões de sufrágio,
liberdade e direitos existentes nas nações desenvolvidas são aqueles que os
imigrantes devem se adequar e não vice-versa.
O império da lei não pode ser alterado.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Os ataques às mulheres em Colônia mostram que
há um conflito étnico existente em progresso e uma evidente subestimação do
problema pelos europeus. Como Valente em
378, a polícia local de Colônia não quis reforços e perdeu o controle da situação. A postura “paz e amor” dos governos europeus
não é eficaz e atiçará ainda mais a extrema direita, que é por definição
xenófoba. Não há solução fácil e nem
evidente para este problema, sendo que este ainda pode se agravar. E os ataques terroristas em Paris mostram que
os bárbaros já cruzaram o Danúbio há muito tempo.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<br />Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-4804024384802268232016-01-06T12:35:00.000-08:002016-01-09T07:59:04.340-08:00Direitos e Deveres de Martin Shkreli<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O “Hitler dos remédios” foi um dos vários
apelidos que o especulador americano Martin Shkreli, CEO da Turing
Pharmaceuticals, ganhou após sua notória decisão de aumentar de US$13,50 para
US$750,00 o preço do comprimido do medicamento Daraprim em junho de 2015, após comprar
os direitos relativos a este dos Laboratórios Impax. A medida repentina afetou severamente aqueles
que dependiam do medicamento para combate de doenças como malária e
toxoplasmose, no caso da última uma infecção oportunista comum em pacientes com
AIDS. Além de receber inúmeras críticas
de associações médicas e farmacêuticas, de políticos americanos de todo o
espectro desde Hillary Clinton até Donald Trump, Shkreli obteve bem mais que os
habituais 15 minutos de fama, na verdade vários meses de infâmia. Contratou lobistas e relações públicas, mas
para certas atitudes e situações, não há marketing que resolva, nem João
Santana faz milagre. Recentemente,
Shkreli foi preso por acusações de fraude, não relacionadas à celeuma do
Daraprim, mas independente de sua culpa ou não, quem julgá-lo vai levar em
conta, mesmo que inconscientemente, a ganância desenfreada de Shkreli
demonstrada.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O que Shkreli fez com os usuários do Daraprim é
claramente imoral e beira a chantagem descarada mesmo, por mais que teça
inúmeras explicações para justificar o aumento abusivo. Mas fica o questionamento, até onde vai o
dever de um fabricante de medicamento em fornecer a um preço justo um produto
mais que necessário para uma clientela que necessita deste para sobreviver, e
até onde esse dever interfere com o direito de um dono de negócio de julgar
como vender seus produtos e serviços e até mesmo de interromper o fornecimento
destes produtos e serviços. Shkreli
mereceu todos os apelidos que ganhou nos últimos meses, mas sob certa ótica seguiu
a regra os seus direitos como empresário.
Pergunte a qualquer outro empresário se ele gosta de sofrer ingerência
governamental ou popular sobre como conduz seu negócio e com certeza obterá a
mesma resposta: um não categórico.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A verdade é que o empresariado tem que ao tomar
essas medidas controversas ter duas coisas em mente: primeiro esse tipo de medida
é no mínimo antipática e deve ser evitada para se poupar o próprio empresário,
e segundo que a longo prazo esse tipo de medida é pouco inteligente, para não
dizer burra, pois apesar dos ganhos imediatos instiga a sociedade e o mercado a
procurarem alternativas. Publicidade
negativa atrapalha e pode até castigar um negócio severamente, mas algumas
vezes tem um efeito limitado. Lembro quando
a Microsoft era considerada uma corporação nociva por estar destruindo a
concorrência com práticas abusivas, algo com bastante fundamento aliás, porém
poucos ousavam em não usar o Word e o Excel para não incorrerem no risco de
criar problemas para outros usuários.
Mas o risco maior é para o empresário. Outra vez, Shkreli vai sentir o gosto dessa
publicidade negativa em seu julgamento.
Além do que esse tipo de atitude serve para atrair carreiristas
políticos que gostam de explorar essas situações. Por muito menos Eliana Tranchesi foi presa por
sonegação fiscal e condenada por 94 anos e meio. Tranchesi passou a ter um alvo pintado nas
costas no momento que inaugurou seu elefante branco em São Paulo, a Daslu. Por mais que não fosse exatamente antipática,
a ostentação desnecessária é interpretada como uma afronta por vários.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Na Idade Média, enquanto o Império Bizantino
definhava e o Império Otomano conquistava os territórios por onde passavam as
rotas das especiarias, os reinos ocidentais procuravam rotas alternativas para
se atingir a Índia. Com a queda de
Constantinopla em 1453, os otomanos impuseram tarifas altas para os mercadores,
impulsionando de vez as grandes navegações, marcando assim o início da Idade
Moderna. A necessidade sempre foi e será
a mãe da invenção, conforme disse Platão, e tentativas de monopolizar um
determinado produto ou serviço sempre foram contornadas com a criação de
alternativas. Tanto que a Imprimis
Pharmaceuticals em outubro de 2015 anunciou a fabricação de um medicamento
genérico que custa US$1,00. Shkreli
deveria ter aprendido com a OPEP a sempre estabelecer os preços de acordo com o
mercado, em específico para não deixar produtos alternativos se tornarem mais
economicamente vantajosos. A própria
Microsoft viu seu monopólio ser derrubado nos últimos anos.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Em um país onde o livre mercado é um pilar
fundamental, a atitude de Shkreli é na verdade um atentado a este pilar. Tentar lucrar com o desespero alheio é uma
justificativa para ingerência. O bom
senso deveria prevalecer nestas situações, mas infelizmente ele é de difícil
regulação. Fabricantes de medicamentos
como qualquer ramo de negócios têm direito ao lucro, os pesquisadores que
muitas vezes gastam décadas e a vida tentando sintetizar uma droga específica
que pode vir a demorar até mais para ser aprovada para uso têm direito a não
terem após seu sucesso sua patente quebrada em nome de “um bem maior” para a
comunidade. A livre concorrência é e
sempre será a melhor solução para os Shkrelis da vida e seus espasmos monopólicos
de curta duração.<o:p></o:p></span></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<br /></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-70150399472334586802015-12-01T01:31:00.000-08:002016-06-25T18:51:16.772-07:00Um Longo Caminho pela Frente<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">No dia 22 de novembro de 2015 os argentinos
foram às urnas e elegeram o liberal Mauricio Macri como seu presidente. Para os demais latinos americanos, em
específico os brasileiros, cansados do populismo da turma do Foro de São Paulo
e dos demais bolivarianos e socialistas que infestam essas bandas, a eleição de
Macri foi motivo de comemoração e um alento de esperança. É um marco que significa a derrocada do
bolivarianismo e, portanto, a recolocação dos países acometidos de populistas
de esquerda em um caminho virtuoso.
Muita calma nesta hora, pois o caminho que a Argentina terá de percorrer
é longo e traiçoeiro.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">Há 100 anos atrás, a Argentina era uma nação
com renda per capita superior a de países como Itália, Dinamarca, Japão,
Espanha, ocupando a notável 7ª posição neste ranking. Mas nenhuma economia sólida é capaz de resistir
a políticas populistas que no longo prazo corroem quaisquer conquistas. Uma crescente participação do governo na
economia com estatizações de setores industriais lentamente empurraram a
Argentina para a medíocre 53ª posição em renda per capita. Continuam na frente do Brasil, mas para um
país que tinha esse valor 400% maior que o nosso, uma vantagem de quase 50%
mostra que as coisas degringolaram muito ao sul do Rio da Prata. Uma análise completa da decadência argentina resultaria
em várias teses de doutorado extensas, passando pelos inúmeros equívocos das
lideranças argentinas. Mas o que chama
atenção é que Macri é o primeiro liberal eleito lá em mais de 100 anos, mesmo
que em alguns destes anos o governo tenha passado por atrozes e nocivas
ditaduras militares. Os demais eleitos
foram todos populistas do naipe de Cristina Kirchner.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">A conclusão que se chega é que apesar da
escassez de lideranças políticas responsáveis por lá, o povo argentino abraçou
o populismo barato até agora como um paradigma de boa governança. A situação do país é crítica, a economia está
emperrada, a inflação está em quase 25% ao ano pelas estimativas não-oficiais,
o crédito do país está arruinado desde a moratória forçada de 2001, e para
piorar a imagem junto aos investidores veio a estatização da YPF realizada em
2012, a imprensa livre foi minada por Cristina Kirchner, a justiça foi
aparelhada e infiltrada por populistas, o país sofre com desabastecimento de
produtos industrializados devido a inúmeras barreiras comerciais, sendo que
algumas delas existem graças a uma conivência inaceitável do governo
brasileiro. O desafio de Macri é
recuperar o país diante de um cenário muito difícil. Sem crédito na praça e com uma gastança
desenfreada, a Argentina precisa de recursos para crescer e mostrar que é
merecedora da confiança de investidores.
A iniciativa de Macri de querer acionar a cláusula democrática contra a
Venezuela no Mercosul é não só louvável como um acertado primeiro passo.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR">O mundo precisa perceber que o liberalismo veio
para ficar na Argentina e o primeiro passo é demonstrar que o país não quer se
associar com uma nação como a Venezuela que notoriamente cerca os direitos individuais mais
básicos e é uma protoditadura. Os demais
passos são mais complicados. A
negociação com fundos abutres que em 2014 conseguiram na justiça americana a
exigência que os títulos argentinos sejam pagos em sua totalidade é um desafio
maior que a postura adotada perante a Venezuela. Isso sem contar que qualquer país que queira
migrar do socialismo ou do populismo barato para uma economia liberal precisa
lidar com uma inevitável parcela da população acostumada a receber privilégios
sem uma contrapartida. Reformas liberais
demoram para surtir efeitos, ainda mais em países devastados economicamente,
mas afetam rapidamente aqueles acostumados a ganhar sem produzir.<o:p></o:p></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
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<span lang="PT-BR">No curto prazo, decisões populistas são bem
sucedidas e tentadoras, mesmo que o posterior desastre seja certeiro. Quando 48% da população vota em Daniel
Scioli, candidato do kirchnerismo / peronismo / bolivarianismo, isso é uma
demonstração que boa parte da população não estará muito propensa a aceitar
medidas de saneamento da economia necessárias como privatização de estatais,
redução de privilégios trabalhistas, corte em programas assistencialistas,
etc. O maior desafio de um país em crise
não é tomar decisões amargas, é convencer a toda população que todos sem
exceção terão de amargar essas decisões.
Arrisco ainda a dizer que entre os eleitores de Macri estão vários
desiludidos com o kirchnerismo, mas não com o populismo. Isso quer dizer que surgindo outro candidato
populista, descolado de Cristina Kirchner, pode vir a bater de frente com Macri
e reverter qualquer avanço conquistado.<o:p></o:p></span></div>
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<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
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<span lang="PT-BR">Toda esta análise sobre a Argentina pode ser
aplicada ao Brasil feitas algumas modificações devido a percursos históricos
diferentes entre os dois países. Mais do
que nunca temos de estar atentos aos nossos vizinhos. As dificuldades de Macri podem ser as mesmas
enfrentadas por qualquer político que venha a substituir Dilma e sua agenda
populista e incompetente. A principal
oposição ao PT é ainda o PSDB com sua agenda “encima do muro” e com algumas
lideranças desgastadas. Um maior
desgaste a ser infligido aos tucanos aumenta a chance de um aventureiro
populista vir a ascender em um cenário de devastação econômica como o
enfrentado neste país.<o:p></o:p></span></div>
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<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
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<span lang="PT-BR">Nunca torci pela seleção argentina, mas torço
muito para que o país saia do buraco que se encontra. É importante que isso ocorra para que o
Brasil tenha em quem se espelhar para nos livrarmos das nossas pragas populistas. Mas para tal os argentinos terão de enfrentar
muitos percalços neste caminho longo.
Tomara que consigam. E tomara que Macri realmente adote uma agenda liberal e não caia em tentação populista.<o:p></o:p></span></div>
<br />
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Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-9129750496515913937.post-89720907759288254612015-11-15T11:21:00.001-08:002017-02-20T08:13:27.438-08:00A Fortuna de um Saco de Batatas<div class="MsoNormal">
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<span lang="PT-BR"><br /></span>
<span lang="PT-BR">Uma vez no escritório onde trabalhava, foi organizado um bolão para apostar na Mega-Sena que tinha o prêmio acumulado. Nossa chefe ficou sabendo do bolão e pediu para também participar, alegou que se fosse bem sucedida a aposta, ela não queria ir trabalhar sozinha no departamento na semana seguinte. Todos nós já devemos ter ouvido piadas, estórias ou delírios de colegas, amigos e familiares do que fazer se ganhássemos vários milhões de reais, passando por mansões, carros, viagens e até investimentos de longo prazo. Mas não conheço ninguém que tenha falado que pretendia fazer um curso de especialização para investir na carreira, se dedicar mais ao trabalho, apesar de existirem, aliás a grande maioria gostaria no primeiro ato pedir demissão. Alguns até pensam em abrir um negócio próprio para se ocuparem, mas uma boa parte pensa em relaxar e aproveitar. Obviamente que não foi bem sucedida a aposta e todos os participantes foram trabalhar, minha ex-chefe inclusive. Mas fico imaginando a cena insólita de uma segunda-feira no qual chegaria para trabalhar com o departamento vazio. Para empresa seria um completo desastre e, dependendo da quantidade de ganhadores, até significaria uma inevitável falência.</span><br />
<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
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<span lang="PT-BR">Na obra-prima de Scott Adams, <i>O Princípio Dilbert</i>, o último capítulo é
dedicado ao sistema concebido por Adams de OA5, em inglês <i>Out at 5</i>, ou seja no qual ele defendia que os funcionários saíssem
às 17:00, pois longas horas de trabalho implicariam mais funcionários
desmotivados e descontentes no trabalho.
Exageros à parte, afinal todo o universo do Dilbert era engraçado por
ser justamente exagerado, Adams tem um ponto válido. Nem todos nós temos motivações ou condições
de nos tornarmos milionários, condição que para se chegar demanda na esmagadora
maioria das vezes esforço, dedicação, diligência e sacrifício. A motivação para se gastar horas do dia, e da
vida, longe de casa, aturando algumas vezes superiores intragáveis é que
receberemos um salário não-milionário, apesar do esforço, dedicação, diligência
e sacrifício, para podermos sobreviver e até guardar algo para o futuro. Tire a necessidade desta pessoa dispender
este tempo para sobreviver e guardar algo para o futuro, e esta pessoa não terá
mais essa motivação para trabalhar.
Claro, alguns realmente gostam do que fazem, não sabem o que podem fazer
com o tempo livre, possuem um senso de civismo diferenciado e, portanto,
trabalham por motivações diferentes. Não
devemos julgar nem aqueles que sonham em se aposentarem com o prêmio da loteria
e nem aqueles que apesar de não admitirem não iriam mudar a rotina. Mas as motivações mudariam na situação de se
ganhar um prêmio polpudo.<o:p></o:p></span></div>
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<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
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<span lang="PT-BR">Desde que me conheço como brasileiro, sempre
ouvi que se achássemos petróleo ou outros minerais preciosos, como o nióbio
(!), seríamos ricos. Lula no auge do seu
populismo bradou que tínhamos achado um bilhete de loteria premiado com
pré-sal. Sempre tive dúvida se realmente
achamos este bilhete premiado, apesar da certeza que muitos do governo lulopetista
acharam uma verdadeira mina na Petrobras para rapinar e pilhar durantes estes
13 anos. Mas partindo do pressuposto que
realmente ganhamos um bilhete de loteria naquela época, o que faríamos com este
dinheiro? Sempre ouvi que se achando
petróleo, o povo brasileiro seria rico e membro da OPEP. Isso significaria que todos seríamos
milionários e poderíamos em tese parar de trabalhar e nos aposentar? Que poderíamos ter um padrão de vida igual ao
de países do primeiro mundo sem ter os mesmos índices de produtividade, nível
de educação e consciência cívica? Os tais
dos <i>royalties</i> do petróleo do pré-sal
foram alvo de acalorado debate no congresso brasileiro. Mesmo sem sabermos se era economicamente
viável explorar ou não esse petróleo, vários queriam participação nessa
possível renda. Estados milhares de
quilômetros distantes do litoral fluminense pleiteavam parte do prêmio do
suposto bilhete premiado, enquanto o governo fluminense tentava enxotar essa
turma alegando que sem esse dinheiro não haveria as Olimpíadas de 2016. Argumentos a favor e contra a distribuição
dos royalties proliferam, mas pelo menos para mim ficou claro algo, se é que já
não estava antes, nós os brasileiros, não só a classe política, preferimos
discutir a distribuição da riqueza alheia a discutir o que realmente é
necessário fazer para o país entrar nos trilhos. Não lembro de ter visto esse tipo de empenho
para se realizar reformas previdenciária, trabalhista e tributária.<o:p></o:p></span></div>
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<span lang="PT-BR"><br /></span></div>
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<span lang="PT-BR">É mais do que sabido que países como Japão,
Finlândia, Holanda, entre alguns outros, são ricos sem terem ganho bilhetes
premiados da loteria. Alguns países
membros da OPEP são também ricos, mas seus índices culturais, educacionais e
até mesmo sociais são medíocres. Basta
olhar a Venezuela para se ver que petróleo não se traduz em riquezas e nem em
mais justiça social. Na verdade,
enquanto um povo se ater aos princípios mercantilistas da Idade Média e
Moderna, esse povo estará condenado à mediocridade. Somente uma sociedade empenhada em gerar
riquezas pelo trabalho, e enfatizo pelo trabalho qualificado, conseguirá ser
próspera. Não precisamos de uma
sociedade composta por <i>workaholics</i>, mas sim por pessoas que acreditam que não
há caminho fácil para o sucesso. Apesar
de uma esmagadora maioria desejar ser premiada na loteria, não podemos ficar
sentado esperando isso acontecer. Se o
Brasil não achar petróleo, ou até nióbio, suficiente em seu território, isso
não quer dizer que seremos condenados à pobreza crônica.<o:p></o:p></span></div>
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<span lang="PT-BR"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;"><br /></span></span></div>
<div style="text-align: justify;">
<span lang="PT-BR" style="line-height: 107%;"><span style="font-family: "times" , "times new roman" , serif;">Lembro do clipe da música <i>Rubão</i> da banda Charlie Brown Jr no qual é mostrado um pobretão
achando uma carteira recheada de dólares e ao invés de se investir em seu
futuro, o sujeito resolve torrar em festas, carros e mulheres. Nunca consegui descobrir se a banda quis
fazer uma apologia à “virtude da pobreza”, ou ridicularizar aqueles que acham
que por descobrirem um punhado de dinheiro irão ser eternamente
milionários. Mas existem muitos que
sonham em ganhar uma “grana fácil” para não fazer nada, é só pesquisar e ver
quantos parentes de artistas e esportistas bem sucedidos se penduram
nestes. Apesar que há alguns artistas
que quando se tornaram famosos resolveram colocar todos os seus familiares para
trabalhar em seus negócios, e estes foram o que mais prosperaram. Na minha experiência de vida, dinheiro que é
ganho fácil nunca tem seu valor reconhecido, e quanto menos alguns não
trabalham, mais eles exigirão daqueles que trabalham. No dia em que ficarmos todos milionários por
termos achado bilhetes premiados de loteria, petróleo abundante no país ou até
por termos todos parentes ricos, seremos todos miseráveis, pois ninguém vai
querer trabalhar. Se todo mundo relaxar
e resolver não trabalhar mais, quem irá
produzir alimentos, vestimentas, energia, etc? Daí vai acontecer que nem um antigo colega de
trabalho meu profetizava, quem tiver um saco de batata vai ser o realmente
milionário. </span></span></div>
Ricardo Ponteshttp://www.blogger.com/profile/04187089899607384802noreply@blogger.com2